domingo, 31 de agosto de 2014

REALISMO ERÓTICO


Teu corpo não era feito

De curvas perfeitas,

Nem teu rosto merecia um quadro.

Mesmo assim

Me rendi ao teu cheiro,

Aos teus desastres.

Em um beijo descobri que seus dentes

Não eram perfeitos,

O quanto tua pele sofrera o tempo.

Teu gozo, entretanto,

Era mais que perfeito.

sábado, 30 de agosto de 2014

POEMA AOS CRENTELHOS


Eu me declaro ateu e livre de suas verdades eternas.

Eu afirmo  o infinito de possibilidades

Contra a sua resposta pronta de  qualquer deus ou religião.

Eu me faço  no riso das pequenas coisas

Rindo do teu impositivo absoltuto vazio da fé....

Eu só acredito no possivel de cada dia vivido.

Deus algum me esmaga.

domingo, 24 de agosto de 2014

A MENINA VESTIDA DE INFÂNCIAS


Vou ao encontro do riso

Daquela menina

Que um dia me rasgou a inffância.

Sairei em busca de alguns destinos

Abandonados pelo caminho.

Jogarei fora futuros,

Sonhos e sombras,

Para saber minha cabeça

Abandonada entre teus seios

E meus pensamentos enterrados

No profundo sonho que mora em teus olhos.

Ternos nos entrelaçaremos  no infinito da cama

Que nos espera abandonada

A margem de um abismo.

Nela, reaprenderemos a infância

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

CAOTICIDADE


Já não sei nada sobre a constituição das coisas.

As vezes tenho todas as opiniões do mundo

E me faço vazio de mim mesmo.

É quando

Viver me surpreende como uma febre estranha

E qualquer delírio escreve um brilho

Nos fatos cotidianos

Em um mundo que se revela

Cada vez mais absurdo e provisório.

 

domingo, 17 de agosto de 2014

DESEJOS E LIBERDADE


Sou feito de tantos desejos

Que não sei o que quero

Na vertigem de minhas vontades.

Só sei que não me basta

O mundo que vivo

Contra todas as minhas espectativas

De realidade.

Apenas existo

Em meu abstrato grito de liberdade.

sábado, 16 de agosto de 2014

FICÇÕES DO HUMANO


Não sei quem fala a minha voz,

Quem existe no que sinto, penso

E lembro, através de um eu exitante e provisório.

Sou em todas as coisas que conheço

O limitado de mim mesmo.

Existo no não ser absoluto.

Não ouso olhar as coisas

Sem gritar imaginações.

 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

CONTRA O DUALISMO CORPO/ESPÍRITO


A sintomatologia é a forma mais sutil do falar do corpo.

Através dela o sentir e o pensar moldam nossos estados físicos,

Revelam o humano como algo material e concreto,

Redutível à realidade espaço temporal

Da carne e dos sentidos.

A própria mente é a concretude de um cérebro

Em funcionamento que se fundamenta exclusivamente em si mesmo.

 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

FIM DE NOITE

Éramos os últimos
Naquele bar sombrio
Onde serviam coquetéis
De abismos
Enquanto mulheres dançavam
No teto
Uma hipnótica canção de fim de mundo.

De tão provisórias
Minhas verdades caíram mortas
No colo das minhas duvidas.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A LÓGICA DOS NOSSOS ERROS

Aquilo que posteriormente classificamos como um erro é apenas uma prova do quanto nosso próprio querer e vontade normalmente estão equivocados e são inspirados por uma impulsividade inconsequente diante das situações vividas. Em outros termos, a maior parte de nossas decisões diárias não são produto de qualquer reflexão coerente. Passamos a maior parte do tempo nos comportando como perfeitos idiotas e, simplesmente, não nos incomodamos com isso.

O FUTURO DO VENTO

Nas entranhas do vento
Aguardo a chegada do futuro.
Nada mais importa...
Pois o resto é este presente
Em pedaços,
Estas urgências que me gritam
Por dentro.
Contra elas
Quero apenas o futuro,
Respirar novidades
Até o limite das paciências.
Quero que o vento acorde
E dance livre em todos os cantos.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

NOTA SOBRE A DESREALIDADE DO MUNDO

Quem disse que espero do mundo qualquer mínimo de  sentido ou coerência?
Estou acostumado a julgar patético e absurdo tudo aquilo que existe e descordo daqueles tolos que levam demasiadamente a sério seus discursos e auto ilusões.
Ninguém possui o valor que julga ter ou terá um dia o que realmente merece segundo seu próprio e infeliz julgamento.
Somos todos apenas excremento de alguma ideia morta de realidade que se quer percebeu seu próprio  óbito.
Felizes daqueles que por qualquer desrazão jogaram fora suas pretensões a felicidade.

Felizes todos os injustos que não comungam de nenhuma falso ideal de  justiça, seja ele metafisico ou, simplesmente, demasiadamente humano.