quinta-feira, 30 de abril de 2015

SEXO E BANALIDADE

Estávamos longe de ser um casal. Éramos apenas dois corpos nervosos e desesperados  brigando em cima de uma cama sem nenhuma dignidade.  Não sentíamos nada, não queríamos dizer nada. Tudo que importava era um pouco de gozo torto para aliviar o dia a dia.

Nossas imaginações eram muito limitadas para querer qualquer outra coisa além disso.

Precisávamos de alguma coisa para nos sentir vivos e o sexo pareceu ser a melhor opção naquela noite fria e chuvosa.

No dia seguinte nos despedimos como dois estranhos, fizemos de conta que nada havia acontecido e continuamos seguindo nossas vidas vazias. O que mais poderia acontecer além disso?

quarta-feira, 29 de abril de 2015

QUANDO O TELEFONE TOCA ENQUANTO O MUNDO SOME

Desculpe-me. Não posso atender agora. Melhor não me perguntar porque. Não tenho nada a dizer ou responder. No momento não sou capaz de brincar com o cotidiano dos vazios entre as palavras e as coisas, encontro-me incapacitado ao exercício da frivolidade humana.

Sim. Estou ocupado com o ócio e o vazio da existência, afogando em mim mesmo como um grão de areia abraçado por um mar furioso em madrugada de ventos e tempestades.  Sei que isso pode lhe parecer dramático, exagerado. Mas o dizer tem seus limites. Você pode saber minhas palavras mas jamais saberá minha vida. Não tente entender. É impossível.

Só sei que você ligou no pior momento. Já não cabe compartilhar nada com ninguém, Encontro-me atualmente desconectado de mim mesmo. Sei que dei errado para o mundo, que recusei os lugares comuns da boa existência em nome de um sentimento selvagem de desfuncionalidade absoluta de toda cultura humana.  Algo não deu certo em mim. Desobedeço as leis que nos tornam possível qualquer satisfatório convívio social.

Estou aqui afirmando minhas próprias exigências nas possibilidades do mais franco desespero. E isso é tudo que posso fazer neste momento em que o mundo me parece hostil demais para ser minimamente suportado.

Entenda. Não poso aceitar sua chamada agora. Neste instante eu quase não existo....

CAOS

Era um dia sem rumo,
Um tempo sem passados e glorias
No nivelamento do céu e do inferno.
Nada acontecia  além da putaria mansa
Do simples cotidiano.
As pessoas pareciam felizes e mansas.
E tudo  aparentava normalidade e alegria.
Mas em seus subterrâneos  todo mundo vivia
Arruinado, degradado e infeliz.
Alguns escolhiam auto ajuda para lidar com isso.
Os mais sensatos optavam por álcool.
Não importava a aparência descente e saudável.
Em sua essência estavam todos depravados.


terça-feira, 28 de abril de 2015

NOVAS LITANIAS DE SATÃ

Não me roube o nojo do mundo, dos relacionamentos fúteis com um beijo e uma trepada.
Gozar não vai me fazer mais feliz, só vai afirmar essa merda toda de mundo e gente útil  boçal e superficial.
Estou entre os desesperados. Entre aqueles que não encontram respostas e já perceberam que a única resposta é o nada.
Foda-se os que trepam felizes e escrotos em sua superficial putaria de merda.
Foda-se toda a humanidade e os vazios da existência!
Sou destes que protestam e se  fazem nobres na voz de satã.
Gloria a ti anjo caído,
Mestre das flores do mal.
Seu segredo me refaz o corpo,
Me desfaz em  vertigem lírica de céu, inerno e poesia.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

DIFICULDADES PARA TODOS OS LADOS

Iria ter um dia ruim, uma semana ruim.  Era impossível não esperar o pior de tudo.

Não eram apenas as rotinas degradadas desta vez. Era pior. A falta de dinheiro, a indisposição física e aquela absoluta má vontade em fazer as coisas.

Realmente gostaria que fosse diferente. Mas não seria. Havia muita coisa por fazer, mas nenhuma pista de como fazer.

Não era muito fácil ter esperanças ou aceitar a conversa fiada de um mundo que dá certo vendido nas revistas e tele jornais.
A vida não era feita de pessoas bonitas, bem vestidas e sorridentes. Tudo que se via era problemas para todos os lados.
Não sabia o que fazer.


