segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O escândalo da "Sagração" na sua estréia em 1913

sábado, 24 de dezembro de 2011

SOBRE AS ODES DE ANACREONTE

       As odes de Anacreonte é uma das mais curiosas obras  do período Alexandrino da civilização grega, aquele período em que, após a morte de Alexandre o grande, o helenismo se universalizou no encontro do oriente e do ocidente...
       
BEBAMOS 
     
A negra terra bebe-é certo.
        Bebem as arvores a terra;
]-     O mar bebe o vapor incerto
        e como a terra bebe a chuva
        o sol ao mar, anos inteiros,
<!        ea lua ao sol fica a sorver...
        então porque , dos cachos de uva,
        brigais comigo, ó companheiros,
        brigais porque  quero beber?!”

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ANATOMIA DA COLETIVIDADE CONTEMPORÂNEA

Compartilhamos as mesmas experiências, a mesma língua, cidade, desejos e emoções... Entretanto, como somos diferentes e distantes, como não passamos um para o outro de apagadas sombras na paisagem humana que decora  a vida inerte de ruas e prédios.
A verdade é que nunca existimos uns para os outros, nunca existiremos... Seremos sempre como anônimos no passeio público cujo rosto nunca se fixa em qualquer sentimento de um nome, em qualquer real sintonia ou sincronicidade de existência.
Afinal, a vaga e abstrata idéia de comunidade ou sociedade já não mais define a coletividade humana...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

ATEISMO E LIBERDADE


Meu pensamento é livre!
É constante redescoberta
do mundo,
Aleatório devir da vida
Na aventura do tempo-espaço....
Meu pensamento é carne.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

RADICALIDADE

Apressa-te a viver!
Murmuram o vento,
O rio e o céu aberto...
Sofre feliz
Este absurdo espetáculo
De caos natureza
Que nos define
Como o perecível arranjo
De partículas
Até o limite
De suas forças...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

DELIRIO MATINAL

Um dia de sol e infância
Acordou
Para o sonhar diurno,
Me fez buscar o mundo
A contra pelo
Tentando explodir o cotidiano
E a comportada paisagem
De obrigações e trabalho.

Escrevi um grito nos muros
e rasguei a carne
da carne da realidade...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

DELÍRIO NOTURNO

A noite desarrumada
Sobre a rua suja
É um doce labirinto
De possibilidades,
Uma incerta realidade
Que se esclarece nos cacos
De velhas verdades
Que não se sustentam
No alvoroço simples
De uma madrugada
Em que o próprio mundo delira em nós....

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

PREGUIÇOSO DELÍRIO

Passarei o dia
Deitado
Sobre coloridos retalhos
De sonhos
Lavando palavras
Ao luar
Até que todas as estrelas
Caiam de um céu
Que não existe
No falso do firmamento...

FLUIR

Provavelmente, hoje não verei a janela aberta de uma futura tarde de sol, não reinventarei passados na fluidez do agora, espalhando coisas e pensamentos no superficial do tempo quase imperceptível  de abstratas realidades de vento.
Fluirei sereno no incerto da consciência que se transforma a cada momento de pensamento revelando o inútil de todo esforço de alcançar a mim mesmo, já que o eu é sempre um outro que nunca passará de um esboço, de uma possibilidade múltipla de identidades provisórias.  

terça-feira, 29 de novembro de 2011

APOLOGIA DO MEDO


Muitas vezes o medo se revela como nosso mais caro aliado no devir da existência. Pois ele nos inspira a quebrar inércias, correr riscos e reinventar tudo aquilo que até então parecia certo e imutável.
O medo, quando certas circunstâncias o despertam para o cotidiano, é o mais transformador de todos os instintos humanos...

domingo, 27 de novembro de 2011

A NOVA CONCEPÇÃO DE MUNDO SEGUNDO NIETZSCHE (citação)

