terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

SABEDORIA DO INFERNO




Colho no meu
Mais intimo inferno
Os tesouros
Da vida
Mais profunda.
Cresço onde sou
O nivelado
Do tudo e do nada,
Onde nenhuma razão obscurece
A natureza selvagem
Do mais radical  
Da condição humana
Entre vigilia e sonho.
Quando seu dia correr contra sua existência.
Apenas viva,
Fora das coisas
E sem justificativas...

CONTRA TODA REALIDADE

A ideia de realidade anda atualmente cheia de fraturas e prenha
 de erros e ilusões.
São cada vez menos criveis os ainda possíveis cenários do existir
provisório de cada dia,
Cada vez mais sem sentido empunhar um rosto no amorfo da
multidão.
Até mesmo desesperos e revoltas mostram-se dignos de riso e
troça.
Despidos de significados exibimos a nudez de nossas
imaginações contra o lugar comum do bom senso, do tedio e do
fato cotidiano dentro do qual gradativamente nos desfazemos.

DESTRUIÇÃO

O real já não nos aprisiona,
Não dita determinismos.
A consciência vacilante
Desfila nua no caos triunfante,
Vive o doce deleite
Do que se desfaz,
Do que não será mais,
Sem deixar uma única
Lágrima de nostalgia,
Uma única ferida
De lei ou imaginação.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A LOUCURA DE UM ENCONTRO



O sem rumo
Dos teus descaminhos
Me conduziu ao infinito,
Ao vazio,
Ao frio do sonho
De me querer indistinto.
Vistimos nossos rostos
Pelo avesso,
Nos despimos de sociedades
Imaginando mundos
Onde não fossemos,
Simplesmente,
Tão desesperados.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

MATRIX



Vivemos entre desrealidades
E simulacros
Na virtualidade do possível
De todas as coisas
Onde o simples estar no mundo
Tornou-se
Perigosamente duvidoso...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A GRIPE


ESTOU POR AQUI GRIPADO,
LUTANDO CONTRA O CORPO
 NO VAZIO DOS HABITOS.


 A GRIPE É QUASE
 UM ESTADO DE ESPIRITO...

 MAS TUDO EM  QUE EXISTO
 É MEU CORPO,
 EM INSPIRADA REVOLTA
 CONTRA OS  LIMITES E CIRCUNSTÂNCIAS
QUE ME DEFINEM NO TEMPO
 E NUDEZ DE MUNDO...
  

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

FUGA Nº 01



Não me basta

Neste instante

Estar aqui e agora

no virtual

vazio cultural

das portas de mim abertas

ao absurdo social.

Não me basta o que existe,

as formulas prontas

de um mundo caduco,

onde pouco vivo,

ou as promessas vazias

de uma vida harmônica e plural.

Não me reconheço

em utopias,

mas no possível selvagem

de uma estrada aberta

na liberdade fugaz

do momento

em que desencontrado

das coisas

aprendo a rir e fugir

de tudo

em viril melancolia.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

CITAÇÕES SOBRE A CONDIÇÃO HUMANA



O meu nirvana

No alheamento da obscura forma humana,
De que, pensando, me desencarcero,
Foi que eu, num grito de emoção, sincero
Encontrei, afinal, o meu Nirvana!

Nessa manumissão schopenhauereana,
Onde a Vida do humano aspecto fero
Se desarraiga, eu, feito força, impero
Na imanência da Idéa Soberana!

Destruída a sensação que oriunda fora
Do tacto — ínfima antena aferidora
Destas tegumentárias mãos plebéas —

Gozo o prazer, que os anos não carcomem,
De haver trocado a minha forma de homem
Pela imortalidade das Idéas!


Augusto dos Anjos

 


Terrível condição do homem! Não há uma das suas felicidades que não provenha de uma ignorância qualquer.


Honoré de Balzac

 


Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.


Albert Einstein

 


Não tive filhos, não colaborei para a propagação da miséria humana.


