segunda-feira, 29 de junho de 2015

SUJA EXISTÊNCIA

Sujo da tua existência
Procurei respostas
Que não encontrei.
Semeei  desesperos
Contra os abismos
Do nosso amor perdido.
Mas nunca fomos importantes
Um para o outro.
Apenas desprezamos juntos
O mundo e suas cotidianas contradições.
E assim fizemos
Até que o desespero nos separasse,
Fazendo definitivamente em pedaços
Nosso  juízo e  imaginação.


quinta-feira, 25 de junho de 2015

CONTRA AS VERDADES UNIVERSAIS

QUALQUER VERDADE QUE EXIJA A CONCORDÂNCIA  DE TODOS PARA SER VERDADEIRA  SÓ PODE SER UMA MENTIRA DEPRAVADA.

NÃO ME IMPONHAM SEUS VALORES E SUAS CRENÇAS.
JÁ TENHO  MINHAS PRÓPRIAS CONVICÇÕES E NÃO QUERO E NEM PRECISO DAS SUAS.

JÁ TENHO PROBLEMAS SUFICIENTES SEM SEU FUNDAMENTALISMO.


A QUEDA DOS PRETENCIOSOS

Estamos sempre tentando domesticar a vida com opiniões e hipóteses. Sempre somos induzidos a encontrar soluções, a estar no controle de tudo aquilo que nos acontece.

Não são poucos os que acreditam poder resolver qualquer problema com uma “opinião brilhante” e que a boa razão sempre esta ao seu lado. Pelo menos sempre se apresentam como os portadores de uma solução, acreditem de fato ou não em suas próprias sugestões e encaminhamentos.

Pessoalmente gosto quando elas se veem diante de problemas maiores do que suas pretensões de domínio e tropeçam no vazio de suas ideias e posições. Gosto quando lhes falta chão.


Admito que acho divertido quando algumas pessoas se dão mau.

BECO SEM SAIDA

Durante algum tempo preferi me exilar voluntariamente da realidade.
Nada tinha a perder ou ganhar entre os outros e as coisas cotidianas.
Até mesmo existir não fazia qualquer diferença.
Apenas sabia que o tempo passava e não me levava a qualquer lugar de vida.
Tudo era um grande deserto diante do qual era preferível o mais profundo silêncio.
Eu não queria participar de nada. Não queria estar em parte alguma.
Também não queria ou pretendia qualquer coisa.
Tudo ia de mal a pior.
É nessas horas que percebemos a fragilidade de tudo aquilo que somos ou fazemos, o quanto a insignificância é aquilo que melhor nos define.  Que tudo aquilo que nos faz levantar da cama pela manhã não passa de uma medíocre ilusão. A vida não tem significado. Mas você tem viver como se tivesse. Isso é horrível.
Tudo não passa de um beco sem saída....


quarta-feira, 24 de junho de 2015

TELEVISÃO E ILUSÃO

A TV sempre exibe uma pseudo realidade vivida por pessoas bonitas e bem vestidas , um mundo onde todas as contradições são aceitáveis e que tudo dá certo no final, onde a felicidade é algo possível desde que você ostente determinados valores monótonos e alguma dose de determinação.

No mundo da TV tudo tende a dar certo e, quando isto não acontece, você é o único culpado. Não é difícil entender porque a TV me deprime com suas mentiras baratas.Não vejo naquela porra nada que realmente valha a pena ou nos seja útil quando pensamos no nosso dia a dia. Nele as pessoas não são perfeitas e as coisas não se resolvem com boa vontade.

A sociedade em que vivemos é hostil e cruel. Boas intenções e valores conformistas não levam a lugar nenhum. Caso você não seja meio delinquente e inconformado, acaba sendo engolido e caindo frente as hipocrisias e mansa loucura dominante.


O melhor que tenho a dizer aos que não se sentem muito bem nessa merda toda é que não se deixem enganar. Não acreditem em porra nenhuma e aceitem o fato: Estamos todos fudidos.

terça-feira, 23 de junho de 2015

APOLOGIA AO INCONFORMISMO

O mundo seria um tédio se não fosse pelos inconformados, pelos críticos e questionadores dos lugares comuns da realidade vivida.

