sexta-feira, 23 de setembro de 2011

SOBRE RAZÃO E TELEOLOGIA

Apesar do relógio ainda abitar o imaginário contemporâneo, estamos hoje imensamente distantes da ideia de um “universo maquina” ao gosto do mecanicismo dos séculos XVII e XVIII em  suas variáveis entre deísmos e materialismos.

O relógio já não é mais um símbolo de teleológicas ilusões de uma racionalidade estreita e normativa. Reinventamos atualmente  as ilusões antigas de realidade  em TV e Internet...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A REBELIÃO DA CHUVA

O dia acordou desajustado....

A chuva
Decora agora de onírico
A infinita paisagem urbana
Perturbando o cotidiano
Com um discreto toque
De rebeldia e caos.

Imprudente
Rasgo, então,
Um pedaço de liberdade
Do calendário
E me perco em imaginações...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

CONTRA A DEUSA RAZÃO

·         O conceito de racionalidade, tão caro  a cultura e aos saberes ocidentais, não passou até agora de uma falácia teleológica, de um arrememdo de metafisica a configurar nosso sentimento de realidade de um modo indiscritivelmente perverso. Pois não existe qualquer propósito ou finalidade nas coisas da natureza que não passe de um tolo capricho humano, um malabarismo do intelecto.
·         Em outras palavras,  criamos a razão para lidar com um mundo sem sentido e hostil, domesticá-lo de acordo com nossas necessidades e imperativos de sobrevivência, sem perceber que nos fazíamos gradativamente escravos de sua falsa necessidade...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

IAN CHRISTE E O FUTURO DO HEAVY METAL

Em sua história do heavy metal Ian Christe traça um cenário para o futuro deste estilo musical em função de uma leitura da contemporaneidade que nos faz pensar em uma relação profunda entre heavy metal e contemporaneidade. Que cada um formule suas próprias especulações sobre o tema...
“Como o mundo agora encara uma grande incerteza, o heavy metal lidera o caminho com ideias enormes e olhos fixos, percorrendo novos meios com vigor ao atacar com musicas longas demais para o radio, visões distorcidas demais para a televisão e críticas controversas sobre a atualidade diante das mazelas sociais do grande circuito. Toda essa experiência, jubilantemente absurda para os observadores, continua a estabelecer padrões impossíveis, atingi-los, e então quebrar todas as expectativas e começar de novo. “Precisamos continuar rebeldes agora mais do que nunca em um mundo que tenta  nos conformar com o padrão moral estabelecido”, urge Jeff Becerra, do Possessed.
É claro, o heavy metal vai surgir em formas que muitos metaleiros de hoje mal irão reconhecer e podem ser avessos a aceitar. O que vem em seguida é deixado para as crianças choronas e barulhentas nascidas neste minuto. Elas vão pegar o que quiserem  do amplo legado do heavy metal e deixar o resto para o pó. Apesar da grandeza do metal, em última analise, ele vem da própria vida: inflamando o intelecto, sacudindo os sentidos e golpeando a alma do modo mais completo, como nenhum outro som já fez. Mais do que nunca, a humanidade precisa desses riscos e contradições.”
Iar Christe. Heavy Metal: A história complete.tradução de Milena Duarte e Augusto Zantoz.SP:Arx, Saraiva, 2010, p. 450.

IMAGINAÇÃO HOJE

Quanto mais certezas nos sustentam o mundo vivido, mais nos distanciamos do estranhamento inerente a todas as coisas, do seu livre e selvagem e espontâneo  acontecer. Em nosso cotidiano somos passivos escravos da inercia de conceitos e palavras definidoras da pouca existência domestica de cada dia...
A liberdade de pensamento contemporânea confunde-se, justamente por isso, com o arbitrário e individual salto no abismo da duvida absoluta contra toda tradição e convenção estabelecida no mais violento e selvagem vento de imaginação.... 

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

NOVÍSSIMO DEGREDO

Quero ficar...
Em algum ermo lugar
Onde me escape  até mesmo a certeza
Do simples ato de andar...

É  lá onde quero
Definitivamente estar...

Sem o corpo coberto
Por esfarrapadas certezas,
Sem o peso de afirmações vãs,
Culpas, medos,
Direitos, deveres
E domesticados caos familiares...

Quero ficar...
Longe de tudo
E ausente de mim mesmo
E
m qualquer novo psicodelismo
Onde não me irrite o delírio
De utopias e alvoradas de aquário
Na ácida aventura de um real desfeito.