terça-feira, 30 de setembro de 2014

METAMORFOSE

Nesta manhã que se aproxima
Acordarei um inseto
Em kafkiana releitura
Do mais banal do susto
E do espanto

Diante de nosso absurdo cotidiano...

ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR

Nossos corpos entrelaçados
Inventam camas
Nos mais inesperados lugares.

Não respeitam pudores,
Não são discretos
E nem se importam com olhares.

Nossos corpos sabem apenas
Do amor natural

E da fome da carne.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

CHEGA DE ILUSÕES! MATEM A REALIDADE NA PRAÇA PÚBLICA!

“A vida se desdobra inteira, passado,presente e futuro  misturados, nos instantes privilegiados da infância.”
SALVADOR DALI in AS PAIXÕES SEGUNDO DALI


Isso que inventamos como VIDA em termos de codificações humanas de realidade, nada tem de linear  em seu desenvolvimento e definições de identidades sociais ou pessoais.
A vida não pertence a um eu, nem mesmo é parte de qualquer coisa que nos diz diariamente essa convincente fantasia, que apelidamos de realidade. Existimos em meio a confusão dos dias, como se qualquer coisa pudesse corresponder a outro objeto que não fosse o tosco de nossas fantasiosas certezas moles.
O fedor do cadáver do deus único só  desaparecerá de nossas imaginações sociais quando finalmente assassinarmos a própria realidade, quando toda sociedade for substituída pela anarquia dos homens livres, pelo individualismo dos nossos sonhos desencontrados.
EXIGIMOS AQUI O FIM DA PRÓPRIA REALIDADE, OU PELO MENOS DA FANTASIA  TOLA QUE SEMPRE ENTENDEMOS POR ISSO ATÉ AGORA!


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

QUEM?

Quem sonhará o desejo,
A agonia da vontade?
Quem adivinhará o segredo
Que o corpo diz sem palavras
Dançando carícias e beijos?
Quem dirá os prazeres da noite,
O gozo e o açoite de amar?


sábado, 20 de setembro de 2014

O ACERTO DOS MEUS ERROS

Tenho vivido dos meus erros
Tentando acertar
Em meus equívocos.
Tenho enfrentado paredes e muros,
A inconsistência do certo e do errado
Para sorrir acasos
Em meus mais aleatórios e gratuitos atos.
Tenho sido ridículo e provisório,

Na recusa de qualquer essência.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

SEM ESPERANÇAS

A felicidade
Sempre esteve um passo a frente
Dos meus desejos e sonhos.

Mas a realidade sempre andou
Ao lado das minhas angustias
Rabugenta e carrancuda.

Abandonei em um passado distante
Todas as minhas esperanças,
Todas as minhas infâncias.

Não espero sorrisos

No café da manhã.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

A SABEDORIA DAS SOMBRAS

Sombrios são sempre os pensamentos
Mais intensos.
Aqueles que nos agonizam,
Que trazem sofrimento
E nos aproximam do desespero.

São eles que nos transformam,
Que reduzem a pó os lugares comuns
Da boa consciência
E obrigam cada um de nós

A inventar sua própria liberdade.

domingo, 14 de setembro de 2014

TEMPOS DE GRITO

Não se renda nunca
As tuas censuras interiores.
Não tenha pudor de si mesmo.
Sangre seus desejos,
Vomite tuas revoltas
E seja livre de quem te agride.

E, o mais importante,
Quando o mundo inteiro
Lhe cobrar explicações,

Apenas grite! 

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A AVENTURA DO PENSAMENTO

A atividade de pensar ainda é uma ocupação perigosa diante dos lugares comuns da sociedade, mesmo em tempo de vertigens e assombros culturais provocados pelo impacto das novas tecnologias sobre a vida diária.

Pensar é aqui entendido como um abstrato ato de questionamento e vontade através do qual habitamos a nós mesmos, aprendemos a viver de acordo com nossas agendas subjetivas de concnsciencia das coisas.


Pensar é aventurar-se no labirinto de intermináveis monólogos...

terça-feira, 9 de setembro de 2014

ELOGIO AO ACASO

Do ponto de vista de nossa cotidiana “consciência das coisas” imaginamos um mundo “organizado” e socialmente construído pela racionalidade de nossas intenções, um mundo onde o princípio do dualismo entre causa e efeito encadeia acontecimentos inteligíveis e plenos de significado.

Escapa, assim,  ao senso comum qualquer possibilidade de brindar o acaso e reconhecer nele o diabólico arquiteto de nossas trajetórias humanas.

Mesmo quando os desígnios divinos já não são mais concebíveis razoavelmente como uma explicação aceitável para nosso destino, ainda não somos capazes de admitir o quanto a vida não passa de um aleatório jogo de dados.

Ainda precisamos de respostas e explicações que mantenham o poder decisório de nossas escolhas e atos como fator determinante de nosso destino.


Ainda somos imaturos demais para aceitar o simples fato de que qualquer padrão atribuído aos fenômenos é tão somente uma construção humana.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O IRRACIONAL DA ANGUSTIA

E tudo subitamente
Se fez  interrogação e silencio
Enquanto a noite acordava
A desesperada vontade
De  algo diferente,
De qualquer coisa
Que não fosse a angustia
De inutilmente escrever em vermelho
Meu desejo
Nas paredes cinzas do cotidiano.


domingo, 7 de setembro de 2014

SOBRE MEU PESSOAL ESTADO ANARQUICO

Vivo em permanente estado de bagunça
Contemplando o caos pela janela do mundo.
Nunca me rendo a qualquer regra,
A qualquer preceito ou premissa
Que me diga os outros
Em seus vazios delírios de mundo.
Viverei exclusivamente para mim mesmo,
Para as vontades e sonhos
Que me apartam da realidade comum

Que me desfaz o peito.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

HIPER SABEDORIA

Sei que a existência se encontra com a vida
No mais insignificante do cotidiano,
Sei que meu grito é o riso
Que algum amanhã esconde.
Sei o sim e o não em beijos
No colo de alguma loucura.
Sei que amanhã pode ser tarde

E que o hoje é indecifrável.

QUALQUER BOBAGEM

QUALQUER BOBAGEM,
QUALQUER MENTIRA
DE MOMENTO E ORGIA
NÃO ME DIRÁ O BEIJO
OU MEU DESEJO DE LOUCA POESIA.
QUERO MAIS QUE AS PROMESSAS DE INFINITO
E ETERNIDADE.
PRECISO DA CARNE REBELADA
EM CONSAGRADA E PROFANA ORGIA
DE SEXO, DIGNIDADE

E LIBERDADE.