sexta-feira, 30 de setembro de 2016

REFLEXÃO

O que tenho feito da existência ao longo dos anos?
Se quer me tornei senhor de mim mesmo
E não me conformei ao meus próprios objetivos.
Pouca coisa me parece fazer sentido.
Mas não posso voltar atrás.
É sempre tarde demais.
Preciso me perder em meus absurdos,
Esquecer alguns sonhos

E desconstruir a realidade.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

ATEÍSMO LIBERTÁRIO

O ateísmo é para mim a recusa de toda tradição e a afirmação radical da vontade do individuo livre e de sua liberdade de opinião. Como ateu me considero também um libertário, alguém indiferente ao vazio  de verdades coletivas e toda forma de coerção contra a liberdade de pensamento e estratégia de construção de identidade. Codificar o mundo como ateu é transcender todos os dogmas, inventar-se criativamente e acima de qualquer ideologia ou normativa de estreita da realidade.  

ELOGIO AO ABSURDO

Nunca deixe de fazer alguma coisa porque é considerada absurda. De modo geral, o absurdo e o ridículo nos ajudam a superar a falsa certeza de que o mundo possui um sentido objetivo e teleologicamente ordenado. O absurdo é o mais franco adversário das velhas verdades e o melhor amigo da mudança. Não tema o absurdo... pelo contrario: Ouse!

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

CRÍTICA NIILISTA

Apostamos demasiadamente no impossível
E acreditamos deficientemente no possível.
Nossos desconjuntados pensamentos
Sofrem de grave ansiedade,
De necessidade de Ser e verdade,
Somos mentirosos engenhosos
Sustentando um mundo de faz de conta
Onde a razão prospera e as coisas acontecem
Sempre segundo o bom progresso.
Preferimos uma confortável mentira
Do que o incomodo da incerteza
E a falta de sentido do mundo.


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

PESSOAS NÃO MUDAM

Tudo aquilo que esta nascendo é frágil, indefinido e surpreendente. Por isso nos desperta insegurança, medo e algum nível de impotência. De modo geral, as pessoas não gostam de novidades. Vivem condenadas ao passado e não consideram o devir ou o futuro. Pois sabem que serão ultrapassadas por ele.


Mudar é doloroso e exige um sincero esforço de autocritica, uma quase ruptura intima. Por isso estou convencido de que as pessoas não mudam.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O VICIO DA FELICIDADE

A busca pelo prazer efêmero nos escravizou a tal ponto, que já não somos mais capazes de lidar com as dificuldades e as situações limites. Não admitimos a impossibilidade da felicidade, mesmo quando todas as circunstâncias vividas claramente apontam neste sentido.

Falo aqui de felicidade em sua significação mínima, como realização pessoal através do efêmero do simples dia a dia. Entendo-a como um jogo entre desejo e prazer que se redefine continuamente através do hedonismo e da vertigem dionisíaca, este impulso cego que nos arrasta pelo encadeamento de experiências e sensações.


Somos escravos da euforia vazia, como se a vida se resumisse a bons momentos...

terça-feira, 20 de setembro de 2016

CONSERVADORISMO

Não são as mudanças,
Mas as repetições que nos definem
A existência.
Reproduzimos sempre
Algum tipo de padrão.
Nutrimos um modo próprio de reação,
Uma espécie de vício comportamental.
Ser uma pessoa é ser viciado em si mesmo.
Vivemos iludidos,
Presos na caixinha de nossas certezas,
Mas cada dia é uma oportunidade
De rescrever o futuro

Que jamais chegará....

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O OPOSTO

Tenho profundas aversões ao meu rosto,
Aos escombros de meus eus vazios
Submersos no mundo.
Preciso de um grito,
De um orgasmo
Ou de um soco.
Preciso desesperadamente do avesso,
Do outro mais absurdo
Que mora no fundo de mim.


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

SEJAM LIVRES!

Ainda respiro os silêncios do mundo.
Rendo-me aos acasos e vazios
Dos rasos acontecimentos da vida
E quase me esqueço entre as ruinas de um sorriso.
Acordem o sol antes que seja tarde.
Não quero que seja longe demais.
O futuro é o impossível.
Rasguem o céu.

Sejam livres enquanto é tempo!

terça-feira, 13 de setembro de 2016

A ESSÊNCIA DAS ILUSÕES

O céu hoje está baixo.
Quase podemos toca-lo.
Mas não vale a pena.
Estamos demasiadamente presos
Ao chão.
Queremos seguranças, certezas
E expectativas de futuro.
Não suportamos o sofrimento,
O caos e o absurdo
Que no fundo define nossa existência.
Sempre optamos pela comodidade de alguma ilusão.


ELOGIO AO INDIVIDUALISMO

Gosto das pessoas que não tem nada na vida,
Que não se rendem as suas próprias vontades
Ou ao arbítrio das representações do mundo.
Estas pessoas sabem mais sobre  a liberdade
Do que os escravos da moral ou do absurdo das utopias.

O querer de um não deve ser medido pelo querer do outro
E jamais haverá acordo no querer de todos.

Eis tudo o que precisamos saber sobre a vida em sociedade.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O MUNDO É UM LUGAR ESTRANHO

O mundo sempre foi um lugar estranho.
Levamos a vida inteira tentando lidar com isso,
Naturalizar  o absurdo que nos surpreende
A cada nascer do sol.
Mas como superar aquela inquietude
E leve perplexidade
Que nos define a própria consciência?
Não importa a filosofia ou a verdade
 Na qual estamos contidos,
O mundo será sempre um lugar estranho
Enquanto você pisca os olhos.


ABSURDO

Do lado de fora de mim mesmo
Vejo as sombras da sociedade
Dançando a beira do abismo.
Tudo é devir,
Desconstrução e reinvenção permanente
Do sempre igual selvagem de nós mesmos.
Não procure respostas dentro do cadáver da verdade.

Não espere que  a realidade ainda faça sentido...

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

TRANSVALORAÇÃO

O ente cogitativo e meditabundo
Interpreta a si mesmo como um tolo.
Peleja com o corpo que dança
Contra a natureza                            
Sendo sintoma de si mesmo.
Transladando a alegria em sua amarga consciência
Extrapola o âmbito conceitual do caos.
Mas o essencial sobre isso
Não há palavra que diga.


sexta-feira, 2 de setembro de 2016

A MISÉRIA DA CONTEMPORÂNEIDADE

A vida contemporânea faz tudo parecer estúpido;
Ter opiniões, amar, fazer planos, se divertir...
Toda a possibilidade de realizar alguma coisa entre os outros
Hoje está corrompida,
Perdeu as cores, tornou-se enfadonho,
As margens do ridículo social.
Desaprendemos a querer
E não nos damos o trabalho de realizar grandes reflexões.
Pensar já virou um luxo....


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

DIANTE DO CAOS

Todas as perguntas estavam erradas,
Mas minhas respostas corretas
Contra todas as realidades possíveis.
Era preciso enxergar o impossível,
Imaginar o real
E delirar a verdade.
Era o que todos faziam
Para o cultivo de suas certezas.
O caos estabeleceu-se  em nome da ordem

E todos achavam que tinham razão.