Gosto de palavras anexatas.
Odeio números!
Não suporto a precisão do quantitativo.
Ele não me diz nada.
Já o dizer anexato esclarece-me tudo.
Pois não tem conclusão.
Apenas caminhos.
Este blog tem por objetivo a critica a razão moderna tal como configurada pela Iluminismo e pelas revoluções industrial e francesa. Ocupa-se, portanto, das tendências culturais e estéticas ditas “irracionalistas”, representadas pelo Romantismo, pelo Simbolismo, Decadentismo, pela filosofia de Nietzsche e Schopenhauer e, posteriormente, pelas vanguardas estéticas européias da segunda dezena do século XX e finalmente o HEAVY METAL...
Gosto de palavras anexatas.
Odeio números!
Não suporto a precisão do quantitativo.
Ele não me diz nada.
Já o dizer anexato esclarece-me tudo.
Pois não tem conclusão.
Apenas caminhos.
Busco uma boa dose de loucura em qualquer coisa. Seja na bebida, no cigarro, na comida, no sexo e até mesmo no banho.
A loucura é descobrir as coisas de um modo que não nos ensinaram. Ela é a criação do novo, do inesperado, do imprevisível. Sem loucura a realidade não seria possível. Não haveria mudança. A própria vida é uma loucura que ninguém explica, onde nada precisa fazer sentido ou obedecer um propósito.
As coincidências se misturam na tempestade das aparências e ausências. Isso define a existência.
Comovo-me com as pedras.
Como são resistentes e indiferentes
a todo ambiente!
Toda pedra parece um pedaço perdido
de uma verdadeira pedra infinita
que jamais conheceremos
pois se reinventou a si mesma
como multiplicidade.
Há uma multidão insinuada
em cada pedra.
É como se a natureza da pedra
fosse exterior e infinita
na contramão da essência.
Ninguém sabe o início ou o fim da pedra.
Tudo que sabemos é que elas estão em todas as partes,
Que surgiram antes do mundo ser mundo
no Uno de todas as pedras.
A noite é iminente.
Quase uma fatalidade.
Pois, para muitos,
não haverá dia seguinte.
A noite será quase absoluta.
Sem lua, estrelas ou esparança
no céu.
Simplesmente, será noite.
Para o desespero daqueles
que amam a luz do dia.
Misturas de infâncias, delírios, angustias e gritos
reinventam a consciência contra os novos mitos
Da mídia, do mercado e do grande egoísmo.
Na imaterial realidade da tela e do tempo
toda experiência é simulacro.
Verdades são doses de uísque sem gelo
e toda conversa uma cerveja compartilhada.
Nada mais importa.
Agora a vida é breve e sem sentido.
Imerso entre signos e afetos,
enunciados e disciplinas,
sou um corpo a deriva
entre o eu e o mundo,
dentro e fora do sentido,
sempre incerto e em risco.
Todos os meus motivos,
expectativas, prazeres e desejos,
são miragens, vertigens,
efeitos de um vazio
rarefeito realizado no tempo e no espaço.
Sei hoje o mundo como delírio.
Duvido da realidade dos outros ,
da minha própria existência,
de toda razão e verdade
que nos organiza a vida.
Não acredito em nada.
Não penso.
Alucino.
Quero saber quanta loucura
cabe ainda no meu caminho
contra todas as mentiras guardadas nos livros.
Deixe a rua dentro de casa
Quando sumir na cama
ao se perder na cidade.
Seu lugar é o incerto do deslocamento
que te faz acontecer em todas as partes
do lado de fora de toda realidade.
Qualquer lugar por onde você passa é distante,
pois tudo que está perto é sempre mais longe.
Seu corpo desconhece o abrigo do chão
que te cobre o céu dos mares.
Ainda que morto
vivo os últimos dias
do meu mundo
como um condenado
ao infinito dos outros.
Não sou escravo,
nem livre.
No meu ódio
a todos os senhores
e autoridades.
Sou apenas
mais um maldito.
Como são ativos os conformados,
organizados e determinados em suas inércias,
em suas lutas mudas pela perpetuação da mesmice,
em nome da metafísica ordem dos bens ajustados.
A passividade é a forma de ação da contemporaneidade.
Todos estão sorrindo e se acham importantes.
Todos conhecem a verdade e sabem o segredo da felicidade.
Depois do café
fugirei pela porta dos fundos
da realidade.
Visitarei meu duplo
que mora no espelho.
Encontrarei minha amiga
que dorme no fundo do rio
e conversarei com as borboletas
sobre os abismos do nada e da eternidade.
Talvez depois eu retorne triste
ao vazio da realidade,
ou, simplesmente, admita
que ela não existe.
Não quero fazer sentido.
Compartilhar verdades e juízos
em um mundo de insanidades.
Todos os discursos me parecem banais,
assim como toda confissão de verdade.
As pessoas não passam de caricaturas delas mesmas
entre o cinismo e a vaidade
Do lado de dentro de um pensamento
escuto as palavras desfazendo versos e frases.
Elas querem escrever outra coisa
contra a escrita e o sentido
que combinam as letras.
A intenção das palavras
é claramente a morte do autor.
Mas não o encontram.
No fundo sabem que ele não existe.
Apenas as mãos que escrevem ou digitam
persistem em seu exercício inútil
de produzir qualquer texto onde caiba o mundo.