“Safo foi uma poetisa grega tremendamente influente no século VI a. C.
Ela viveu na ilha de Lesbos ( daí a palavra lésbica), para onde muitas jovens iam a fim de serem instruídas por ela no mistério femininos da menstruação e
da sexualidade, e para celebrar a deusa Afrodite em poesia, dança e musica.
Grande parte da poesia lírica de Safo,
considerada por muitos a mais bela e requintada do Ocidente, perdeu-se.
Cópias de suas obras foram queimadas em
praça pública em Roma e em Constantinopla em 1073, por ordem do papa Grtegório VIII. Eis aqui o único de seus poemas que chegou até nós completo.
Em teu trono ofuscante, Afrodite
Sagaz filha de Zeus
Eu imploro: não me esmagues
De aflição,
Vem a mim agora- como certa vez
Ouviste meu longínquo lamento, e
cedeste,
E teu ausentaste furtivamente da
Casa do teu pai
Para jungir pássaros em tua áurea
Carruagem, e vieste. Vistosos
pardais
Trouxeram-te ligeira para
A sombria terra,
Suas asas vergastando o médio céu.
Feliz com lábios perenes, sorriste:
“O que há de errado Safo, por que me
Chamaste?
O que deseja o seu tresloucado
coração?
Quem deverei fazer amar-te?
Qual delas voltou as costas a ti?
Deixa que ela fuja; logo virá atrás de
ti;
Recusei dela favores ; e logo serão
teus.
Ela te amará, ainda que não saiba
nem queira.”
Vinde pois Amim agora e liberte-me
Da espantosa agonia. Labora
Por meu tresloucado coração. E sê
De mim aliado.
De Geek poety, traduzido por
Willis Barnstone ( Nova York: SSchocken Books, 1962)
In Jennifer Barker Woolger e Roger J. Wooolger. A Deusa Interior:
Um guia sobre os eternos mitos femininos
que moldam nossas vidas/ tradução de Carlos Afonso Malferrari. SP: Editora
Cultrix, s/d.