“ A nova concepção de mundo.- O mundo subsiste; não é nada que vem a ser, nada que perece. Ou antes: vem a ser, perece, mas nunca começou a vir a ser e nunca cessou de perecer,- conserva-se em ambos.... Vive de si próprio: seus alimentos são seus excrementos.
A hipótese de um mundo criado não deve afligir-nos nem por um instante. O conceito “criar” é hoje perfeitamente indefinível, inexequível; meramente uma palavra ainda, rudimentar, dos tempos da superstição; com uma palavra não se explica nada. A última tentativa de conceber um mundo que começa foi feita recentemente, várias vezes, com o auxílio de uma procedura lógica-na maioria das vezes, como é de adivinhar, com uma segunda intenção teológica.”
F. NIEZSCHE §1066 in O ETERNO RETORNO textos de 1884-1888

MARGINAL FILOSOFIA


NUNCA TEMA SEGUIR O ECO DO SEU PRÓPRIO GRITO,
VAGAR PELAS MARGENS E SOMBRAS DE SEU PRÓPRIO PENSAMENTO,
DESPIDO DE TODO INFINITO E VERDADE.
APENAS POVOE DE SONHOS A MADRUGADA
NA NUDEZ DE SUAS MAIS DESTILADAS VONTADES ABERTAS...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

LENDA URBANA E CRITICA A MITOLOGIA CRISTÃ

Foi entre os extras da  edição em DVD da 6ª temporada da irreverente série SUPERNATURAL que tomei conhecimento de uma das mais ridículas lendas urbanas de todos os tempos. Falo do mito do buraco do inferno.
Segue o endereço de uma fonte de informação sobre o assunto:
Em linhas gerais, trata-se da suposta experiência de ouvir gritos de agonia dentro da terra quando se cava em profundidade. A mais famosa versão da lenda ocorreu na Siberia em 1989 entre operários que cavavam (TALVEZ) um poço de petróleo como comentado na página indicada.
felizmente, quando o homem foi a lua, já sabíamos  que o céu religioso é uma ilusão tosca de salvação da morte, que tudo que encontramos no além da estratosfera é um estranho  e misterioso universo em expansão, onde não existem almas nem acentos divinos ao lado direito de qualquer deus... Muito menos normatizações ou principios absolutos ao gosto de qualquer megalomaniaca e caprichosa divindade.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

BREVE APONTAMENTO SOBRE O MONSTRUOSO E A HISTORIOGRAFIA

Em sua introdução a sua obra MONSTROS, DEMÔNIOS E ENCANTAMENTOS NO FIM DA IDADE MÉDIA o historiador Claude Kappler  explica a relevância de um dos mais fascinantes e fecundos temas da história das mentalidades e do imaginário. Creio eu que o monstro e a mosnruosidade, enquanto imagem arquetípica e ao mesmo tempo  contextualizada em cada especificidade cultural, representa um desafiador tema de pesquisa  que desagua na estética contemporânea  incarnada no  heavy metal ou em filmes de terror do século passado e até mesmo em certas escolas literárias.

Nossas codificações do monstruoso são significativamente diferentes daquelas edificadas na idade media e na renascença, pressupõem um certo prazer estético e sua dessacralizão, o que só aumenta sua pertinência como tema de pesquisa....

“A ideia deste trabalho germinou na contemplação de Jeronimo Boch. Apesar de todas as tentativas de interpretação, sua obra  continua sendo um mistério para os modernos. Ora, não era isso que ocorria no século XV e XVI: grande número de suas obras foi comprada por Filipe II de Espanha, “o rei muito católico”, que declarou querer estar, na hora da morte, diante do tríptico das Delícias. Jeronimo Bosch foi extremamente apreciado em vida e, muito provavelmente compreendido. Ai está o que contradiz logo de início a imagem de pintor diabólico, alucinado, herético, maldito; imagem esta que, no modo de ver de alguns críticos modernos, “explicaria” sua criação monstruosa. Assim se apresenta o problema que está na origem do nosso estudo: o que para nós é obscuro parece ter sido claro naqueles tempos. Por que? Se Bosch foi, ao que parece, um artista muito conceituado mas “sem história” e sem escândalos, se sua obra foi aceita com toda naturalidade e em geral apreciada, foi por estar inserida num contexto que a esclarece e explica. É esse o contexto que nos interessa: interessa-nos em si mesmo e não enquanto explicação de  J. Bosch.”    