Tinha apenas que sobreviver... Isso já dava trabalho o suficiente.

sábado, 25 de abril de 2015

IRRACIONALISMO

Tenho mais certezas do que sonhos,
Mais vontades do que imaginações.
Mas sigo a parte das imensidões.
Sou feito de sombra e finitos.
Não busco um sentido
Para o vivido.
Apenas respiro.
Sigo...
Em cada passo obscureço
Meu próprio caminho.
Quase não tenho razão...


sexta-feira, 24 de abril de 2015

DISTOPIA

Escrevo dentro de mim
Um mundo que jamais será perfeito,
Mas  que servirá de espelho,
Que possa tornar cada um capaz
De enfrentar seus próprios defeitos.

Escrevo dentro de mim,
Um mundo que não será direito,
Apenas dirá o torto,
O limite absurdo
Que cada um de nós carrega

Dentro de si mesmo.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

CONTRA MUNDO

Eu não quero viver em um mundo divino e hipócrita, feito de ordens e leis.
Eu me recuso a me tornar escoria,
A inventar falsas virtudes e pseudo bons valores neste absurdo coletivo que somos em sociedade.
Quero ser livre desta multidão medíocre, me diferenciar da minha própria espécie.
Quero ser um simples indivíduo contrariando tudo que existe.
Talvez eu viva em delírio e tempestades,
Talvez eu  esmague certezas e realidades,
Tudo que me importa, entretanto, é não ser parte de nada,

Não estar entre os outros.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

DETERMINISMO E FUGA DA VIDA COTIDIANA

Estamos sempre precisando de um tempo.
É impossível hoje em dia não  encher o saco de tudo e fugir para as colinas de vez enquanto.

É por isso que há tantos bêbados por ai. Vivemos em um mundo onde é impossível permanecer sóbrio.  O próprio mundo não é dos mais lúcidos e justos. Precisamos o tempo todo fugir das loucuras institucionalizadas e do desespero ou egocentrismo dos outros.

Hoje em dia estamos sempre fugindo de alguma coisa; sem tempo para nos mesmos .

Aliais, desaprendemos a ser... Isso já não é mais importante.
Mas estava falando sobre fugir para as colinas, escapar ao cotidiano, mesmo que provisoriamente, como em um dia de feriado.

Escapara anda se tornando cada vez mais banal e previsível que já não faz mais muita diferença. Esse é o problema. Carecemos cada vez mais de boas alternativas que nos livrem da simples e triste constatação de que já não temos mais para onde ir.  Já não faz qualquer diferença onde estamos porque nos desconhecemos em qualquer lugar ou situação.


De certa forma estamos todos de antemão condenados. 

