quarta-feira, 30 de setembro de 2009

MÁSCARAS

Somos todos filhos
Bastardos de algum infortúnio,
Incerteza, dor,
ou frustração.


Somos todos obscuros
Na clareza
De nossos rostos impuros
E sem futuro...


Sobreviver é vestir
A máscara que nos define
No jogo insano do mundo...



terça-feira, 29 de setembro de 2009

A MENTIRA DO BEM E DO MAL...

Não existe definição verbal do mundo que dê conta daquilo que definimos universalmente como existênca…

O que mais pertuba com relação as religiões do verbo, ou monoteistas, é que nelas, sempre somos vitimas, no sentido negativo do seu adversário, ou, no sentido positivo, da arrogante divindade que se impondo única, tenta nos seduzir com promessas de eternas dádivas.
Em ambos os casos, nunca somos responsáveis ou realmente culpados por nossos defeitos e falhas, nunca os atribuimos ao erro patológico de se acreditar ingenuamente em qualquer ilusão de ideal perfeição de nós mesmos… Apenas somos bons ou maus, dependendo da opção por um ou outro lado…
Logo, é preciso negar o jogo de claro e escuro de si mesmo para abraçar o ridiculo da redenção da fé monoteista…

sábado, 26 de setembro de 2009

SABEDORIA DO DIABO...

O mundo pertence

Aos escravos da fé.

Olhe sempre adiante,

Jamais para tras.

Pois o futuro consome
Aos poucos
Todas as certezas
E tradições.

Faça tua força
O segredo de um desconhecio
E novo amanhã
Em permanente transformação…

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ANTIGUIDADE

Na sadia época antiga, os homens não conheciam o conceito de fé… Viviam entre deuses e natureza sua mortalidade, se descobriam como individuos em meio ao mitológico existir de cada dia.
O sentido das coisas era diretamente dado pelo imaginário. Nada nos transcendia, na certa medida da experiência de todas as coisas boas e más…
Eramos físicos e concretos animais sem pretenções megalomaniacas de fantasias absurdas de “espiritualidade” ou “eternidade”.
O cristianismo foi uma doença proporcionada pela decadência da cultura antiga que destruiu a virtude humana…
O que historicamente seriamos se a biblioteca de Alexandria não tivesse sido destruida pela turba cristã?... Que antiguidade nos definiria?

POEMA INSANO


Escreva seus medos
Em letras vermelhas

No coração da realidade
Até que ela desapareça.


Enterra em seu pensamento
A lâmina fria da des-razão
E beba o mundo inteiro
Em um único gole
De sangue e alucinação.

Escreva-se em ti mesmo
Como ferida aberta
Na meta discreta
De sua mais obscura
Fantasia….



quarta-feira, 23 de setembro de 2009

FIOLOSOFIA DA MORTE

A única certeza do mundo

É morrer.
Por isso vivemos
Imersos em incertezas
Desconstruíndo a vida,
A falsidade de cada dia,

No viver de imortais imagens
De meta pensamento.

Delírios me dizem
O momento seguinte...

Tudo o mais
É mera ilusão,
vaidade e fé....



segunda-feira, 21 de setembro de 2009

JOGO DE ESPELHO E TEMPO

Ignoro o espelho,

Não me reconheço
Na imagem
Que vejo nele.

Sei que tudo que sou
Não cabe na face que me reflete
Como escapa ao superficial
Da face de fotografias
Que já nascem antigas
No movimento insólito
Do sonho da vida....

O CONCRETISMO DAS APARÊNCIAS...




Sinto-me simulacro

De mim mesmo
No vazio das representações sociais,
Enquanto imaginações declinam
Frente nossas absurdas convenções
De mera realidade...

Tudo o que é visível
Ou pensado,
Tornou-se agora
Inútil passado opaco
No paradoxo de imaginações
Despertadas em quase loucura...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O CORPO COMO MUNDO VIVIDO

Falamos para preencher

O vazio do mundo,
Esconder o nada
Que desenha cada ato humano
E fugir a embriaguez redentora
Que afirma o corpo
Como centro, meio
E fim de todas as coisas.
Como se fosse possível
Viver saudavelmente
Na patologia do bem
Acreditando na hipocrisia
Que justifica nossos erros
E mediocridades cotidianas....



quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PÓS HUMANIDADE

Daqui a três passos

Verei o numero quatro
Estampado
Nas frágeis paredes
De um ocasional pensamento,
Deixarei escapar a realidade
Na vontade de liberdade
Que me rasga o peito.
Serei dentro de um nada
A absoluta realização
De arcaicas inércias
Deixando para trás
Minhas ilusões de humanidade...



