sábado, 28 de fevereiro de 2015

BLACK SABBATH by BLACK SABBATH

Sei que é papo de fã e me dispo sem pudor de toda objetividade pra fazer este comentário. Mas Black Sabbath by Black Sabbath é a musica que quero que toquem no meu enteroo. Não dá pra explicar como ela meche comigo, como ela define um sentimento e estética de mundo....

O fato é que o sino e a tempestade, o riff simples e sombrio me enlouquecem por rasgar no peito aquela tensão absurda e constante que define o simples fato de estar vivo...

“ Um tanto simples, a primeira canção trata da trindade profana do metal- “Black Sabbath”, no Black Sabbath, pelo Black Sabbath. Começou com o som sinistro de uma tempestade e um sino badalando à distância- um artifício exageradamente copiado por dezenas de bandas desde então,  incluindo Metallica com “ For Whom The Bells Tolls” e Slayer com Rainig Blood”- e a canção ganha vida com um riff que ancora tudo  ao longo da canção. Para os familiarizados com  a música, no riff- E, oitava de E, B bemol- é baseada em um tritono ou  diabolus  in musica, um intervalo sinistro equivalente a meia oitava, que irritava as autoridades eclesiásticas, a tal ponto que na Idade Media foi proibido como sendo o “intervalo do demônio”. A canção nada mais é do que a repetição do riff, seja de maneira sutil quase na forma de um baixo solitário, ou em um ataque mais pesado. É o gemido arrepiante do Ozzy dizendo “ O que é isso que surge diante de mim?” que mantem o momento crucial- não apenas nesse álbum, mas em todo o catálogo do Sabbath.”

JOEL MELVER in  SABBATH BLODDY SABBATH

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

DIANTE DO FIM

Joguei fora todos os meus questionamentos.
Logo, já não precisava de respostas
Ou soluções.
Me fartava de sexo e drogas.
O futuro acabou preso
Agora pouco em um beco escuro
Enquanto o passado morria de desgosto
Em um leito de hospital público.
Tudo que eu mais queria agora

Era dançar o fim do mundo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

TRAGEDIA

Muitas vezes os fatos e os atos se combinam de um modo tão profundo que nossas opções e intenções não fazem a menor diferença. Somos vitimas das circunstancias, da soma de coincidências que arremeda a mão invisível de um abstrato  e inevitável destino.

 É muito fácil e tornar um herói trágico... O que dá o que pensar sobre nossas insignificantes vidinhas inúteis. Basta um único segundo para se perder o controle da situação, se tornar vitima das circunstancias  no palco do teatro do absurdo do mero cotidiano.

Um único segundo pode mudar tudo, reinventar o encadeamento dos acontecimentos contra você. Afinal, a vida é um jogo de azar e não se pode ganhar sempre. Mas normalmente ignoramos isso. Achamos que estamos sempre no controle e que nossas atitudes e decisões  subjetivas e inevitavelmente parciais  nos mantem no controle de tudo.
Mas a verdade é que não temos domínio nem sobre o que sentimos ou queremos. Isso tudo pode parecer um pouco determinista. Mas é preciso chamar atenção para os limites do dito “livre arbítrio”. Afinal, a existência não é justa e nem seremos recompensados pelos nossos melhores esforços ou boas ações.

Tudo pode acontecer com você... E isso não depende de suas decisões. Antecipadamente não podemos saber as reais consequências dos nossos atos e inspirações.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

LAZER E CONSERVADORISMO


O tempo livre, o lazer e a vida privada, não gozam mais em nossa contemporaneidade de qualquer sinal de autenticidade.
A diversão tornou-se pré moldada. “viva de modo saudável”, “Vá ao cinema”, “a um determinado show”,  “visite tal site”, “seja feliz”...  Todo comportamento  não produtivo hoje em dia  tornou-se um modo de seguir o rebanho. A vida cotidiana revela-se um fastio ilimitado contra o qual cada vez menos conseguimos construir estratégias autênticas de evasão e subversão.

A ideia de controle social já não passa pela coerção simples, mas pela disciplinalização do ser humano privado em sua micro física existencial. O indivíduo contemporâneo já não tem muita preocupação com a autenticidade de sua  existência, com a angustia de sua finitude e nem é capaz de grandes questionamentos. Ele apenas se serve dos meios  conformistas de lidar com sua irracionalidade oferecidos pela sociedade.


O surto psicótico e a insanidade parecem ter se tornado a última esperança de uma  transformação social realmente sincera. Deveriamos reaprender a questionar a sociedade com os surrealistas, antes que se torne tarde demais. Talvez o futuro dependa do uso de alucinógenos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

NOTA SOBRE SOFRIMENTO

“Nenhum sofrimento humano é maior do que o planejado pela natureza.” – Conversa ouvida em um jogo de dados.”
CHARLES BUKOWISKI

O sofrimento é uma forma de paixão...  é o modo como percebemos que algo esta errado. Seja do ponto de vista físico ou psíquico.

Sofrer traduz sempre alguma forma de conflito...
Logo, a dor não existe. Ela não é algo mensurável ou definível a não ser como sofrimento.

A dor é apenas uma subjetiva impressão dos sentidos.
Apenas o sofrimento é real, objetivo. É dele de quem somos vitimas.

Mas é sua parte subjetiva, ilusória, ou seja, a dor, na qual erroneamente  colocamos  o  acento, nos julgando pacientes da dor e não do sofrimento.

É claro que  você não encontrará a corroboração desta simples nota sobre o sofrimento em qualquer dicionário, e muito menos entre os ocupantes  de leitos  hospitalares.


CARINHO DE LINGUA

Deixa minha língua
acariciar teu sexo
pela noite adentro.

Quero te ver contorcer
Em deliciosa agonia
Enquanto de provo a vulva,
Enquanto te chupo
E acordo teu gozo.

