Escrevei um tratado sobre suas pernas,
Sobre seu sexo
Encantando meus olhos,
Minha imaginação
E desejo,
Até o mais radical e concreto
do ato do meu querer
Provar tua secreta realidade.
Sim....
Escreverei um tratado
Sobre a intensidade da vida
Que existe
Entre tuas pernas.
Este blog tem por objetivo a critica a razão moderna tal como configurada pela Iluminismo e pelas revoluções industrial e francesa. Ocupa-se, portanto, das tendências culturais e estéticas ditas “irracionalistas”, representadas pelo Romantismo, pelo Simbolismo, Decadentismo, pela filosofia de Nietzsche e Schopenhauer e, posteriormente, pelas vanguardas estéticas européias da segunda dezena do século XX e finalmente o HEAVY METAL...
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
O DIZER DE VOCÊ
O ilegível dizer
Dos teus sonhos
Fere meus silêncios,
Transfere a vida
Ao domínio das imaginações
Selvagens.
Enquanto um beijo
Reinventa barbáries
E o ilegível dizer
Dos teus olhos
Inventa vida
No corpo de nossas paisagens.
Dos teus sonhos
Fere meus silêncios,
Transfere a vida
Ao domínio das imaginações
Selvagens.
Enquanto um beijo
Reinventa barbáries
E o ilegível dizer
Dos teus olhos
Inventa vida
No corpo de nossas paisagens.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
QUASE MORTO
Já fazia alguns anos que não sabia o que era ter um dia descente e uma noite de sono tranquila. Sua existência era preenchida pelo vazio de rotinas que não lhe diziam nada e pessoas com as quais compartilhava as mesmas paisagens de existência, mas que já não significavam nada para ele. Com muita má vontade lhes dirigia palavras corriqueiras e pragmáticas no enfadonho participar de pequenas tarefas e rituais de sociabilidade e artificialismo de etiqueta social.
Definitivamente se quer sabia se a vida que agora levava poderia ser chamada de vida. As horas preso em engarrafamentos antes de chegar ao escritório onde trabalhava, as tarefas mecânicas de labor que não lhe realizavam enquanto persona social, a casa de um quarto no subúrbio, sempre desarrumada e vazia, na qual se abrigava ao final do dia apenas para se refazer e reeditar aquela merda de rotina... Tudo aquilo beirava o insuportável.
Mas não havia opções. Nenhuma expectativa de desconstrução do melancólico acontecer das coisas do qual fora prisioneiro nos últimos anos. Sentia-se cada vez mais estagnado e alheio a suas ambições e pretensões mais legitimas.
Também já não sabia dizer quem era, se esquecera da Família a qual pertencia, dos velhos amigos, mulher e filhos. Vivia exclusivamente para aquela porcaria de vida a qual se via irremediavelmente preso.
Não tinha mais nome, não tinha lembranças, nem mesmo desejos ou vontades, de tão entorpecido por sua precária realidade.
Definitivamente se quer sabia se a vida que agora levava poderia ser chamada de vida. As horas preso em engarrafamentos antes de chegar ao escritório onde trabalhava, as tarefas mecânicas de labor que não lhe realizavam enquanto persona social, a casa de um quarto no subúrbio, sempre desarrumada e vazia, na qual se abrigava ao final do dia apenas para se refazer e reeditar aquela merda de rotina... Tudo aquilo beirava o insuportável.
Mas não havia opções. Nenhuma expectativa de desconstrução do melancólico acontecer das coisas do qual fora prisioneiro nos últimos anos. Sentia-se cada vez mais estagnado e alheio a suas ambições e pretensões mais legitimas.
Também já não sabia dizer quem era, se esquecera da Família a qual pertencia, dos velhos amigos, mulher e filhos. Vivia exclusivamente para aquela porcaria de vida a qual se via irremediavelmente preso.
Não tinha mais nome, não tinha lembranças, nem mesmo desejos ou vontades, de tão entorpecido por sua precária realidade.
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
A MARGEM DO COTIDIANO
O café da manhã estava péssimo. Com gosto de dia anterior. Assim como
os compromissos da agenda, idênticos aos de ontem e ante ontem, não anunciavam
a boa nova de qualquer bom dia. Restava-me apenas a obrigação de viver as horas
querendo estar em qualquer outro lugar que não fosse aqui e agora, que não
fosse essa maldita rotina.
