quarta-feira, 24 de agosto de 2011

PARA O ESTRANHAMENTO DE TODAS AS COISAS



“Quando é preciso despedir-se- Daquilo que sabemos conhecer e medir, é preciso que te despeças, pelo menos por um tempo. Somente depois de teres deixado a cidade verás a qual altura suas torres se elevam acima das casas.”
F. Nietzsche, in  HUMANO, DEMASIADAMENTE HUMANO

Despedir-se de si mesmo é como despir-se da própria persona , daquilo que somos entre os outros, vislumbrando o nada como essência do que todos os dias nos tornamos no devir do tempo...
Mas cabe considerar aqui que o tempo não é uma entidade abstrata e objetiva, mas uma condicionante da percepção humana das coisas.
O que somos dentro do tempo não é menos incerto do que o próprio conceito de tempo. Mesmo assim ele nos define a própria condição humana.
O que não nos impede de codificar a realidade  sem considera-lo como premissa ontológica, sem nos limitarmos aos caprichos de uma consciência egoica...
Tudo aquilo que nos parece familiar deve nos surpreender como algo estranho quando nos ocupamos  do pensamento como radical estratégia linguística contraria aos hábitos de codificação vigentes da realidade.... 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

GEOMETRIA SURREALISTA


A vida  corre nua
Sob um sol sorridente,
Entre losangos e triângulos
Pintados de azul marinho.

Pois é tempo de vertigens...
Hora de esferas,
Círculos e delírios
Em desconstrução de neo platonismos,
Do outro lado do espelho
Das estabelecidas rotinas...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

OPEN ROAD



Minha existência
Esta distante
Da falácia da perfeição,
Não se sustenta
No límpido instante falso
De qualquer possível certeza...

Entretanto,
Guardo em cada segundo
Todas as possibilidades
Do mundo
Em golpes de imaginação...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

POEMA AOS JOVENS INGLESES


AS CRIANÇAS DE LONDRES
RASGAM DE RE REPENTE
AS RUINAS
DA VELHA CIDADE
SOB O SUPERFICIAL VERNIZ
DA ORDEM SEM RUMO,
SABOREIAM O CAOS
DO MOMENTO,
REINVENTANDO-SE NA PÓS CULTURA
DE SUA META CONTEMPORÂNEIDADE,
APRENDEM E APREENDEM EM REBELDE VIOLÊNCIA
UM MUNDO DE PONTA CABEÇA E ABSURDOS
IRONIZANDO PRÉ FABRICADOS FUTUROS DE ADULTOS
DE ABSURDAS CERTEZAS E VALORES
ESTABELECIDOS EM MÁSCARAS PÓS BOMBA ATÔMICA....

O PRINCIPIO DA IRONIA


Quantas menores são nossas esperanças,
Mais devemos sorrir .
Não por hipocrisia  
Ou pelo cultivo de qualquer
Ingênua filosofia otimista sobre o melhor das coisas
Ou idéia de bem.
Mas, simplesmente, pelo cotidiano e caótico aprendizado
Do cultivo da mais destilada ironia
Como estratégia de sobrevivência entre os outros...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

LA FORA...


Lá fora me vi perdido
No baile da vida
Dançando o momento
Até a vertigem
Do acontecer de todas
As coisas...
Me percebi
Deslocado e ausente
No derreter do rosto
No qual existo
Apenas para os outros...
Lá fora... 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O IMPERATIVO DO DESEJO

Saberei a realidade
Pelo avesso
Nas imaginações do desejo,
Na reinvenção do mundo
Como bruta  necessidade,
Irracional e ilógica,
De absurda e absoluta felicidade
No somatório infinito
Dos  prazeres de carne e osso..