segunda-feira, 14 de setembro de 2009

ANTI ILUMINISMO E MITOLOGIA OU ELOGIO AO PAGANISMO REPRIMIDO


Em uma versão radicalmente contemporânea e secular, podemos codificar o mito como aquilo que em última e essencial instância define nossa experiência de realidade em todos os níveis do entendimento humano.
Basicamente, defino como mitologia toda construção de significado, todas as representações possíveis e humanamente impossíveis do mundo. Pois mesmo a razão vulgar e a ciência moderna revelam objetivamente a realidade na mesma medida em que a inventam e reinventam em termos humanos por intermédio de linguagens, de imagens e símbolos arbitrariamente definidos... Todo progresso é uma ilusão propiciada por nossa ilusão de humanidade....

domingo, 13 de setembro de 2009

O SEXO COMO RELIGIÃO VERDADEIRA


Quando duas pessoas experimentam uma a outra, através da linguagem física e gramatical, mergulhando na mais intensa certeza de sensações e prazer, confrontam-se com aquilo que não pode ser posto em palavras, a não ser como uma grosseira paródia do que, por princípio, não possui significação possível.
O prazer sensual proporcionado pelo mergulho no universo tátil de dois corpos, em irracional diálogo, é a mais profunda forma de evasão, de despersonificação social, na liberdade instintiva e crua dos jogos de sedução e cognição alterada. É a única experiência que podemos definir hoje em dia como verdaeiramente religiosa....

sábado, 12 de setembro de 2009

O VULTO

Um estranho e misterioso

Vulto
Passeia pelos meus pensamentos,
Um assombro de eu futuro

A desafiar todas as certezas presentes.
Diante dele
Palavra alguma
Diz realidades
Ou remete a verdades.

Tudo é medo e incerteza,
Vertigem de céus e abismos
A invadir minha intima estranheza
De existir no aqui e agora
De lugar nenhum...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

SOBRE A FALSIDADE DA LEI MORAL...

“FAÇA O QUE TU QUERES, POIS É TUDO DA LEI”.... Toda legislação coercitiva é abuso da sociedade contra o individuo... Testemunho da falência da subjetividade e sobrevivência velada das varias faces do totalitalismo religioso e moral. Ainda estamos muito longe da conquista de sociedades livres, pois elas nos conduzem alem da razão e da ordem hipócrita da doença do dia a dia de autoritária coletividade...


domingo, 6 de setembro de 2009

PARA ALEM DO BEM E DO MAL

Já não há verdade



Ou certeza possível


Que sustente a existência.


Apenas ilusões de fé


Entre ruínas de tradições,


Cemitérios vivos de morais


E religiões...


Eros e Ares


Desenham os opostos


No alem do bem e do mal


Das físicas almas


Ditas humanas...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

SATÂNICO EVANGELHO DO RIDICULO DO AMOR AO PROXIMO

Ama em ti o outro, o diabo, como se fosse você nos cacos de fragmentos de eus no meta ser de um esquizofrênico sentido de viver... Siga em embriaguez de cotidiano entre e através dos labirintos de sentido, reinventando as encruzilhadas nas quais derrama o lixo de tuas certezas... Vomita sobre a cruz e o sofrimento, vivendo o sol como um deus inédito e desconhecido, que escapa ao absurdo do verbo consagrado em verdade que não existe...


Tudo que te cerca é o indefinido do outro que te escapa em coletividade...


EVANGELHO DO VERDADEIRO EU MAIOR QUE QUALQUER DEUS

Não importa a religião, família ou pátria que te mata, junte-se aqueles que se jogam em abismos e espirais de individualidade para provar o veneno do inverossímil e gritar em rebeldia seu acaso mágico de futuro e liberdade. Toda sociedade é corrupta na impessoalidade do coletivo fazer-se de sua pseudo identidade...
VIDE A MIM OS MAIS SINCEROS ANIMAIS, POIS ELES SÃO AS VERDADEIRAS CRIANÇAS DO MUNDO...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

NEGATIVA CATARSE

Em cada fardo
Ou limite
Posso tocar
As invisíveis paredes
Da realidade,
O previsível vazio dos fatos
Que me rasgam vontades
E desfazem ilusões...

Jamais me enganaram destinos
Ou sucumbi
Ao infantil apelo de tolas esperanças.
Sempre soube o finito
Do acontecer diário
Que aos solavancos me faz ser
Diversas e insatisfatórias versões
De mim mesmo em leituras do falso
Que é toda realidade...