“Há pouco perscrutei teus olhos, ó vida! Vi reluzir ouro em
teus olhos noturnos e essa voluptuosidade paralisou-me o coração.”
F. NIETZSCHE in ASSIM FALAVA ZARATUSTRA
No mito judaico cristão, é a “vontade
de saber” quem constitui o pecado original. No relato de Gêneses, o grande
crime é provar do “fruto proibido” do conhecimento do bem e do mal, do jogo das
oposições. Através da serpente Lúcifer
compartilha com a humanidade sua queda, também motivada pela vontade de saber acima de deus.
Clemente de Alexandria e,
posteriormente, Santo Agustinho, são os
responsáveis pela interpretação sexualizada do mito. Mas em sua essência o pecado original é uma transgressão fundada na vontade de
saber.
Nada mais essencial a nossa
condição humana do que o conhecimento que nos é recusado nesta formula mitológica
através da incondicional lealdade ao sagrado como um metafísico principio de
escravidão.
Em poucas palavras, deus só
existe onde nossa própria humanidade é questionada. Naturalmente, como Nietzsche,
destino minhas palavras apenas aos espíritos livres.
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