quinta-feira, 26 de abril de 2012

PESSOAS

As ruas estão fartas
De pessoas.

Pessoas que seguem
Em todas as direções,
Que decoram todos
Os lugares
Em passos rápidos
Ou em velozes carros
Sem qualquer consenso
Ou diálogo;

Pessoas que  seguem vazias,
Sem  revoltas ou reflexões
Exercendo o abstrato direito
De ir e  vir
De parte alguma
A lugar algum.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Slayer - Postmortem (Extra Evil Edition)

ATUALIDADE DO MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO by S. FREUD


No fundo, apesar de todos os limites da psicanálise,  Freud  não estava errado em sua obra O MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO na medida em que o cérebro humano, como nos ensina as neuro ciências,  funciona  basicamente através de um elementar sistema de estímulos exteriores e recompensas fisiológicas...
Na medida em que todo ato e fato cultural humano aproxima-se cada vez mais desta elementar premissa de um sistema ontológico de necessidade e recompensa, nossas configurações tradicionais do significado da civilização caem por terra...
Em outros termos, a cultura não nos redime de nossa humana condição animal...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

MORTE

De repente
Escutei no vento
O coro de todos
Os meus passados somados.

Vi meus futuros em  pedaços
E espalhados pelo chão
E o tempo esvaindo no espaço
Esvaziando meus pensamentos.

Já não era mais cedo
Nem tarde,
Existia apenas
O Agora
Do mais simples e elementar silêncio....


quarta-feira, 18 de abril de 2012

NULIDADE

Não cabe na palavra
O que agora sinto
Ou penso sentir.

Não cabe na cabeça
O que de tanto pensar
Já não consigo saber
No vazio de superficiais
Racionalizações.

Talvez eu deva
Deixar passar o tempo
Até esquecer...

Talvez eu deva
Simplesmente
Desaparecer...

ROCK, REVOLUÇÃO COMPORTAMENTAL E IMAGINARIO OCIDENTAL

Falando de modo muito superficial e recorrendo a algumas genarizações talvez abusivas, quero aqui sustentar que,  mais do que um estilo musical ou  vertente da musica popular contemporânea, o rock, pelas peculiaridades de suas origens no contexto da cultura  norte americana e britânica do pós guerra,  foi um canalizador das incertezas e duvidas da geração de  jovens que sofreram diretamente o impacto cultural da 2º guerra mundial.
Pode-se dizer que o fantasma da barbárie da guerra e o contexto de desenvolvimentos técnico-científicos dos anos 50 daquele século, permitiram uma redefinição qualitativa  do papel social dos jovens na sociedade ocidental, apesar da tensão introduzida por um  crescente dualismo ideológico configurado pelo imaginário da guerra fria que, então, começava a se formar e provocava uma radicalização dos setores conservadores da sociedade.
Foi nesta curiosa  soma de circunstancias que, mais do que qualquer outra forma de codificação cultural, o rock, de modo mais ingênuo nos anos 50 e mais contundente nos anos 60, afirmou-se como  complexo simbólico responsável por uma verdadeira catarse juvenil,  por um questionamento das configurações tradicionais da vida sustentadas pelas formatações da cultura vigente, apontando para uma cada vez maior  afirmação da  liberdade do indivíduo na esfera pública e privada inspirado por um ethos social hedonista e critico com relação aos lugares comuns da tradição.
Não se tratava de um projeto politico contra hegemônico de sociedade, que apenas reinventaria as velhas regras de poder sob outras categorias ideológicas. Mas de uma autêntica “revolução” de consciências.
Jamais a musica conquistara um lugar tão preeminente no imaginário ocidental a ponto de articular-se a outras expressões culturais como a moda e a estética,  cinema e literatura, formatando um “espirito de época” cujos ecos ainda repercutem sobre nossa contemporaneidade.
Pode-se dizer que a partir  da  década de 70  ouve uma diluição deste impulso libertário, mas as configurações culturais, impulsionadas por um cada vez maior avanço técnico cientifico, dentre outros fatores, conduziu as sociedades ocidentais contemporâneas a um tal grau de complexidade que seria cabível questionar até que ponto o rótulo de “capitalista” é adequado para definir complexos societários onde  a econômico e o cultural já não são esferas tão diferenciadas umas das outras e o jogo do mercado e a organização social da vida alcança níveis de fragmentação, diversificação e interação, que pouco lembram os padrões da sociedade industrial oitocentista onde o conceito de capitalismo se popularizou.
    

