Eu me excitava ouvindo sua voz
macia enquanto se despia em frente a cama de motel barato. Gostava de suas
curvas, dos seus quilinhos nos quadris e da cabeleira loura meio anárquica como uma fogueira que ela
sabia usar com maestria como arma de sedução. Não bastasse isso, seus seios
eram generosos e davam uma boa diversão.
Ela não precisava ser nenhuma
Afrodite para proporcionar uma boa trepada, sabia boas posições e formar de
desfalecer capazes de enlouquecer totalmente um homem. Nosso sexo era bom.
Gostava quando sua buceta apertava meu
pau e de depois relaxava entre seus ais. A noite parecia passar em segundos!
O grande problema é que não
tínhamos muito o que fazer fora da cama. Quando tentávamos conversar acabávamos
discutindo e ofendendo um ao outro. Nossas brigas ao telefone eram memoráveis.
Qualquer coisa era motivo para uma boa discussão gratuita. Até o fato de estar
frio ou calor na noite anterior.
Não dava para achar aquilo que
havia entre a gente de relação. Éramos apenas dois coitados que se encontravam
frequentemente para mendigar um ao outro a distração de um coito sem maiores
consequências. Acho que brigas eram constantes por que não tínhamos mais a
oferecer do que isso. Não passávamos de uns fudidos com uma vida desgovernada e
presos a uma família que já não dizia nada pra nenhum de nós.
Sim. Ambos éramos casados. Não me
venham criticar os insuportáveis moralistas de plantão. Quando o casamento é
uma merda, mas razões financeiras nos impedem de correr dele, a traição é a
melhor estratégia de sobrevivência.
Não tínhamos muito do que
reclamar. As horas que passávamos trepando compensava tudo. Não éramos
exatamente felizes. Mas quem se importa? Só de ter alguma coisa que nos faça
valer apenas respirar e levantar todo dia já é mais do que suficiente para dar
um mínimo de significado a nossas vidas.
A triste verdade é que para um homem metido em
um casamento arruinado, uma amante é uma forma de afirmar a auto estima e fugir
da prisão de suas rotinas medíocres. Não estava procurando um grande amor, só
me livrar de vez enquanto daquela merda toda que tinha. Era suficientemente
franco comigo mesmo para admitir isso.
Homens são sinicamente vaidosos.