Concertos de rock pesado, uma boa
bebedeira e uma madrugada na rua em meio
a alguns maltrapilhos. Aquilo sim dava algum otimismo contra o cotidiano. Mesmo
que fosse como um delicioso pesadelo que acabaria melancolicamente ao amanhecer.
Era uma vida domesticada e sem
grandes aventuras. Nada de que se orgulhar. Eu tinha muito pouco para me livrar
do tédio e usava bem o pouco que tinha.
Depois do show ficava bebendo com
algum dos meus raros amigos, conversando sobre os dilemas e contradições da
vida social, sobre a falta de sentido da vida e o quanto nos sentíamos vivos.
O rock pesado me fazia sentir
jovem de novo, era quase como voltar ao passado ou experimentar mais uma vez
aquilo que me definiu e sempre me definirá enquanto viver.
Heavy Metal era sempre o melhor
remédio. Você não encontrava muitas pessoas comuns nos shows. Cada uma dizia
alguma coisa em seus trajes negros e cabelos longos e maltratados.
Compartilhavam comigo alguma coisa importante.
Não precisava conhece-los para saber o quanto.
É claro que não era a mesma coisa
de antigamente. Mas as pessoas se pareciam todas com os velhos amigos
headbangers dos anos de juventude.
Então eu me dava conta de que,
apesar de tudo, ainda queimava a chama de alguma esperança....
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