segunda-feira, 16 de abril de 2012

THOR: DEUS DO TROVÃO


Nada ficará
Dos meus olhos
Que agora contemplam
Urgentes
O mar revolto,
Ou dos meus pés
Que ferem a molhada areia
Neste dia de raios , trovões e chuvas,
Onde meu corpo se veste
De negra tempestade e martelo.

Mas talvez
Possa ferir
O Tempo
A violência do vento
Que as horas tenta rasgar
No agredir da paisagem fosca
De vazias rotinas de opaca sociedade...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

JOSEPH PUJOL E O PEIDO INSPIRADO

Um dos mais celebres registros de todos os tempos sobre cultura e escatologia é a inesperada elevação da flatulência a condição de espetáculo em fins do século XIX através do incomum talento do artista francês  JOSEPH PUJOL ( 1857-1945) que no palco do famoso Moulin Rouge exibia para um público que cotava com frequentadores ilustres como Sigmund Freud e Eduardo, Príncipe deGales, a desconcertante e surpreendente execução em notas de flatulência clássicos como  O Sole Mio e, até mesmo, a Marselhesa, para o desespero dos franceses mais patrióticos.
Não creio que o fato deva ser lembrado exclusivamente pela sua vocação  anedótica. Trata-se aqui de um curioso exemplo do quanto à cultura formal apresenta brechas que desafiam suas próprias codificações e referenciais canônicos transitando pelo curioso campo do grotesco e daquilo que ela mesma estabelece como “marginal” em uma espécie de “autocritica” sutil de suas próprias limitações civilzacionais.

DO OUTRO LADO DO ESPELHO

O ESPELHO DESVELA
O OUTRO,
O TORTO DA REALIDADE,
QUE NAS SOMBRAS DO PRENSAMENTO
GUARDA TODAS AS METÁFORAS
DO DESEJO,
TODAS AS POSSIBILIDADES
DE MIM MESMO,
RAREFEITO,
ENTRE PARALELOS UNIVERSOS
ONDE  O PRAZER
DECORA PAISAGENS
SEM CÉU OU TERRA...

segunda-feira, 9 de abril de 2012

CRÔNICA DE ANDARÍLIO II

A selvageria das estradas nos proporciona um sentimento mais intenso de espacialidade e distância, algo jamais possível quando nos deslocamos pelas domesticadas ruas de uma paisagem urbana .
É como se a velocidade possível no caminho aberto da auto estrada nos trouxe-se uma plena consciência do movimento, da convergência entre espaço e tempo na trajetória da liberdade.  

CRÔNICA DE ANDARÍLIO I

Tudo o que mais preciso, é de um pouco de diversão e ar puro, abandonar-me a qualquer sentimento de aventura e rua, sentir o cheiro dos lugares à luz da lua e saber o prazer dos lábios de uma rapariga aberta em primavera.
Tudo o que mais preciso é o mais simples e imediato acontecer da vida sem o peso inútil de expectativas e buscas enquanto tudo passa com o vento...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Behemoth - At The Left Hand Ov God (live @ Summerbreeze 2008)

SEXTA FEIRA "SANTA"

DIA ALGUM É SANTO...
TODO DIA
É APENAS MAIS UM DIA
NÃO IMPORTA O ENCANTO
COM O QUAL COBRIMOS
COM PUDOR
SUA NUDEZ
E EROTISMO
BUSCANDO
A FALSA PAZ
DE METAFISICAS 
QUANDO TUDO QUE TEMOS
É A VOLÚPIA
DOS INTIMOS  TEMPOS
DE NOSSOS CORPOS...

PARADOXO

Entre a vida
E a morte
Existe um espanto,
Um grito
Que é
 Quem  somos
Incertos entre existência
E sonho
Na imaginação das coisas...
Entre a vida
E a morte
Existe o paradoxo
Da individualidade...