quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O ABANDONO DA MADRUGADA

A madrugada cai sobre a gente
Abrandando todos os sentimentos,
Abraçando silêncios e lamentos,
Nos deixando profundamente
Abatidos, doídos e ralos,
Como se viver
Fosse o simples ato
De respirar.
A madrugada
Nos cobre de frio,
Sono e delírio.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

DELÍRIO ABSOLUTO

Embriagar-me-ei
De todos os vícios,
De todos os excessos!
Quero desfazer o mundo
No explodir de minhas fantasias
Em todas as direções do pensável.
Depois, acordarei outro,
Transfigurado pelo mais subversivo
Carnaval fora de época.
Despertarei Dionísio
De seu  sono eterno
Com meu desvairado riso.
Farei o mundo
Nunca mais ser o mesmo
Imprimindo nele  a marca da minha vida.



domingo, 17 de novembro de 2013

O DESPERTAR DOS SONHOS



Os sonhos, cansados,

Deitaram-se sobre o horizonte

Despidos de todo encanto

Buscavam um encontro

Com o grande silêncio

Da mais simples realidade,

Buscavam o ilegível do humano,

O desdito do  sentido

Que  sustenta   a opacidade diurna.

Naquele instante,

Os sonhos apenas acordavam.


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ALÉM DA RAZÃO

O precário e o instável
Da vida cotidiana
Desafia  certezas e fatos
Nas insuficiências do agora.

Estou a um passo
Da outra margem,
Do mágico de Oz
E do lado escuro da lua.
Estou a um passo
De mim mesmo
Indo para o lugar nenhum
De antigo sonho
Até então perdido...


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

LIBERTAÇÃO

Entre a prisão
De casa
E a miséria do mundo,
Prefiro a embriaguez
E o delírio,
Viver a marginal arte
De correr riscos,
Improvisar os dias,
Até que a loucura
Me abra definitivamente
Os olhos!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O MAIS PRÓXIMO DA DISTÂNCIA

Deixei uma gota de amor
Em sua vagina
E parti triste
A tua própria procura.
Pois sabia teus olhos
Alheios aos meus,
Apesar do gozo
Que desfazia palavras
E nos reinventava,
De tuas pernas
Em torno do meu pescoço.