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

SOBRE BATMAN, FILOSOFIA E AUTENTICIDADE...

Este post se propõe a ser uma singela homenagem ao curioso imaginário das histórias em quadrinhos através de um de seus mais performáticos e emblemáticos personagens: BATMAN. Para tanto, lanço mão de uma citação do ensaio NOITES ESCURAS E O CHAMADO DA CONSCIENCIA  by JASON J. HOWARD in BATMAN E A FILOSOFIA:

"A escolha por ter uma vida autêntica traz algumas noites sombrias; porém esse é o preço que devemos pagar para ter uma vida sem ilusão. A aceitação desse fato por parte de Batman sustenta o heroísmo dele. Ele conta com sua própria vontade, e não com um poder sobre humano, para ter uma consciência autêntica. Por conseguinte, o propósito da capa e do capuz não é esconder o que ele é. A fantasia é um atestado das escolhas que fez e do homem que se tornou. Embora não possamos literalmente imitar Batman e os riscos que ele corre- afinal de contas, ele é um herói de histórais em quadrinhos-, as batalhas internas dele não são de modo algum estranhas a maioria de nós. Batman é uma pessoa que luta para afirmar o peso de suas escolhas e ter uma existência autêntica. Em um mundo no qual o conformismo alienado é excessivo, a ignorância é a ordem do dia e o medo o nosso maior mestre, o chamado do batman à consciência é um exemplo de como a vontade de confrontar o significado de nossa existência também pode ser o caminho para a liberdade pessoal.”

Metallica - One - Legendado PT BR

JOHNNY GOT HIS GUM

O escritor Dalton Trumbo escreveu e dirigiu um único filme. Mas foi o suficiente para ganhar um lugar de destaque na história do cinema mundial. JOHNNY GOT HIS GUM ( JOHNNY VAI A GUERRA) de 1971 é considerado até os dias de hoje o melhor filme anti belicista ou pacifista de todos os tempos.

A imagem de um soldado abatido nas trincheiras da 1º Grande Guerra, sem rosto, sem braços ou pernas, isolado do mundo em sua própria mente implorando para que o matem, quando o exército insiste em mante-lo vivo e escondido, é  definitivamente uma sombria e contundente homenagem a todas as vítimas da barbárie da guerra e ao lado sombrio da civilização.

Interessante observar que este filme inspirou a musica ONE do álbum  ...AND JUSTICE FOR ALL do Metallica e também uma defesa convincente da eutanásia.

Creio que o monólogo final do soldado sem rosto  resume o longa de forma perfeita:

“...POR DENTRO, GRITO E ESPERNEIO COMO UM ANIMAL ENCURRALADO E NINGUEM LIGA. SE TIVESSE BRAÇOS, ME MATARIA. SE TIVESSE PERNAS, CORRERIA. SE TIVESSE VOZ, FALARIA, E ISSO ME FARIA COMPANHIA.
NÃO POSSO PEDIR SOCORRO... PORQUE NINGUEM ME AJUDA. NEM DEUS, PORQUE DEUS NÃO EXISTE. NÃO PODERIA EXISTIR EM UM LUGAR ASSIM.
MESMO ASSIM, PRECISO FAZER ALGO. PORQUE EU... NÃO SEI COMO VOU AGUENTAR ISSO POR MUITO TEMPO.
SOS...SOCORRO. SOS... SOCORRO. SOS... SOCORRO. SOS...SOCORRO....

domingo, 13 de novembro de 2011

VOLÚPIA

Apenas sentirei
A mudez da vida
No corpo etéreo
De pequenos prazeres
E aventuras
Saboreando o aleatório
Das micro realidades
De cada momento
E movimento do tempo...
Serei em tudo
Superficial e efêmero
No seguir do vento
Escrito em meus olhos....

