quarta-feira, 8 de abril de 2009

POEMA DIONISIACO


Abandonarei
Os desertos cotidianos;
Buscarei o absurdo
Em cada adega,
Madrugada e orgia.

Apenas os fracos
Precisam de regras,
Princípios morais e rotinas.
Tudo que preciso
É a vida crua e selvagem
Engasgada em paixões.

Adeus certezas de toda parte,
Adeus medos e freios!
Nunca mais serei sem rosto
Na procissão de indecisos
Em multidões.
Pois em todos os sentidos
Serei radicalmente
Apenas meu eu desfeito
Em sensações.

Um comentário:

Unknown disse...

Réminiscence d'une fable existentialiste
Se leio o absurdo da voz que me devora
Se saio aos rodopios praguejando meus pares
Jogo-me no cancro ferrugem em feridas em brasa
Se olho o tempo voltando do nada
Despedaçando meu destino confinado
Calado nervoso me disperso
E na escuridão do abismo me choco
Impassível às avessas abestalhado cansado insípido
E no nada me refaço já que a ruína já foi um palácio
Nenhuma gravidade nos fatos
Cotidiano suspenso no espaço
Mas tudo fica sólido onde passo
Com pés pesados atados às ervas malditas
Soslaio mirando o funil das larvas trementes
Maltrapilho indigente deslizado presente
Aos zincos perambulo na noite infame
Mandrágoras sussurram meu nome
Turbinado clarão de espasmo movediço
Marejado sofrer eterno cambalear na beirada do caos
Cripta da saudade degela as epidermes necrosadas da alma
Decrepitudes bestiais inflamam as galeras no arraial
Silêncio agora lá no ermo do espaço
Desdobrado decadente esticado no varal das miríades
Esse trunfo salutar e também atado em chaga enferma
Prostrado arcado e desfolhado a míngua nas paineiras
Vertiginoso destino arremessa-me á tambores tachibanas
Aos gritos abissais emergido as crateras do acaso
Ass: Λάδι Βιώσας