Como a vida pode ser reinventada
como uma inutilidade total? Talvez pela simples hipótese de que a realização de
todos os nossos sonhos e desejos transformariam nossas vidas em um pesadelo
definido pelo tédio. Seriamos apagados pelo sucesso, esvaziados pela felicidade
perpétua a ponto de viver não fazer a menor diferença.
Nossa existência pressupõe o
desassossego e a fluidez constante da vontade diluída entre os objetos que nos
definem rotinas. Somos quem somos através de um cotidiano mecânico
estruturado em função de nossas
necessidades e não de sua satisfação
sempre duvidosa.
Somos o produto de nossos
desejos, somos seus objetos.