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Black Sabbath - Black Sabbath (Ozzfest 2005)

L'INFERNO: 100 ANOS DEPOIS


2011 é o ano do centenário de um dos mais importantes e, provavelmente, o mais antigo clássico do cinema mundial. Refiro-me  ao, infelizmente  hoje pouco celebrado INFERNO dirigido por Giuseppe de Liguoro. Trata-se da primeira adaptação da Divina Comédia de Dante Alighieri para o cinema.  Esta homenagem ao poeta tem como pano de fundo o conturbado cenário político da Itália do inicio do sec. XX e os dilemas de sua unificação tardia enquanto estado nação.
INFERNO foi em sua época o mais ousado e grandioso empreendimento da então ainda nascente sétima arte. Seus gigantescos cenários inspirados nos desenhos de Duher e inovadores efeitos especiais foram tão revolucionários que durante muito tempo não foram superados por qualquer outro filme.
Através desta singular produção pela primeira vez a platéia experimentou o medo e a perplexidade no cinema.
Ouso acrescentar que mesmo nos dias de hoje sua linguagem “surrealista” e fantástica ainda nos provoca uma curiosa impressão.

domingo, 6 de novembro de 2011

TRASH MOVIE: BAD TASTE


Nos idos dos anos 80, antes de tornar-se famoso pelo sucesso de filmes como a trilologia do Senhor dos Anéis e sua nova versão do clássico King Kong,  o hoje celebrado diretor neo zelandês PETER JACKSON produziu e dirigiu aquele que hoje é considerado por muitos a obra prima do trash  movie.

Refiro-me aqui a BAD TASTE ( Mau gosto), seu primeiro longa, lançado em 1987. Com um orçamento  demasiadamente pequeno, muita paixão pela sétima arte e uma criatividade surrealista, Jachson e seus amigos produziram este clássico, inicialmente concebido como um curta de 15 minutos em 1983 que reinventou-se  em um longa filmado entre muitos sacrificados  fins de semana e feriados ao longo de quatro longos anos com uma câmera de segunda mão de 250 dólares.

O resultado não poderia ser mais gratificante. O filme é maravilhosamente tosco, recheado de efeitos especiais ridículos , porém hilários, contextualizados por um roteiro absurdo e citações de outros clássicos do gênero como O Massacre da Serra Elétrica. Ousaria arriscar o palpite de que a associação entre zumbis e extra terrestres que norteia o enredo é uma referência ao celebre  Plan 9 From Outer Space ( Plano 9 do Espaço Sideral)- 1959 do diretor Ed Wood.

Definitivamente, trata-se aqui de uma obra prima do trash que nenhuma palavra ou descrição por mim concebida faria a devida justiça. Posso, portanto, apenas celebra-lo através desta pequena e propositalmente  limitada resenha. 

sábado, 5 de novembro de 2011

SOBRE RAZÃO E INDÍCIOS

ACREDITAR É SEMPRE UMA FALHA DE RACICOCÍNIO,
ENQUANTO  PERMANENTEMENTE INVESTIGAR É  UMA PREMISSA
DE TODO PENSAMENTO CRITICO...

AFINAL PESAR É SEGUIR INDÍCIOS,
REINVENTAR  EXPERIÊNCIAS E EVIDÊNCIAS
TRANSCENDENDO A INGENUIDADE
DO MERO EMPIRISMO...

domingo, 30 de outubro de 2011

SOBRE FILOSOFIA E MATERIALISMO NOS OITOCENTOS...



“ O começo da filosofia  não é Deus, não é o absoluto, nem, o ser como o predicado do  o começo da filosofia é o finito, o determinado, o real. O infinito não pode pensar-se sem finito. Podes tu pensar , definir a qualidade, sem pensar numa qualidade determinada? Por conseguinte, o primeiro não é o indeterminado, mas o determinado, pois qualidade determinada nada mais é do que qualidade real; qualidade real; a qualidade real procede a qualidade pensada.”
LUDWIG FEURBACH in PRINCIPIOS DA FILOSOFIA DO FUTURO 

domingo, 23 de outubro de 2011

AFORISMAS SOBRE A VERDADE


O conceito de verdade é uma perigosa fantasia de absoluto que nos ilude  na armadilha de certezas incondicionais...
@
Mais do que uma questão de ponto de vista, a verdade é um inevitável  e provisório auto engano.
@
A verdade é a ditadura do absoluto contra a incerteza elementar dos experimentos...
@
SER e VERDADE são as maiores falácias da trágica tradição filosófica ocidental....

