sexta-feira, 26 de junho de 2020

SER LIVRE

Quero ser livre
No saber da vertigem  do abismo,
Ser onde  me livro de mim mesmo,
Onde me torno singularidade, 
Estranho... 
Paradoxo...
Impreciso...
Multiplo e Intempestivo.

Onde não há  julgamentos,
Verdades,
Na transcendência do ridículo de toda moral,
De qualquer definição  do bem e do mal.

Quero ser livre onde algo em mim respira,
Onde me reconheço
Na impossibilidade do possível,
No enigma do outro 
Que através de mim
Inventa a vida.


quarta-feira, 24 de junho de 2020

O MALDITO

Eu sou um maldito.
Estou entre aqueles
Que não são amados,
Que provam a oposição 
E o ódio dos bem resolvidos e aventurados.

Sou do tipo absurdo,
Inclassificável,
Incorrigível.

Sou de todas as formas
Intempestivo, solitário 
Inadequado e louco.
Sou o portador da peste. 
Mas tenho orgulho disso.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

ABSURDO

Há  um absurdo,
Algo dentro do insólito
Das paredes concretas
Do simples cotidiano.

Algo que não se diz,
Nas redes tristes dos inocentes.

LIMITE

O limite da vida
É  a morte,
Mas o sentido da existência 
É uma aposta,
Uma sorte,
Uma neurose.

CONTRA MUNDO



Não.  Eu não quero saber do mundo.
Eu odeio todos os mundos.
Sou inimigo do possível, 
Do impossível é da vida.

Não  esperem de mim palavras ao mundo, 
Boas respostas e receitas de felicidade.

Eu sou a morte.
A morte que escreve sua última palavra,
Contra suas certezas e esperanças .
Não  esperem que eu diga o mundo,
Seu otimismo  de mortos vivos.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

O SUBVERSIVO

Não sou comportado,
Pragmático
Ou amante da razão. 

Sou louco,
Transgressor
E apaixonado por escândalos.

Sou destes que se negam a obedecer,
Recuso o bom senso,
O juízo e o ponderado .

Abomino a ordem vigente.
Guardo dentro de mim um caos criador.

DESPERTAR

Hoje acordei ausente de mim mesmo,
Revoltado com o mundo
E indiferente a qualquer palavra.

Hoje acordei lúcido e desesperado
No limite da existência. 
Abri os olhos cego de vida.