terça-feira, 29 de novembro de 2011

APOLOGIA DO MEDO


Muitas vezes o medo se revela como nosso mais caro aliado no devir da existência. Pois ele nos inspira a quebrar inércias, correr riscos e reinventar tudo aquilo que até então parecia certo e imutável.
O medo, quando certas circunstâncias o despertam para o cotidiano, é o mais transformador de todos os instintos humanos...

domingo, 27 de novembro de 2011

A NOVA CONCEPÇÃO DE MUNDO SEGUNDO NIETZSCHE (citação)

“ A nova concepção de mundo.- O mundo subsiste; não é nada que vem a ser, nada que perece. Ou antes: vem a ser, perece, mas nunca começou a vir a ser e nunca cessou de perecer,- conserva-se em ambos.... Vive de si próprio: seus alimentos são seus excrementos.
A hipótese de um mundo criado não deve afligir-nos nem por um instante. O conceito “criar” é hoje perfeitamente indefinível, inexequível; meramente uma palavra ainda, rudimentar, dos tempos da superstição; com uma palavra não se explica nada. A última tentativa de conceber um mundo que começa foi feita recentemente, várias vezes, com o auxílio de uma procedura lógica-na maioria das vezes, como é de adivinhar, com uma segunda intenção teológica.”
F. NIEZSCHE §1066 in O ETERNO RETORNO textos de 1884-1888

MARGINAL FILOSOFIA


NUNCA TEMA SEGUIR O ECO DO SEU PRÓPRIO GRITO,
VAGAR PELAS MARGENS E SOMBRAS DE SEU PRÓPRIO PENSAMENTO,
DESPIDO DE TODO INFINITO E VERDADE.
APENAS POVOE DE SONHOS A MADRUGADA
NA NUDEZ DE SUAS MAIS DESTILADAS VONTADES ABERTAS...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

LENDA URBANA E CRITICA A MITOLOGIA CRISTÃ

Foi entre os extras da  edição em DVD da 6ª temporada da irreverente série SUPERNATURAL que tomei conhecimento de uma das mais ridículas lendas urbanas de todos os tempos. Falo do mito do buraco do inferno.
Segue o endereço de uma fonte de informação sobre o assunto:
Em linhas gerais, trata-se da suposta experiência de ouvir gritos de agonia dentro da terra quando se cava em profundidade. A mais famosa versão da lenda ocorreu na Siberia em 1989 entre operários que cavavam (TALVEZ) um poço de petróleo como comentado na página indicada.
felizmente, quando o homem foi a lua, já sabíamos  que o céu religioso é uma ilusão tosca de salvação da morte, que tudo que encontramos no além da estratosfera é um estranho  e misterioso universo em expansão, onde não existem almas nem acentos divinos ao lado direito de qualquer deus... Muito menos normatizações ou principios absolutos ao gosto de qualquer megalomaniaca e caprichosa divindade.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

BREVE APONTAMENTO SOBRE O MONSTRUOSO E A HISTORIOGRAFIA

Em sua introdução a sua obra MONSTROS, DEMÔNIOS E ENCANTAMENTOS NO FIM DA IDADE MÉDIA o historiador Claude Kappler  explica a relevância de um dos mais fascinantes e fecundos temas da história das mentalidades e do imaginário. Creio eu que o monstro e a mosnruosidade, enquanto imagem arquetípica e ao mesmo tempo  contextualizada em cada especificidade cultural, representa um desafiador tema de pesquisa  que desagua na estética contemporânea  incarnada no  heavy metal ou em filmes de terror do século passado e até mesmo em certas escolas literárias.

Nossas codificações do monstruoso são significativamente diferentes daquelas edificadas na idade media e na renascença, pressupõem um certo prazer estético e sua dessacralizão, o que só aumenta sua pertinência como tema de pesquisa....

