A linguagem da transgressão
encontra em cada época uma nova gramática. Mas enfrenta , sempre um mesmo
inimigo, a inercia das tradições inspiradas na moral judaico cristã e todas as
formas de concepção de mundo delas derivadas, principalmente as que definem o
corpo como um tabu.
A audácia de pensamento e a busca
pela liberdade inspiram os detratores da moral em sua cruzada contra a
hipocrisia e os obscurantismos oriundos das inercias comportamentais que a
tradição sustenta.
O escárnio, o burlesco, o
destemperado, o excesso, o proibido e o maldito ganham cor nas imaginações e
textos daqueles que transformam textos em granadas e a linguagem em crime.
O divino Marques de Sade
permanece como o mais ilustre dentre os
que se voltaram contra as velhas certezas e cretinizações pseudo eternas. Mas
falando aos temos de agora, é preciso reencontrar e reinventar a literatura como escândalo e
escarnio.
Afinal, a “boa sociedade” ainda
merece ser insultada pelos rebentos da libertinagem esclarecida.
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