O novo inventa o futuro na contramão dos fatos estabelecidos.
Na mudança não é matéria para os bem ajustados, para os que aceitam a realidade e vivem de sorrisos e pequenas migalhas de pseudo felicidade.


São os desajustados, o que não nasceram para isso ou aquilo, os grandes responsáveis pelo futuro. Um futuro que nunca nos redimirá de nós mesmos, que nunca será perfeito. O que importa? Mais vale um amanhã diferente do que a estagnação do sempre igual ou das inércias das tradições.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

PEQUENAS ALEGRIAS

É quando nosso mundo esta desabando que aprendemos o valor de um bom momento.
É preciso estar na merda para se aprender o valor das mínimas alegrias.
Sorrir é mais saboroso quando o ato nos ensina a brincar em meio a tempestade.
Assim é a vida. Uma merda que a gente precisa o tempo todo aprender a suportar

Ou, simplesmente, administrar.

CAOS

Não me explico.
Prefiro calar sobre aquilo que sinto,
Sobre o que me mata.
Nenhuma palavra define, afinal,
O sentir.
Sou, em todos os sentidos,
Uma soma de confusões.
Minha vida é caos.


quinta-feira, 18 de junho de 2015

A DIGNIDADE DOS FRACASSADOS

Estou hoje frio e lúcido,
Vazio, perdido e embriagado de mim mesmo.
Nada mais necessário
Diante do desencanto de sofrer os fatos.
Esqueçam de mim como esqueço meus pensamentos.
De algum modo serei selvagem e incerto
Contra a pálida ilusão dos civilizados.
O mundo não funciona.
Nunca deu certo.

Por isso me conformo a dignidade dos fracassados.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Ratos de Porão - Conflito Violento (Fanedit): http://youtu.be/9ZmHCUBHEPs

SOLIDÃO

Lá fora o mundo acontece
Em seus absurdos.
Pouco me importa.
Tenho problemas suficientes
Aqui dentro,
entre quatro paredes,
vazio de tudo,
cada vez mais me perco

de mim mesmo.

terça-feira, 16 de junho de 2015

A DESTOPIA DO IRRACIONAL

Tento escrever qualquer coisa louca,
Que não seja prosa
Nem verso.
Que seja a palavra transfigurada
Em qualquer dizer irracional e absurdo
Do mais  simples e imediato cotidiano.

Quero dizer qualquer coisa
Que não cabe na gramática.
Talvez um grito do existir absoluto
Nos abismos do cérebro e do corpo.

Tento dizer o tempo, o espaço
E a imaginação sensual das coisas
Como um animal louco e selvagem.

Mas quanto mais eu falo
Menos eu digo.

Dilema  Terrível!

A ILUSÃO DA FELICIDADE

A felicidade é o grande prêmio
Dos ignorantes.
Apenas os espíritos tacanhos
São capazes de saborear a vida
Sem o trago amargo e o engasgo
Do indigesto de nossa condição humana.

Ser feliz é uma falácia.
A vida é uma equação complexa
A qual poucos estão dispostos
A tentar resolver.
Talvez porque ela tenha
Sempre uma solução duvidosa.


segunda-feira, 15 de junho de 2015

PESSOAS

As pessoas são agora
Meras caricaturas
Do que dizem ser.
Falta realidade aos seus atos,
Quase não exibem dignidade
Ou o mínimo de bom senso.

As pessoas já não importam,
Já não se importam.
Quase não existem.
Prefiro ficar distantes de seus dramas
E maluquices.
Sei que nada de bom
Posso esperar delas.


sábado, 13 de junho de 2015

QUESTIONE

Tudo que sei é que o mundo não cabe na vida que a gente sente,
Que somos imperfeitos, incertos
E profundamente indivíduos e finitos.
A morte é certa.
Viver é incerto....

                Questione.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

SEJA PESSIMISTA....

Sei que nunca estive absolutamente certo sobre tudo. Mas o mundo anda ao mesmo tempo tão “totalitariamente errado” sobre o micro de nosso mero cotidiano, que chegamos ao ponto absurdo de que ninguém é capaz de ser critico o suficiente para sofrer seus limites e erros inspirados pela ideia idiota que qualquer forma de ordem ainda nos sustenta o mundo.

