Não sei o que fazia a gente se
ver todo dia , comer e beber juntos e jogar conversa fora.
Ela não me dizia nada de
importante. Era apenas uma jovem fútil e caprichosa como tantas outras. Mesmo
assim eu gostava de estar com ela pela simples necessidade de me apartar um
pouco de mim mesmo. Sem ela, meus dias seriam insuportávelmente vazios.
Mas foi inevitável. Uma hora
acabamos nos entendendo na cama. Foi
quando começaram os problemas. Eu adorava chupar a buceta dela. Poderia passar todo o
resto da minha vida apenas fazendo
aquilo. Era como um vício.
Mas ela nem sempre estava
disponível para mim. Com o tempo ela foi ficando cada vez menos disponível. Meu
pau não lhe agradou tanto, suponho...
Foi assim que descobri um tipo
novo e perverso de solidão. Eu não estava mais preso entre as sufocantes quatro
paredes de mim mesmo. Eu agora era prisioneiro da necessidade do outro. Era
terrível... Mas o que podia fazer? Eu
implorava pra gente se vê, prometia recompensas... presentes. Algumas vezes ela
me atendia e eu tinha algumas horas de alivio chupando aquela bucetinha. Mas
era claro que ela não tinha lá grande prazer com nossos encontros. Argumentava
que o sexo estava estragando tudo. Como
se antes tivéssemos uma “grande amizade”....eramos apenas duas pessoas que utilizavam
uma a outra como muleta pra suportar a vida. Ela não gostava de ouvir
isso. Mas era a verdade.
Durante um ano tivemos encontros
regulares. Mas depois a coisa começou a esfriar. Eu mesmo já não sentia tanta
necessidade da buceta dela. Ela , ao contrário, desenvolveu uma afeição maluca
por mim. Queria a todo custo que eu
mudasse de vida.Eu sempre tinha sido um cara sem grandes ambições. Tinha um
emprego medíocre que me permitia pagar minhas contas e encher a cara. Era o
suficiente para mim. Não tinha sofisticações de consumo. Pouco me importava a
boa vida de viagens e fazer pratrimônio que a maioria das pessoas dava tanto
valor. Mas ela, não sei porque, decidiu que era preciso mudar isso.
Aos poucos, a coisa mais
importante da vida dela passou a ser modificar a minha. Justo quando eu
precisava cada vez menos dela. Sua buceta já não tinha o mesmo
gosto. E agora eu tinha que lidar com a mulher que acompanhava a buceta. Tudo
se transformou num inferno. Nos encontrávamos, trepávamos trivialmente por uma hora, e as duas horas que se seguiam, eram
dedicadas a infinitas brigas, que não me faziam o menor sentido. Eu se quer entendia
o que ela estava dizendo na maioria das vezes. Só me sentia obrigado a
responder, a me defender. Mas também não fazia a mínima ideia do que estava
dizendo.
Chegou a um ponto em que não
conseguimos mais continuar com aquilo. Mesmo assim foi doloroso me despedir dela. Ela ficou muito mal. E eu pior ainda por
conta disso. Mas era o certo a se fazer. Na maioria das vezes o certo é muito
desagradável. Mas continua sendo o
certo.
Era o que eu pensava até agora.
Acabei de saber que ela se matou na noite passada. Me sinto culpado... Eu
continuei minha existência vagabunda sem a buceta dela. Mas ela não conseguiu continuar a sua sem poder mais tentar
arrumar minha vida. Coisas assim me levam a ter medo das pessoas. Nunca se sabe
o que se pode esperar delas, nem o que elas podem esperar da gente. A verdade é
que a gente se machuca muito nessa
vida... Mas é o preço de se respirar.