Até mesmo viver em desertos os lugarejos remotos em guerra, pela
simples expectativa de tumultuosa ou dramática novidade e movimento,
ofereceriam cenários mais promissores do que aqueles impostos pelo tédio e o
morno de aqui viver tão solitário, indulgente e sem perspectivas.
Mas esclareço que não inspira minha insatisfação qualquer pueril ideal
de dias felizes ou mundos perfeitos. Estou mais do que
convencido de que minha insatisfação extrapola os limites de qualquer realidade
possível. Não me contento com pouco e só
me satisfaria com o impossível de um mundo do qual fosse megalomaníaco e
onipotente demiurgo.
Sei que cada pessoa na face da terra, afinal, habita na verdade apenas
seu próprio e concebível mundo. Muitas instrumentalizam seus próximos para dar
corpo a suas fantasias de realidade ou intima ordem das coisas.
Eu, ao contrário, aprendi a sonhar pequeno diante do pouco de quebradas
verdades contidas em meus monólogos e solidões. Mesmo assim, ainda não fui
capaz, ao contrário de muitos, de conceber minhas pragmáticas e satisfatórias ilusões
de adequação de mundo.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
ARREPENDIMENTO
Arrependo-me de não ter sido
Cretino, egoísta e mesquinho
Em corriqueiras ocasiões
De trato social.
Devia ter imposto aos outros
algumas
vontades,
recusado convites,
inventado desculpas,
faltado ao trabalho,
xingado a mesa do almoço!
Arrependo-me de não ter
Vivido a vida
Como exigiam minhas vísceras.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
SEM IDENIDADE
Sigo sentado no vento
Vivendo do pouco
De cada dia.
Sigo em silêncio
Alimentando vícios,
Vislumbrando virtudes
Que nunca tive.
Quem sabe um dia
Eu me torne
Quem quer
Que eu seja...
Vivendo do pouco
De cada dia.
Sigo em silêncio
Alimentando vícios,
Vislumbrando virtudes
Que nunca tive.
Quem sabe um dia
Eu me torne
Quem quer
Que eu seja...
PRIMEIRA VEZ
Foi no escuro
Daquele quarto
De hotel barato
Que conheci tua nudez,
Que tua boca
Pela primeira vez
Provou meu membro
E nos entregamos
A mais completa insensatez,
Sem se quer um “se não”,
Nem mesmo um “talvez”...
Daquele quarto
De hotel barato
Que conheci tua nudez,
Que tua boca
Pela primeira vez
Provou meu membro
E nos entregamos
A mais completa insensatez,
Sem se quer um “se não”,
Nem mesmo um “talvez”...
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
AS MUITAS POSSIBILIDADES DO ACASO
O que chamam de acaso é uma possibilidade infinita e especifica de desdobramentos que definem o indeterminado de cada momento. Exatamente agora, muitas coisas podem acontecer de repente e fora do domínio do previsível e do esperado.
Se quer podemos mapear essas possibilidades de cenários paralelos. Apenas podemos pressenti-las às vezes, o que não as faz menos surpreendentes.
Qualquer coisa pode acontecer de repente e transformar um dia aparentemente tranquilo tanto para o bem ou para o mal, dependendo dos critérios que informam nosso julgamento.
O que aqui interessa é chamar atenção para o fato de que nenhuma rotina é segura. Tudo pode repentinamente desmanchar-se no ar... tudo a cada minuto, pode desacontecer...
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
MEU OUTRO
Faz tanto tempo
Que não me vejo,
Que não me encontro
Ou falo comigo,
Que já não lembro
Quem sou.
Pois não sou este tolo
Que entre os outros
Compõe a paisagem cotidiana.
Sou um outro,
Quase o oposto
Daquele que é dito
Pelo teu olhar.
Que não me vejo,
Que não me encontro
Ou falo comigo,
Que já não lembro
Quem sou.
Pois não sou este tolo
Que entre os outros
Compõe a paisagem cotidiana.
Sou um outro,
Quase o oposto
Daquele que é dito
Pelo teu olhar.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
BEIJO
Vi o tempo passar
Em teus olhos,
Escapar da gente,
No desespero daquele beijo,
Contrariando todo desejo
Que nos ardia por dentro
Na vontade de eternidade
Daquele momento...
Em teus olhos,
Escapar da gente,
No desespero daquele beijo,
Contrariando todo desejo
Que nos ardia por dentro
Na vontade de eternidade
Daquele momento...