SEJA PESSIMISTA EM RELAÇÃO A TUDO!!!!!

FRACASSADO

A vida era como uma grande festa
Para a qual não tinha sido convidado.
Em todas asa situações me sentia um penetra,
Alguém que nasceu por engano
Ou por algum descaso da natureza.
Não me parecia razoável estar vivo
E sobrevivendo pelo avesso
E a margem do mundo.
Tudo era improvisado,
Provisório e, em alguma medida,
Caótico em minha existência.
Tudo acontecia sempre
Diferente do planejado.
Eu era uma destas pessoas
Marcadas para não dar certo.
Não me importava com isso.
Sabia que, no meu caso,
Tudo estava errado desde o início.


PERDIDO DA VIDA

De nada valeu a ciência,
Muito menos toda poesia
E filosofia.

A vida deu em solidão e silêncio.
Todos os meus planos estavam comprometidos.
Restou apenas a vontade quebrada
E espalhada sobre um chão de fatos.

O futuro havia se perdido
No abismo do tempo
Enquanto eu seguia
Na contramão do mundo.

Estava sozinho.
Definitivamente sozinho

E distante de mim mesmo.

terça-feira, 9 de junho de 2015

REBELIÃO E ANGUSTIA


Guardo dentro de mim
Alguns medos e muitas vergonhas.
Pouco assumo meus limites,
Meus medos e imensidões
Contra as certezas do mundo
E desaio das imaginações.
Admito!
Sou pouco!
Menos que nada!
Mas  dentro de mim

Invento muitas tempestades e gritos!

A RUIVA

Toda aquela maluquice nunca daria certo. Mas era o que eu tinha para viver. Maconha, tabaco, garrafas de vodka e aquele quarto de hotel barato e mau frequentado. Pelo menos ali podia me abandonar, esquecer tudo.... A começar pela ruiva do bar da esquina e seus seios perfeitos dos quais nunca conseguia desviar o olhar.

Quase não percebia o quanto seus olhos eram tristes e sua postura desleixada e cansada. Era aquele tipo de mulher que não deu certo. Fracassara no amor, no trabalho e vivia vagando por ai sem saber o que fazer. Reduzia o mundo a uma diversão para não pensar no quanto se sentia infeliz e sozinha. Era realmente quase um farrapo humano.

Mas nem assim cogitávamos ficar juntos. Trepar e dividir as derrotas e magoas. Não tínhamos muito a oferecer um amo outro e, diferente da maioria das pessoas, éramos espertos o suficiente para não nos enganarmos com alguma estúpida aventura amorosa que só iria abrir mais uma ferida no peito.
Éramos apenas solidários na tristeza e na agonia. Trocávamos apenas olhares ocasionais sem ousar ir além disso.

Sim.... aquela ruiva. Não conseguia parar de pensar nela.


SIGA NA CONTRAMÃO

Não tenho qualquer ilusão quanto a minha possibilidade de sobreviver e resistir a certos  problemas da vida. Acho que a sociedade nos rouba a dignidade, nos rebaixa a condição de meros reprodutores de algumas fórmulas coletivas que, mesmo não gozando do status de verdades absolutas, impedem o mundo inteiro de enlouquecer de vez.

Tenha um emprego, vista-se bem, faça exercícios, ganhe mais dinheiro, tenha uma família... toda essa diarreia moral funciona para a maioria das pessoas como uma espécie de sedativo. Elas são capazes de qualquer coisa para garantir o mínimo que a sociedade lhes exige.

É preciso ter um peito de ferro para resistir ao canto das sereias e chutar o balde, ser desregrado e não se importar com a opinião de ninguém. Aliais, é melhor viver sem opiniões. Se alguma lhe ocorrer, não pense duas vezes em beber o suficiente para afoga-la. A vida não vale uma opinião que seja.

No mais tudo é pura solidão e frustração.


domingo, 7 de junho de 2015

BREVE NOTA SOBRE MOISÉS E O MONOTEÍSMO DE FREUD

Relendo Moisés e o Monoteísmo de Freud. Seu derradeiro “romance” lançado contra tudo e todos no pós segunda guerra. Na época foi um escândalo... Assim como Jung dedicou sua vida a luta contra o cristianismo, Freud dedicou a sua ao combate ao judaísmo.

