Todo fim de semana a gente se
encontrava naquele motel barato. Era sempre o mesmo ritual. Eu fechava as
janelas e as cortinas, apagava todas as luzes, enquanto ela se despia
mecanicamente. Depois nos deitávamos no escuro sem trocar uma só palavra. Não nos enxergávamos, nos despíamos de nossa
própria humanidade.
Trepavamos... Ou nossos corpos se
realizavam através um do outro na mais franca e despudorada putaria. Era uma
foda louca. Mas parecia que não estávamos ali fodendo. Eramos sem rosto um para
o outro. Sexo era essencialmente um modo de prostituição, de despersonalização.
Não importa o quanto nos sentíssemos cúmplices e comprometidos naquela cama.
Não éramos nós. Não éramos pessoas. Apenas dois corpos em alucinada febre.
Mas na hora isso pouco importava.
Não conseguia pensar em merda nenhuma enquanto sua buceta, untada de desejo, apertava meu pau como
nenhuma outra e me fazia gozar antes do tempo passando para minha a língua a
responsabilidade de leva-la o orgasmo.
Depois do sexo também não falávamos
nada. Nem nos olhávamos. Nos despedíamos friamente e íamos embora. Era assim
todo fim de semana.
Aquilo não era exatamente um
relacionamento. Mas também não era um encontro casual. Estávamos além de
qualquer definição do que pode acontecer de mais intimo entre um homem e uma
mulher.
Durante a semana também não nos falávamos.
Nada sabíamos da vida um do outro. Tudo que importava era que todos os sábados
nos encontrávamos religiosamente no mesmo horário naquele quarto modesto de
motel. Era o suficiente. Aquilo era melhor que a rotina idiota de uma vida a
dois. Se fossemos um casal não sei se ainda estaríamos juntos.
Se eu gostava dela? Bom.... Não
levava em consideração essa porra de gostar. Ninguém gosta para sempre e quando
mais se conhece uma pessoa menos interessante ela no parece. O que importa é
que estávamos juntos. Trepando exclusivamente um com o outro ao longo de cinco
tesudos anos.
Puta que pariu! Quantos casais
sabem o que é isso? Eles sabem demais, querem demais, sonham de mais. Nós não pensávamos em porra nenhuma. Só queríamos
trepar e esquecer a merda da vida por algumas horas de prazer vulgar.
Ela gostava de ficar sempre por
cima. Costumava me morder, me arranhar e eu tinha sempre que segurar a mão dela
em algum momento para evitar uma dedada no cu. Nenhuma mulher que eu já tive podia ser comparada a ela.
Gostava do seu jeito selvagem. Ela sabia colocar um homem em seu devido lugar.
Eu fazia quase tudo por aquele corpo.
Mas não. Ela não era bonita. Era
até um pouco gordinha. Mas eu detesto
aquela beleza idiota de capas da Play Boy. Gosto de mulheres cujo corpo foge aos padrões. Sei que elas não
são uma caricatura de Venus. Que não se
rendem a vaidade imbecil das mulheres de plástico que adoram elogios, presentes
e mais atenção do que aquela que realmente merecem. Não sou deste tipo de homem
que se ilude com os falsos atrativos de uma bela bunda. Toda bunda caga.
Mulheres bonitas também vão ao banheiro. Mas quem pensa nisso?!!!!!
Não seu imbecil! Eu não sou
doido. Você é que não passa de um retardado e um medíocre de merda. Não sabe
nada sobre mulheres! Pelo menos não sobre as poucas que realmente valem a pena.
Você é como a maioria e acha que a bela porcaria do teu pau é o centro do mundo.
Quer saber?! Essa merda desta
conversa acaba por aqui! Vai pra puta que te pariu!!!!