Machado de Assis

"A felicidade é a posse perpétua da condição de estar bem enganado, o estado pacífico e sereno de ser um tolo entre canalhas."


Jonathan Swift

"É uma verdade da condição de ser humanos que todos mentem. A única variável é sobre o quê"


Dr. Gregory House

"A raça humana exagera em tudo: seus heróis, seus inimigos, sua importância."


Bukowski

Brincar é condição fundamental para ser sério.


Arquimedes

Por exemplo, sabem que a maior parte da raça humana é uma grande merda. Eu poderia ficar em casa. Poderia trancar a porta e brincar com tintas ou qualquer coisa assim. Mas, de alguma forma, tenho que sair, e ter a certeza que toda a humanidade é uma grande merda. Como se fosse mudar…


Charles Bukowski

"A civilização não suprime a barbárie, aperfeiçoa-a."
( Voltaire )



CETICISMO EM PESSOA:

...Com um pouco de saliva quotidiana
Mostro meu nojo à Natureza Humana.
A podridão me serve de Evangelho...
Amo o esterco, os resíduos ruins dos quiosques
E o animal inferior que urra nos bosques
E com certeza meu irmão mais velho!...



AUGUSTO DOS ANJOS em Monóloga da Sombra.

A REALIDADE NÃO EXISTE

A realidade não existe... Não passa de um exercício de
imaginação,  de uma convenção, ou um habito do qual não
 conseguimos nos livrar enquanto padecemos no tempo e
espaço da presença das coisas em mundo.
Tudo que nos acontece conduz ao nada, a indiferença dos dias
 que nos percorrem nas incertezas da vida.
A realidade não existe... Desfazendo cada certeza que nos
 sustenta os fatos.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

MAGICO ENCONTRO CASUAL

Teu corpo

dentro

dos meus olhos,

teus olhos

dentro de mim

e depois,

nossos corpos

entrelaçados

no agitado silêncio

dos atos;

prazeres , carícias

e abuso

dos fatos físicos.

Não pensamos,

apenas sentimos

a embriaguez do momento

até nada mais

fazer sentido

e tudo se tornar

intimidade e movimento...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

ORGASMO

Quase não nos
Distinguimos
Um do outro
Quando fisicamente à noite
Envolve meu corpo
Tremulo entre
Suas cochas.
Tudo se torna
A deliciosa treva
Do gozo
Que transfigura
Os sentidos,
Que transforma a vida
No infinito do átimo
De um segundo.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O BARCO DOS LOUCOS by HIERONYMUS BOSCH



"Esta pintura seria parte de unico conjunto formado por Alegoria do Prazer (Yale University Gallery, New Haven) e A Morte do Ávaro. O tema do brco cheio de libertinos e foliões surge de um poema de 1413 do holandes Jacob van DeBlawe Scuut Oestvoren. E reapareceu em 1494 em uma obra satírica publicada em alemão e latim por Sebastian Brant (Das Narrenschiff, O Navio dos Tolos), em 1509, em comemoração ao Elogio da Loucura , de Erasmo de Roterdan.

O assunto é geralmente interpretado como uma ilustração da loucura, um desequilibrio que acomete todos os comandantes de barco, embora tambem seja entendido como uma sátira ou condenação de um dos sete pecados capitais: a gula. Um padre uma freira, representados de perfil de boca aberta, parecem disputar um alimento de formato arredondado (Doce? Pão? Uma Fruta?) pendurado entre eles. Uma plancha de madeira está colocada entre eles. Uma prancha de madeira está colocada entre os dois. e sobre ela há um plato com as cerejas da imodestia,uma alegoria plausive.

A freira parece tocar um alaude, instrumento musical frequentemente associado a intemperança. O mastro do navio, completamente desprovido de vela, carrega um frango na ponta e foi transformado em um pau de cebo. Nele tremula uma bandeira com o simbolo da lua, a metáfora iconográfica dos lunáticos."

FONTE: Coleção Grandes Mestres. A bril Cultural