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

META SIMBOLISMO


Quero agora
A metade perdida
De todos os símbolos,
A original mentira
Com a qual nos fantasiamos
Quando buscamos a vida
Dentro de qualquer espelho...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

POEMA TRÁGICO


Sombras povoam
O lado esquerdo
De um inocente sonho
Desafiando as certezas diurnas
Dos passos
Que se imaginam seguros
Na linha reta
De qualquer caminho...

O caos é sempre
Nosso último destino.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

NOVÍSSIMO SONHO

Sonho com a transfiguração de todas
As linguagens
A reinvenção do mundo
No mínimo ato humano
De existir entre as coisas...

Sonho o avesso dos propósitos
E finalidades
Socialmente estabelecidas.

Proponho-me
novíssimo
Lançando-me sem direção
Em virtual releitura
De vida inteira
No múltiplo delírio
De meus  tantos eus .

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

SOBRE RAZÃO E TELEOLOGIA

Apesar do relógio ainda abitar o imaginário contemporâneo, estamos hoje imensamente distantes da ideia de um “universo maquina” ao gosto do mecanicismo dos séculos XVII e XVIII em  suas variáveis entre deísmos e materialismos.

O relógio já não é mais um símbolo de teleológicas ilusões de uma racionalidade estreita e normativa. Reinventamos atualmente  as ilusões antigas de realidade  em TV e Internet...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A REBELIÃO DA CHUVA

O dia acordou desajustado....

A chuva
Decora agora de onírico
A infinita paisagem urbana
Perturbando o cotidiano
Com um discreto toque
De rebeldia e caos.

Imprudente
Rasgo, então,
Um pedaço de liberdade
Do calendário
E me perco em imaginações...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

CONTRA A DEUSA RAZÃO

·         O conceito de racionalidade, tão caro  a cultura e aos saberes ocidentais, não passou até agora de uma falácia teleológica, de um arrememdo de metafisica a configurar nosso sentimento de realidade de um modo indiscritivelmente perverso. Pois não existe qualquer propósito ou finalidade nas coisas da natureza que não passe de um tolo capricho humano, um malabarismo do intelecto.
·         Em outras palavras,  criamos a razão para lidar com um mundo sem sentido e hostil, domesticá-lo de acordo com nossas necessidades e imperativos de sobrevivência, sem perceber que nos fazíamos gradativamente escravos de sua falsa necessidade...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

IAN CHRISTE E O FUTURO DO HEAVY METAL

Em sua história do heavy metal Ian Christe traça um cenário para o futuro deste estilo musical em função de uma leitura da contemporaneidade que nos faz pensar em uma relação profunda entre heavy metal e contemporaneidade. Que cada um formule suas próprias especulações sobre o tema...
“Como o mundo agora encara uma grande incerteza, o heavy metal lidera o caminho com ideias enormes e olhos fixos, percorrendo novos meios com vigor ao atacar com musicas longas demais para o radio, visões distorcidas demais para a televisão e críticas controversas sobre a atualidade diante das mazelas sociais do grande circuito. Toda essa experiência, jubilantemente absurda para os observadores, continua a estabelecer padrões impossíveis, atingi-los, e então quebrar todas as expectativas e começar de novo. “Precisamos continuar rebeldes agora mais do que nunca em um mundo que tenta  nos conformar com o padrão moral estabelecido”, urge Jeff Becerra, do Possessed.
É claro, o heavy metal vai surgir em formas que muitos metaleiros de hoje mal irão reconhecer e podem ser avessos a aceitar. O que vem em seguida é deixado para as crianças choronas e barulhentas nascidas neste minuto. Elas vão pegar o que quiserem  do amplo legado do heavy metal e deixar o resto para o pó. Apesar da grandeza do metal, em última analise, ele vem da própria vida: inflamando o intelecto, sacudindo os sentidos e golpeando a alma do modo mais completo, como nenhum outro som já fez. Mais do que nunca, a humanidade precisa desses riscos e contradições.”
Iar Christe. Heavy Metal: A história complete.tradução de Milena Duarte e Augusto Zantoz.SP:Arx, Saraiva, 2010, p. 450.