domingo, 19 de abril de 2015

ENCANTO DE AMOR


A ideia de normalidade tinha desaparecido para mim, Onde as pessoas percebiam o mero acontecer cotidiano das coisas, eu via caos e confusão organizada. O mundo, definitivamente, funcionava muito mal diante dos meus olhos, e eu não tinha boas maneiras de lidar com isso.
Era preciso muito álcool e cigarro para suportar aquela merda toda, para continuar respirando sem enlouquecer. Aos poucos fui me fazendo avesso a companhia dos outros. Lidar com pessoas não era uma tarefa fácil. Elas estavam sempre descordando uma das outras, chocando suas cabeças cheia de ideias e vontades diferentes em um desacordo  coletivo absoluto.
A sociedade é uma ficção estranha. A vida uma espécie de literatura onde falta alguém que escreva os atos dos personagens e amarre o enredo. O mundo é um livro que ninguém escreve. Está por isso cheio de erros, defeitos e  absurdos.
Como todo mundo eu estava mais interessado em preservar meu próprio rabo e não tinha muito a dizer ou pensar sobre o futuro da humanidade ou sobre dias melhores. O presente já dava muito trabalho e nem sabia como sair dele.
O fato é que as coisas estão o tempo todo acontecendo na vida de cada um. Mas não pensamos muito sobre nada, vamos deixando acontecer se metendo em situações de sobrevivência. No fundo, trabalhar e tudo mais não passam de situações de sobrevivência antes que alguma doença ou a morte acabe com suas ingênuas expectativas.
Mas aqueles últimos dias tinham sido foda. Encanto de Amor tinha finalmente me abandonado. Deixou o apartamento pequeno e bagunçado em que moramos  para ir sei lá pra onde. Estávamos juntos a mais de dois anos. Tínhamos nos conhecido em uma daquelas noites malucas  de álcool e outras drogas.
No dia seguinte acordamos neste meu apartamento sujo e ela não saiu mais daqui.  Sabia pouco sobre o passado dela.  Nem me preocupava muito com isso. O sexo era bom e a companhia era ótima. Vivemos felizes por um longo ano. Mas de repente a coisa começou a não dar certo. Passamos a discutir e mal dizer um ao outro. O que tinha mudado? Absolutamente nada. Era sempre o velho problema da rotina. Nenhum casal tem boas rotinas hoje em dia. E chega uma hora em que a coisa começa a desabar porque cada um fica tão insatisfeito que é praticamente impossível chegar a um consenso sobre o que fazer a respeito.
Encanto de Amor era cinco anos mais jovem . Tinha alguns sonhos de vida melhor. Eu já tinha me conformado com toda merda de existência que levava e só procurava me manter vivo. Acho que isso explica o que aconteceu. Mas estes últimos dias sem ela foram absurdos. Estive o tempo todo bêbado e chapado. Sentia demais a falta dela, e lidava com o fato da pior maneira possível.
Havia perdido o senso de realidade, minha consciência oscilava entre vigília e sonho a ponto de   eu já não ter mais certeza sobre os fatos. A vida parecia uma coisa muito diferente naquele estado. Algo mais perigoso e instável. Houve uma hora em que sonhei que ela tinha voltado. Demorei um pouco para perceber que estava errado, Eu continuava ali sozinho naquele apartamento escorregando em meu próprio vômito. Era difícil acreditar que o mundo continuava funcionando lá fora. Toda aquela putaria e porcaria de subterrâneos de sociedade... Parecia que eu podia sentir  o fedor de tudo aquilo que acontecia lá fora. As brigas de família, as orgias privadas, crimes de corrupção, assassinatos, acidentes de transito, fanatismo religioso e ignorância. Era um mundo imundo aquele que estava acontecendo lá fora. Imaginava. Imaginava minha Encanto de Amor no meio daquela porra toda. Ela sempre teve pouco juízo e, certamente, não era a vida melhor da qual tanto falava que estava procurando por ai. Sempre havia uma enorme distancia entre tudo aquilo que ela falava e o que fazia.  Mas ninguém é aquilo que diz...
Encanto de Amor, Encanto de Amor,
Porque você  me deixou?
Por qual ilusão ou mentira
De felicidade
Você me deixou?
Não sabe que a vida é só isso?
Que nada termina com essa agonia,
Com este silêncio,
Que com a morte se confirma?
Encanto de Amor, Encanto de Amor,
Porque você me deixou?
Como pode dizer
Que tudo acabou?
Sim.... era o im pra mim. Não tinha porque continuar preso a essa merda de realidade. Preferia me perder no virtual da loucura de viver dentro de algum delírio mais digno do que a verdade. Um pouco mais de absinto  e haxixe por favor...
Encanto de Amor, Encanto de Amor....
Não me queira exato.
Não me queira perfeito.
O mundo não é perfeito e a vida segue sem perfeições. Então cala tuas inquietações em um beijo. Vamos sonhar juntos  esse pesadelo de realidade....
Por favor, não me diga que estou errado...