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
AGONIA
Dentro de mim gritavam noites,
Ardiam febres
E brincavam delírios.
Minha vida fugia ao tedio
E ao vazio dos dias
Através da doce agonia
Do sofrer.
Pois o que me doía
Era o desejo,
As vontades acumuladas
E engasgadas
Que me faziam me perder
De tudo,
Negar o mundo e seus silêncios.
Ardiam febres
E brincavam delírios.
Minha vida fugia ao tedio
E ao vazio dos dias
Através da doce agonia
Do sofrer.
Pois o que me doía
Era o desejo,
As vontades acumuladas
E engasgadas
Que me faziam me perder
De tudo,
Negar o mundo e seus silêncios.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
ESPECULAÇÃO
A consciência talvez seja apenas alguma modalidade estranha de sonho e a realidade uma forma bizarra de imaginação.
Talvez nenhum de nós seja real da forma que concebemos a realidade enquanto um dado objetivo...
Talvez nenhum de nós seja real da forma que concebemos a realidade enquanto um dado objetivo...
SOBRE A MORTE DA VIDA
Será que ninguém percebeu que a vida morreu??????!!!!!!!
Pois desço da montanha para espalhar entre todos esta boa nova: A VIDA MORREU!!!!!
Vivemos em um cemitério de seres vivos.
Assim falou ZarastruzEU
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
AFORISMA CONTRA CORRENTE
Vivo a margem da existência ordinária do simples e compartilhado cotidiano. Aventuro-me entre os escombros dos atos e das palavras em letal e permanente renascimento., tornando impossível qualquer principio de realidade. Talvez me surpreenda, logo, abitando qualquer outro mundo.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
INSATISFAÇÃO QUASE DELIRANTE
Tão absurdamente irracional é o acontecer de todas as coisas possíveis, que a vida me desperta espanto; que admito minha perplexidade diante do fato de estar exatamente aqui e agora diante das possibilidades infinitas de estar em qualquer outro lugar, de ser qualquer outra pessoa que não fosse eu.
Tão estranho viver, sofrer, querer... quase não sei direito de mim mesmo em meio ao fluxo de sensações e pensamentos que aleatoriamente me alimentam o caos da consciência cada vez mais febril, cada vez mais insatisfeita e ansiosa com o pouco do possível do mero cotidiano...
Tão estranho viver, sofrer, querer... quase não sei direito de mim mesmo em meio ao fluxo de sensações e pensamentos que aleatoriamente me alimentam o caos da consciência cada vez mais febril, cada vez mais insatisfeita e ansiosa com o pouco do possível do mero cotidiano...
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
PERDIDO DO TEMPO
Perdi tanto tempo pensando no futuro que não o vi passando de braços dados com o passado seguindo para longe dos impasses do meu estar aqui presente. Surpreendi-me sozinho no tempo, isento de perspectivas, projetos e sonhos...
Já não tinha em que pensar, apenas o cotidiano para beber em pequenas doses enquanto tentava entender o marasmo do tempo que me restava.....
Já não tinha em que pensar, apenas o cotidiano para beber em pequenas doses enquanto tentava entender o marasmo do tempo que me restava.....
DESATINO
Agarrei a realidade pelo rabo.
Procurei apagar o tempo e as coisas
Que me gritavam por dentro
O mais inútil da existência.
Queria desesperadamente
Apagar todas as ausências
Dos futuros loucos
Que me abandonaram
Em passados roucos.
Inventar-me –ia, de algum modo,
Outro cenário de real
Entre os fatos mortos
Do meu estar aqui e agora....
Procurei apagar o tempo e as coisas
Que me gritavam por dentro
O mais inútil da existência.
Queria desesperadamente
Apagar todas as ausências
Dos futuros loucos
Que me abandonaram
Em passados roucos.
Inventar-me –ia, de algum modo,
Outro cenário de real
Entre os fatos mortos
Do meu estar aqui e agora....
ANSIEDADE
Bem quero viver
A vida que esquecida
Ficou a deriva
Em qualquer pedaço
Do meu passado.
Angustiam-me urgências,
Vontades quebradas
E espalhadas
Que me desfazem por dentro....
A vida que esquecida
Ficou a deriva
Em qualquer pedaço
Do meu passado.
Angustiam-me urgências,
Vontades quebradas
E espalhadas
Que me desfazem por dentro....
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