“A ideia deste trabalho germinou na contemplação de Jeronimo Boch. Apesar de todas as tentativas de interpretação, sua obra  continua sendo um mistério para os modernos. Ora, não era isso que ocorria no século XV e XVI: grande número de suas obras foi comprada por Filipe II de Espanha, “o rei muito católico”, que declarou querer estar, na hora da morte, diante do tríptico das Delícias. Jeronimo Bosch foi extremamente apreciado em vida e, muito provavelmente compreendido. Ai está o que contradiz logo de início a imagem de pintor diabólico, alucinado, herético, maldito; imagem esta que, no modo de ver de alguns críticos modernos, “explicaria” sua criação monstruosa. Assim se apresenta o problema que está na origem do nosso estudo: o que para nós é obscuro parece ter sido claro naqueles tempos. Por que? Se Bosch foi, ao que parece, um artista muito conceituado mas “sem história” e sem escândalos, se sua obra foi aceita com toda naturalidade e em geral apreciada, foi por estar inserida num contexto que a esclarece e explica. É esse o contexto que nos interessa: interessa-nos em si mesmo e não enquanto explicação de  J. Bosch.”    

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

SOBRE BATMAN, FILOSOFIA E AUTENTICIDADE...

Este post se propõe a ser uma singela homenagem ao curioso imaginário das histórias em quadrinhos através de um de seus mais performáticos e emblemáticos personagens: BATMAN. Para tanto, lanço mão de uma citação do ensaio NOITES ESCURAS E O CHAMADO DA CONSCIENCIA  by JASON J. HOWARD in BATMAN E A FILOSOFIA:

"A escolha por ter uma vida autêntica traz algumas noites sombrias; porém esse é o preço que devemos pagar para ter uma vida sem ilusão. A aceitação desse fato por parte de Batman sustenta o heroísmo dele. Ele conta com sua própria vontade, e não com um poder sobre humano, para ter uma consciência autêntica. Por conseguinte, o propósito da capa e do capuz não é esconder o que ele é. A fantasia é um atestado das escolhas que fez e do homem que se tornou. Embora não possamos literalmente imitar Batman e os riscos que ele corre- afinal de contas, ele é um herói de histórais em quadrinhos-, as batalhas internas dele não são de modo algum estranhas a maioria de nós. Batman é uma pessoa que luta para afirmar o peso de suas escolhas e ter uma existência autêntica. Em um mundo no qual o conformismo alienado é excessivo, a ignorância é a ordem do dia e o medo o nosso maior mestre, o chamado do batman à consciência é um exemplo de como a vontade de confrontar o significado de nossa existência também pode ser o caminho para a liberdade pessoal.”

Metallica - One - Legendado PT BR

JOHNNY GOT HIS GUM

O escritor Dalton Trumbo escreveu e dirigiu um único filme. Mas foi o suficiente para ganhar um lugar de destaque na história do cinema mundial. JOHNNY GOT HIS GUM ( JOHNNY VAI A GUERRA) de 1971 é considerado até os dias de hoje o melhor filme anti belicista ou pacifista de todos os tempos.

A imagem de um soldado abatido nas trincheiras da 1º Grande Guerra, sem rosto, sem braços ou pernas, isolado do mundo em sua própria mente implorando para que o matem, quando o exército insiste em mante-lo vivo e escondido, é  definitivamente uma sombria e contundente homenagem a todas as vítimas da barbárie da guerra e ao lado sombrio da civilização.

Interessante observar que este filme inspirou a musica ONE do álbum  ...AND JUSTICE FOR ALL do Metallica e também uma defesa convincente da eutanásia.

Creio que o monólogo final do soldado sem rosto  resume o longa de forma perfeita:

“...POR DENTRO, GRITO E ESPERNEIO COMO UM ANIMAL ENCURRALADO E NINGUEM LIGA. SE TIVESSE BRAÇOS, ME MATARIA. SE TIVESSE PERNAS, CORRERIA. SE TIVESSE VOZ, FALARIA, E ISSO ME FARIA COMPANHIA.
NÃO POSSO PEDIR SOCORRO... PORQUE NINGUEM ME AJUDA. NEM DEUS, PORQUE DEUS NÃO EXISTE. NÃO PODERIA EXISTIR EM UM LUGAR ASSIM.
MESMO ASSIM, PRECISO FAZER ALGO. PORQUE EU... NÃO SEI COMO VOU AGUENTAR ISSO POR MUITO TEMPO.
SOS...SOCORRO. SOS... SOCORRO. SOS... SOCORRO. SOS...SOCORRO....

