segunda-feira, 30 de junho de 2014

COTIDIANAMENTE...

A vida é feita do efêmero,
das dores do dia
e agonias das imaginações.
Os pensamentos correm descalços
Pelos jardins de rotinas
Onde meu eu derrete
Como sorvete frente
As confusões e desencontros
Entre as pessoas e os fatos.
Nada me leva a nada
E, entretanto,  a vida inteira
Parece estar contida
Na superfície de uma poça d’agua.


domingo, 29 de junho de 2014

A DECADÊNCIA DO HUMANO

As vezes parece que a vida humana deixou de viver e apenas existimos contra nós mesmos.
Já não somos capazes de transcender as tensões cotidianas através da volúpia oceânica,
da anarquia e desregramentos do pensamento através das imaginações redentoras.
Aposentamos aos poucos nossos sonhos e esquecemos o luxurioso corpo da musa liberdade...
Nos rendemos ao cotidiano e ao sempre igual.

A MANHÃ DAS DORES

As dores acordaram
na manhã sangrenta
e sapatiaram sobre
as horas nuas.


Gritavam a vida que não foi,
as misérias cotidianas
e os absurdos da sociedade.
Cospiam na solidão
e reinventavam a realidade
que se perdeu no encanto
de uma lágrima.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A BREVIDADE DAS ALEGRIAS

Nossas vontades quebradas
Descansam a sombra dos desejos
Reinventando ilusões de felicidade.
Sempre queremos mais do que a vida
Dita pelo tédio dos dias,
Sempre esperamos mais do que
A brevidade de nossas alegrias.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

ANGUSTIA

                                                                                                     
A urgência de mudanças me assusta. Suprema é a angustia que em mim ela acorda, fazendo com que a tarde não caiba na minha vontade de que o tempo passe, que tudo se acabe na novidade de um novo impasse, de um risco e um riso escrito na noite do meu eu desfeito em gritos. Já perdi meus passados e não espero futuros. Já perdi tudo  aquilo que me sustentava os dias. Sei que  mudanças já não são possíveis. Mesmo assim espero por novidades, tomado pela mais radical das expectativas. Não importa se nada nunca aconteça...

domingo, 8 de junho de 2014

CONTRA O VAZIO DOS SONHOS

Diga aos meus sonhos
que durmam,
que me esqueçam,
que não saibam a angustia
que me define o cotidiano.

Diga aos meus sonhos que desapareçam.
Mais vale  uma ruina  de futuro
do que a ilusão de um sonho.
O resto é pura e metafísica
especulação
contra os imperativos da rotina.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

IRRACIONALIDADE

Perdida a razão das coisas,
Resta o espanto de existir
Contra os fatos,
A inércia de continuar
Seguindo pela vida,
Mesmo Sem o consolo de um riso
Que nos rasgue o cotidiano,
Que nos faça enxergar além
Do imediatismo da simplicidade
Das coisas que nos consomem
Despidas de qualquer razão.