De repente senti seu perfume. Depois tua pele encontrando a minha em um forte abraço.
Ela tinha voltado. Dizia que tudo ficaria bem, que só estava de cabeça quente e saiu por uns dias para  pensar um pouco, que tinha passado os últimos dias na casa de uma amiga. Nos posemos a trepar no chão da sala suja de vômito. Faríamos de tudo para melhorar as coisas... Talvez ela não estivesse tão errada sobre a necessidade de uma vida melhor. Talvez o problema fosse meu pessimismo, meu medo do mundo e má vontade com as coisas. Mas daqui pra frente tudo iria mudar.
Sim. Iríamos  começar de novo. Aquela trepada desesperada em um chão de vômito seria o inicio do resto de nossas vidas. Eu sentia que me afogava no seu beijo. Ela nunca havia me beijado daquele jeito, com tanta vontade. Eu perdia a respiração. Era definitivamente minha velha Encanto de Amor demonstrando o quanto não passava sem mim.  

segunda-feira, 13 de abril de 2015

POR UMA LITERATURA OBSCURA OU NO CORACÃO DAS TREVAS

Já não busco o brilho da boa literatura. Prefiro escrever como quem sangra e grita contra todo o significado possível das coisas. Minha matéria prima é a desordem que se esconde no fundo do coração humano.

Escreverei sobre o desespero daqueles que se perderam do futuro e questionam se de fato existe alguma beleza nas flores, algo que nos faça de fato achar viável o próprio cotidiano humano.

O mundo é apenas um cemitério de significados. Cabe a literatura revirar a sucata e reinventar seus antigos usos. Brincar com todas aquelas boas certezas  que a vida parecia ostentar.
O ato é que não quero escrever para dialogar com o mundo, mas para escutar seus silêncios em minha existência feita de madrugadas.
Não terá minha pena um pingo de humanismo nem de boas intenções. Como o Divino Marques de Sade, quero uma letra que se confunda com o crime e desdiga toda virtude.

Serei daqueles que falam do desespero e dos limites dos seus semelhantes.

Escreverei com quem contempla uma janela em um leito de morte....


sexta-feira, 10 de abril de 2015

DEPOIS DO FIM DO MUNDO

Eram dias absurdos aqueles
Em que nos rasgávamos na lama,
Em que eramos pisados pelo insensato
Em delírios de realidade.

Nada fazia sentido
No  patético teatro da vida humana.
Foram dias terríveis...
E hoje não sei
Se de fato

Sobrevivemos a eles.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

DESESPERO

Nenhuma boa reposta
Espero eu
Deste mundo louco,
Nenhum positivo e falso sentimento das coisas
Me fará artificial
No superficial do vazio dos outros.

Prefiro me entregar as tempestades do meu intimo,
As exigências da minha vontade,
Interrogar o absurdo,
Até que ele se mate,
Ou me mate
Ou que simplesmente se explodam

