segunda-feira, 31 de agosto de 2020

O ENIGMA DA REVOLTA

Entre vazios e infinitos
Os abismos nos chamam,
Provocam delírios,
Risos,
Impossíveis destinos,
Inspirando a loucura
Da raiva de alguma esperança.

A IRREALIDADE DE TODOS NÓS

A  vida dos outros
Nunca será a vida de todos,
Como dentro da minha vida
Existe sempre
O vir a ser de um outro.
Não  há em nós 
O universal  de nenhuma humanidade,
Somos múltiplos, incertos,
Ingovernaveis,
No devir do desejo,
Na sombra dos loucos,
Que acorda em nós o múltiplo
Na não  identidade de muitas irrealidades.
Não  somos feitos apenas
Daquilo que existe,
Temos fome de infinito.


LATENTE ABSURDO

Há  um quase do ser
Que me transcende o viver.
Algo invisivel,
Indefinível,
Que não  cabe no pensamento,
No sentimento do mundo.
Há algo esquisito,
Uma intuição  de infinito,
Que diz através da natureza,
Do inconcebível do universo,
Qualquer processo,
Qualquer intensidade,
Que supera a presença 
E o ato de ser.


sábado, 29 de agosto de 2020

O DELIRIO DO OLHAR

Desfocado,
Desvairado, 
Transformado,
Transfigurado,
O olhar transcende os olhos
E mata a paisagem em miragens .
Inventa imagens no desmaio da visão,
Cria no delírio das imaginações 
Mundos virtuais ,
Quase possíveis no não  lugar de mim, 
Através  do apresentar-se do mundo.
Já  não  são os olhos que enxergam,
É  o cérebro que vê  na composição dos corpos.
 

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

DURAÇÃO E VIDA

Persisto contra o tempo
Nos lampejos de outros mundos,
De outros dias,
Onde já não existo,
Me sabendo desfeito
No acontecer de outros rostos.

Sei que não  estou contido
Em meu próprio corpo
Na terra que meus pés pensam,
Onde percebo a vida
Na inconstância de todas as coisas.

O QUE É O PENSAMENTO?

Pensar é  corpo,
Natureza e artifício
No cérebro que se faz
Sujeito do mundo,
Criação e consciência,
Da vida como atividade incerta,
Como uma realidade que sempre nos escapa,
No acontecer de signos e símbolos,
Na ciência da terra,
Na aventura do mar.


domingo, 16 de agosto de 2020

CAOS E VIDA

Não vivo de certezas,
Não  existo em nenhuma verdade
Ou imaginações do mundo.
Aconteço  na intuição  do caos,
Na sutil desordem das coisas,
Onde tudo nasce 
Tudo morre,
E nada é  digno de porvir
No devir absoluto de um trágico vir a ser inumano.



domingo, 2 de agosto de 2020

FILHO DO CAOS

Quando nasci
Sei muito bem
Que passados antigos
Renasceram  no mundo.
Pois minha existência 
Tem o gosto dos ventos e tempestades,
Do caos dos primórdios do mudo,
Do absurdo e do intempestivo .