IMAGINAÇÃO HOJE

Quanto mais certezas nos sustentam o mundo vivido, mais nos distanciamos do estranhamento inerente a todas as coisas, do seu livre e selvagem e espontâneo  acontecer. Em nosso cotidiano somos passivos escravos da inercia de conceitos e palavras definidoras da pouca existência domestica de cada dia...
A liberdade de pensamento contemporânea confunde-se, justamente por isso, com o arbitrário e individual salto no abismo da duvida absoluta contra toda tradição e convenção estabelecida no mais violento e selvagem vento de imaginação.... 

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

NOVÍSSIMO DEGREDO

Quero ficar...
Em algum ermo lugar
Onde me escape  até mesmo a certeza
Do simples ato de andar...

É  lá onde quero
Definitivamente estar...

Sem o corpo coberto
Por esfarrapadas certezas,
Sem o peso de afirmações vãs,
Culpas, medos,
Direitos, deveres
E domesticados caos familiares...

Quero ficar...
Longe de tudo
E ausente de mim mesmo
E
m qualquer novo psicodelismo
Onde não me irrite o delírio
De utopias e alvoradas de aquário
Na ácida aventura de um real desfeito.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

PARA O ESTRANHAMENTO DE TODAS AS COISAS



“Quando é preciso despedir-se- Daquilo que sabemos conhecer e medir, é preciso que te despeças, pelo menos por um tempo. Somente depois de teres deixado a cidade verás a qual altura suas torres se elevam acima das casas.”
F. Nietzsche, in  HUMANO, DEMASIADAMENTE HUMANO

Despedir-se de si mesmo é como despir-se da própria persona , daquilo que somos entre os outros, vislumbrando o nada como essência do que todos os dias nos tornamos no devir do tempo...
Mas cabe considerar aqui que o tempo não é uma entidade abstrata e objetiva, mas uma condicionante da percepção humana das coisas.
O que somos dentro do tempo não é menos incerto do que o próprio conceito de tempo. Mesmo assim ele nos define a própria condição humana.
O que não nos impede de codificar a realidade  sem considera-lo como premissa ontológica, sem nos limitarmos aos caprichos de uma consciência egoica...
Tudo aquilo que nos parece familiar deve nos surpreender como algo estranho quando nos ocupamos  do pensamento como radical estratégia linguística contraria aos hábitos de codificação vigentes da realidade.... 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

GEOMETRIA SURREALISTA


A vida  corre nua
Sob um sol sorridente,
Entre losangos e triângulos
Pintados de azul marinho.

Pois é tempo de vertigens...
Hora de esferas,
Círculos e delírios
Em desconstrução de neo platonismos,
Do outro lado do espelho
Das estabelecidas rotinas...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

OPEN ROAD



Minha existência
Esta distante
Da falácia da perfeição,
Não se sustenta
No límpido instante falso
De qualquer possível certeza...

Entretanto,
Guardo em cada segundo
Todas as possibilidades
Do mundo
Em golpes de imaginação...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

POEMA AOS JOVENS INGLESES


AS CRIANÇAS DE LONDRES
RASGAM DE RE REPENTE
AS RUINAS
DA VELHA CIDADE
SOB O SUPERFICIAL VERNIZ
DA ORDEM SEM RUMO,
SABOREIAM O CAOS
DO MOMENTO,
REINVENTANDO-SE NA PÓS CULTURA
DE SUA META CONTEMPORÂNEIDADE,
APRENDEM E APREENDEM EM REBELDE VIOLÊNCIA
UM MUNDO DE PONTA CABEÇA E ABSURDOS
IRONIZANDO PRÉ FABRICADOS FUTUROS DE ADULTOS
DE ABSURDAS CERTEZAS E VALORES
ESTABELECIDOS EM MÁSCARAS PÓS BOMBA ATÔMICA....