Todas as minhas vontades.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

SOPHIA E O AMOR A MASTURBAÇÃO

Era apenas mais um dia como qualquer outro para a jovem Sophia. Penteava naquela manhã diante do espelho do quarto seus cabelos louros e encaracolados , diga-se de passagem,  demasiadamente longos, admirando a delicadeza do teu rosto e a mansidão de seus olhos verdes. Julgava sua beleza seu único trunfo diante do mundo, sua única qualidade. Julgava não ter outra coisa boa além da aparência. Ao mesmo tempo, entretanto, não queria ser julgada por sua beleza, pelo superficial de sua forma esbelta e curvas sensuais. Era terrível saber que suas amigas lhe invejavam e os homens suspiravam apenas por sensualidade de sua bunda . Por isso, quanto mais atenção lhe davam, mais se sentia invisível.
Sophia era apenas uma mulher de trinta anos como tantas outras por ai. Queria casar, ter um bom emprego e não viver mais as custas da mãe que a criara sozinha e com muita dificuldade. Queria, como se diz, “ser alguém na vida”. Nutria apenas os mais fúteis e banais sonhos de ser no mundo.
Mas também possuía certa inquietude e desconforto com as rotinas e limites do mero dia a dia. Era senhora de uma imaginação prodigiosa que escondia dos outros em sua radical timidez. Passava a maior parte do tempo sozinha em seu quarto quando não estava na universidade cursando a faculdade de História e tentando entender como funcionava o mundo e o coração humano ao longo da grande aventura do tempo e espaço.
Na mínima morada do seu quarto ela não era aquela beldade invejada e desejada que os outros  conheciam. Era uma quase criança cheia de sonhos estranhos e desejos incomunicáveis. Estava sempre se masturbando e brincando com seu próprio corpo.
Nada lhe definia melhor a vida do que aquela compulsiva busca do gozo, do que o vicio de sentir-se plena em seu próprio corpo no desregramento dos sentidos e vertigens do pensamento.
Sua buceta ficava molhada com facilidade na maestria das carícias dos seus delicados dedos de fada. Ela sabia se impor prazer com uma  habilidade que só pode ser definida como poesia. Uma poesia  que  nenhum pau ou língua seria capaz de imitar.
Em seus múltiplos orgasmos ela se reinventava como uma sibila. Adivinhava todas as razões do universo, todos os significados da condição humana que lhe pareciam opacas nas aulas de História. Sim. Era como se fosse outra pessoa quando solitariamente atingia o gozo entre as quatro paredes do seu quarto.
Mas durava tão pouco a delicia do seu gozo... Isso a fazia pensar  sobre o limite de todas as coisas humanas. Nenhuma outra experiência lhe parecia mais importante do que o delicioso  delírio erótico e solitário que seu prazer egoísta inventava.
Para Sophia a masturbação preenchia de cores um mundo em preto e branco e sem real sentido. As pessoas para ela não significavam  grande coisa e não ofereciam boas trocas subjetivas. Depois de algumas decepções amorosas, aprendeu que não valia a pena esperar nada dos outros. Nem das amizades. A vida social era feita de fotos em aparelhos de celular para serem compartilhadas na internet. Todo mundo queria vender felicidade, Uma felicidade que não era mais do que uma fantasia para suportar suas frustrações  e angustias mais intimas.
As pessoas eram hipócritas e vaidosas. Não lhe serviam de companhia. O mundo não passava da algazarra de múltiplos silêncios compartilhados no dia a dia em cada palavra e jesto dos artificialismos do cotidiano trato social.
Por isso Sophia estava convencida de que , através da masturbação, havia descoberto a mais profunda verdade da condição humana. Somos todos masturbadores do próprio ego, um bando de coitados querendo que o mundo se dobre as suas vontades e caprichos. Viver era criar o tempo todo estratégias de lasciva sobrevivência na sedução  e instrumentalização dos outros.
Pensava, as vezes em suas  aulas de história. Nas lições sobre o contratualismo e o mito de um pacto social contra um suposto estado de natureza que se encontrava na raiz do caos da modernidade burguesa. Essa ideia ridícula lhe irritava. Para ela era evidente que a sociedade sempre foi apenas um pacto de egoísmos organizados e regulado pela hipocrisia de tradições fudadas no tosco das boas intenções e humanismos. Para ela, o que melhor definia o estado de sociedade era a invenção do crime para garantir a convivência comum.
O mundo era apenas uma merda que ela suportava se embriagando com seu gozo solitário e pleno no absoluto domínio do próprio corpo. Não lhe importava, no mais profundo de si, ser feliz entre os outros. O que a definia  de verdade era a embriagues dos sentidos de sua livre e feliz  boceta molhada. Também gostava de explorar as possibilidades do cu. Não tinha regras no explorar do seu próprio corpo.

Não importava a Sophia a vontade, os sonhos e o desejo dos outros.  Era a plenitude de sua própria vontade ( verdade) que lhe importava acima de qualquer coisa. O sexo deveria ser considerado, segundo ela, a definição perfeita de religião. Pois não existe outro deus além do prazer erótico, do êxtase perfeito da carne em sua contracultural solidão...

sábado, 4 de abril de 2015

CETICISMO

Nada espero do mundo.
Não acredito em pessoas,
Instituições ou mitos.

Não vivo de qualquer mentira
Não serei inventado por qualquer sociedade.
Somente aposto em mim mesmo
Aborrecendo  significados
em meio ao silêncio
Das coisas diariamente vividas...


quarta-feira, 1 de abril de 2015

DA CONDIÇÃO HUMANA

Somos todos escravos dos próprios desejos.
Queremos tudo como crianças caprichosas que não aceitam do mundo nenhum limite.

Por isso sofremos a realidade em lugar de vivê-la.
Não passamos de animais imperfeitos e patológicos que buscam que a existência comum coincida sempre como suas expectativas privadas.

Mas nada é como queremos.
Nunca será.
Que mundo estranho, afinal, seria aquele forjado por nossas irracionais vontades imperfeitas?...
Não seria, certamente, digno de ser vivido.