O fato é que o grande adversário da psicanálise, da psicologia analítica ou, simplesmente, da psicologia profunda sempre foi a religião, a “lama negra do ocultismo”....

quarta-feira, 3 de junho de 2015

A MAIORIA DAS MULHERES NÃO VALE UMA BOA PUNHETA

Tudo que sei é que trepar anda uma merda.
As bucetas estão vazias de mulher.
Meu pau perdeu o rumo entre elas.
Foda-se essa merda toda.
Mulheres andam tão putas
Que parecem homens.
Eu prefiro uma punheta
Que trepar com muitas mulheres.

Elas não valem uma gota da minha porra!

CONTRA VIDA

Preciso de um tempo
Para curtir meus vazios e silêncios,
Para desdizer o mundo,
Pessoas e imaginações.

Preciso de um tempo para afogar no vazio,
Esquecer pessoas e fatos,
Até transbordar meus silêncios
Contra a ordem ilusória das coisas

E dos atos.

terça-feira, 2 de junho de 2015

INCONFORMISMO E HIPOCRISIA

Medrosos dos abismos de nossa imaginação
Fomos todos
Um pouco abandonados
Por nossa indignação.

Sofremos do mal do conformismo
De apostar em uma utópica realidade
Que ainda dá certo.

Lutamos contra o desfuncional das coisas todas
Que a vida oferece.
Sem questionar a nós mesmos
Como parte da peste.


A PROSTITUIÇÃO DO PRIVADO

A vida privada deixou de existir tal como concebida pela sociedade burguesa europeia do século XIX e primeiras décadas do século XX. A tecnologia envenenou a construção da subjetividade através de diários e missivas, chegando a paradoxal situação contemporânea inaugurada pelas novas tecnologias digitais, onde tudo que é privado deve prostituir-se no espaço público como um novíssimo princípio de intersubjetividade.

A prostituição é hoje o grande paradigma da invenção de si mesmo. Deve-se compartilhar com os outros  as alegrias e as tristezas, o que gostamos e não gostamos, o que vivemos e o que queremos viver. Tudo que anteriormente era reservado a solitude  agora deve ser publicamente oferecido ou revelado sem pudor na arena da vida pública, como hiper realidade, onde já não cabe mais o velho conceito de real.

A individualidade tornou-se promíscua, não no sentido da velha moral, mas da devassidão de uma consciência cada vez mais aberta ao cotidiano comum, a compulsão de dizer e mostrar como fundamento de uma nova categoria de prestigio.

O irônico em tudo isso, é que quanto mais nos expomos e relacionamos, menos sabemos de nós mesmos.


segunda-feira, 1 de junho de 2015

ALTA SOCIEDADE

Pessoas bem vestidas e arrumadas costumam me parecer artificiais.
Não me inspiram a mínima confiança porque, geralmente, não são sinceras.
Apenas usam a aparência para simular uma postura aceitável para compensar suas insanidades e absurdos. Usam as convenções sociais para esconder todos o lixo que carregam na cabeça e nos atos que guardam em segredo.

Pessoas bem arrumadas me causam medo.... 

SOLIDÃO E SARJETA

A gente aprende a estar sozinho. Não é uma coisa boa. Mas a gente aprende.

Com o tempo você se conforma a estar inteiramente enterrado em si mesmo e se arruinando.

Afinal, isso pode ser uma merda, mas ainda é melhor do que viver como um zumbi sorridente entorpecido por uma rotina convencional de merda. Era de fato pior se iludir com o engodo de que  a vida funcionava direito, do que provar goles amargos de caos pessoal em alguma sarjeta. Isso trazia, paradoxalmente, mais dignidade.

Mas eu sempre era incoerente comigo mesmo. Acreditava que tudo podia ser diferente qualquer dia. Tomava a realidade como um sonho ruim do qual podia acordar alguma hora e retomar minha existência e buscas vazias de plenitude.

Ainda tinha esperanças. O que fazia de mim um perfeito idiota disposto a correr o risco de me sacrificar por qualquer migalha de esperança. Infelizmente, ninguém é perfeito.

Mudanças só seriam possíveis se todo mundo enlouquecesse ao mesmo tempo.