domingo, 13 de novembro de 2011

VOLÚPIA

Apenas sentirei
A mudez da vida
No corpo etéreo
De pequenos prazeres
E aventuras
Saboreando o aleatório
Das micro realidades
De cada momento
E movimento do tempo...
Serei em tudo
Superficial e efêmero
No seguir do vento
Escrito em meus olhos....

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Black Sabbath - Black Sabbath (Ozzfest 2005)

L'INFERNO: 100 ANOS DEPOIS


2011 é o ano do centenário de um dos mais importantes e, provavelmente, o mais antigo clássico do cinema mundial. Refiro-me  ao, infelizmente  hoje pouco celebrado INFERNO dirigido por Giuseppe de Liguoro. Trata-se da primeira adaptação da Divina Comédia de Dante Alighieri para o cinema.  Esta homenagem ao poeta tem como pano de fundo o conturbado cenário político da Itália do inicio do sec. XX e os dilemas de sua unificação tardia enquanto estado nação.
INFERNO foi em sua época o mais ousado e grandioso empreendimento da então ainda nascente sétima arte. Seus gigantescos cenários inspirados nos desenhos de Duher e inovadores efeitos especiais foram tão revolucionários que durante muito tempo não foram superados por qualquer outro filme.
Através desta singular produção pela primeira vez a platéia experimentou o medo e a perplexidade no cinema.
Ouso acrescentar que mesmo nos dias de hoje sua linguagem “surrealista” e fantástica ainda nos provoca uma curiosa impressão.

domingo, 6 de novembro de 2011

TRASH MOVIE: BAD TASTE


Nos idos dos anos 80, antes de tornar-se famoso pelo sucesso de filmes como a trilologia do Senhor dos Anéis e sua nova versão do clássico King Kong,  o hoje celebrado diretor neo zelandês PETER JACKSON produziu e dirigiu aquele que hoje é considerado por muitos a obra prima do trash  movie.

Refiro-me aqui a BAD TASTE ( Mau gosto), seu primeiro longa, lançado em 1987. Com um orçamento  demasiadamente pequeno, muita paixão pela sétima arte e uma criatividade surrealista, Jachson e seus amigos produziram este clássico, inicialmente concebido como um curta de 15 minutos em 1983 que reinventou-se  em um longa filmado entre muitos sacrificados  fins de semana e feriados ao longo de quatro longos anos com uma câmera de segunda mão de 250 dólares.

O resultado não poderia ser mais gratificante. O filme é maravilhosamente tosco, recheado de efeitos especiais ridículos , porém hilários, contextualizados por um roteiro absurdo e citações de outros clássicos do gênero como O Massacre da Serra Elétrica. Ousaria arriscar o palpite de que a associação entre zumbis e extra terrestres que norteia o enredo é uma referência ao celebre  Plan 9 From Outer Space ( Plano 9 do Espaço Sideral)- 1959 do diretor Ed Wood.

Definitivamente, trata-se aqui de uma obra prima do trash que nenhuma palavra ou descrição por mim concebida faria a devida justiça. Posso, portanto, apenas celebra-lo através desta pequena e propositalmente  limitada resenha. 

sábado, 5 de novembro de 2011

SOBRE RAZÃO E INDÍCIOS

ACREDITAR É SEMPRE UMA FALHA DE RACICOCÍNIO,
ENQUANTO  PERMANENTEMENTE INVESTIGAR É  UMA PREMISSA
DE TODO PENSAMENTO CRITICO...

AFINAL PESAR É SEGUIR INDÍCIOS,
REINVENTAR  EXPERIÊNCIAS E EVIDÊNCIAS
TRANSCENDENDO A INGENUIDADE
DO MERO EMPIRISMO...