Quero te ver desfalecer
De alegria
Sofrendo o carinho

Da minha língua.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

BREVE CRÔNICA DE UMA TRAGÉDIA PESSOAL

As vezes parece que já  não existe saída para determinadas situações. Pelo menos nenhuma saída satisfatória ou que nos redima de todas as cagadas feitas ou que nos tire do caos em meio ao qual nos debatemos.

Nem sempre é fácil dormir a noite. Normalmente nem vale a pena.  Mas ficar acordado não muda nada. O fato é que já é tarde demais para pensar em qualquer possibilidade de mudança, ela se mostra tão improvável quanto a insuportável possibilidade de uma vida após a morte.

É claro que gostaria de poder realizar a feliz versão de um idealizado outro de mim mesmo, viver tudo aquilo que me fazia crer o destino  que me acenava nos horizontes da infância. 

Mas para que me iludir?  Tal coisa nunca será possível. Depois que você acumula tanta merda  em suas mãos  ela começa a fazer parte de você. Contamina tudo que você toca. As pessoas nunca mudam, pois são escravas delas mesmas, de seus desmoronamentos.

AMANTES

Somos um pênis e uma vulva,
Um gozar permanente,
Mesmo quando vazios da cama,
Mesmo quando andamos na rua
Sem pensar um no outro.

O gozo nos transforma,
No desejo que se perpetua.
Estou sempre lembrando
Do balanço da tua bunda

Da minha língua em tua vulva.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

UMA QUASE HISTÓRIA DE AMOR

Não sei o que fazia a gente se ver todo dia , comer e beber juntos e jogar conversa fora.

Ela não me dizia nada de importante. Era apenas uma jovem fútil e caprichosa como tantas outras. Mesmo assim eu gostava de estar com ela pela simples necessidade de me apartar um pouco de mim mesmo. Sem ela, meus dias seriam insuportávelmente vazios.

Mas foi inevitável. Uma hora acabamos nos entendendo na cama. Foi  quando começaram os problemas. Eu adorava  chupar a buceta dela. Poderia passar todo o resto da minha  vida apenas fazendo aquilo. Era como um vício.

Mas ela nem sempre estava disponível para mim. Com o tempo ela foi ficando cada vez menos disponível. Meu pau não lhe agradou tanto, suponho...

Foi assim que descobri um tipo novo e perverso de solidão. Eu não estava mais preso entre as sufocantes quatro paredes de mim mesmo. Eu agora era prisioneiro da necessidade do outro. Era terrível... Mas o que podia fazer?  Eu implorava pra gente se vê, prometia recompensas... presentes. Algumas vezes ela me atendia e eu tinha algumas horas de alivio chupando aquela bucetinha. Mas era claro que ela não tinha lá grande prazer com nossos encontros. Argumentava que o sexo estava estragando tudo.  Como se antes tivéssemos uma “grande amizade”....eramos apenas duas pessoas que utilizavam uma a outra como muleta pra suportar a vida. Ela não gostava de ouvir isso.  Mas era a verdade.

Durante um ano tivemos encontros regulares. Mas depois a coisa começou a esfriar. Eu mesmo já não sentia tanta necessidade da buceta dela. Ela , ao contrário, desenvolveu uma afeição maluca por mim. Queria  a todo custo que eu mudasse de vida.Eu sempre tinha sido um cara sem grandes ambições. Tinha um emprego medíocre que me permitia pagar minhas contas e encher a cara. Era o suficiente para mim. Não tinha sofisticações de consumo. Pouco me importava a boa vida de viagens e fazer pratrimônio que a maioria das pessoas dava tanto valor. Mas ela, não sei porque, decidiu que era preciso mudar isso.

Aos poucos, a coisa mais importante da vida dela passou a ser modificar a minha. Justo quando eu precisava cada vez menos dela. Sua buceta já não tinha o mesmo gosto. E agora eu tinha que lidar com a mulher que acompanhava a buceta. Tudo se transformou num inferno. Nos encontrávamos, trepávamos trivialmente  por uma hora, e as duas horas que se seguiam, eram dedicadas a infinitas brigas, que não me faziam o menor sentido. Eu se quer entendia o que ela estava dizendo na maioria das vezes. Só me sentia obrigado a responder, a me defender. Mas também não fazia a mínima ideia do que estava dizendo.

Chegou a um ponto em que não conseguimos mais continuar com aquilo. Mesmo assim foi doloroso me despedir  dela. Ela ficou muito mal. E eu pior ainda por conta disso. Mas era o certo a se fazer. Na maioria das vezes o certo é muito desagradável.  Mas continua sendo o certo.

Era o que eu pensava até agora. Acabei de saber que ela se matou na noite passada. Me sinto culpado... Eu continuei minha existência vagabunda sem a buceta dela. Mas ela não conseguiu continuar a sua sem poder mais tentar arrumar minha vida. Coisas assim me levam a ter medo das pessoas. Nunca se sabe o que se pode esperar delas, nem o que elas podem esperar da gente. A verdade é que  a gente se machuca muito nessa vida... Mas é o preço de se respirar.    

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

LÍNGUA, BOCA E GOZO

Este gozo tão breve
Que através de nós se atreve
É, paradoxalmente, infinito.
Então  deixa eu chupar,
Me chupa,
Busca comigo
Com a boca e com a língua
Novamente o gozo
E gosto

Mais intenso da vida.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

GOZO

Goza de novo amor desta noite.
Goza
Que o amanhã não existe.
Prova todo o prazer deste mundo
No pouco desta dança.

A natureza é tudo que somos
Nas vontades do corpo.

Goza
 sem pensar em nada.
Goza
Que tudo não existe.
Somos apenas
O desespero deste beijo.