quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DESENCANTO

Volúveis e voluptuosos
São os encantos
Da paixão.
Mas também
São incertos
E movediços,
Indomáveis e imprevisíveis,
Quase um engano.

DESEJO

Preciso agora
Com máxima urgência
Viver em teus olhos
E beijar teus sonhos,
Saber em tudo
O prazer o teu corpo.
Preciso agora
Com máxima urgência
Me reinventar
Em teu gozo.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

ODE A UMA VAGINA

Existo apenas
Entre tuas pernas...

Minha língua
Tem sede dos teus
Íntimos lábios.

Vivo tua vagina
Como mágica verdade
De vida
A inspirar meu gozo
E acordar meu corpo
No mais intenso
Do acontecer humano.

 Existo apenas
Entre tuas pernas...

CONTRA A PATOLOGIA RELIGIOSA

O desejo livre
É o que nos faz
Saudáveis e ativos
Diante da vida
E contra a doença
Das religiões,
Contra a a falácia
Do espirito
E do eterno
Que mata
Em muitos
O livre pensamento...

ABAIXO AS VERDADES SAGRADAS

Não será mais
O homem
Escravo do arbítrio
De qualquer deus
Ou da chantagem
De virtuais paraísos,
Será, ao contrário,
Senhor de si mesmo,
Entre o claro e escuro
Que em seu intimo
Se entrelaçam
Até descobrir-se outro
Na reinvenção constante
De si mesmo
Na busca sem fim
De liberdade.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DUAS CITAÇÕES DE MIKHAEL BAKUNIN



"As pessoas vão à igreja pelos mesmos motivos que vão à taverna: para estupefazerem-se, para esquecerem-se de sua miséria, para imaginarem-se, de algum modo, livres e felizes."
"Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma".


 "(...) se Deus existisse, só haveria para ele um único meio de servir à liberdade humana: seria o de cessar de existir".
Mikhail Bakunin

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

LEMBRANÇA

A noite ofegante
Em minha cama
Não me deixa
Dormir.
Pois teu corpo me assombra
Como fantasma
Na sombra
Do meu sonhar acordado
Seus seios e sexo
Em rubra  memória.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

ESTRADA PARA O INFERNO



VISLUMBRO OS OLHOS DA REALIDADE
SEM BUSCAR RESPOSTAS.
SEI A ESTRADA ABERTA DE MIM MESMO
EM TODAS AS DIREÇÕES DA EXISTÊNCIA
NO SEM RUMO  DA IMAGINAÇÃO
DE UMA MOTO A MAIS DE  12O POR HORA
EM ESTRADA ABERTA PRO INFERNO...

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

SOBRE O PARADOXO DE APENAS EXISTIR



Amo o silêncio dos sonhos
E a voz da realidade gritando rouca
No quase um centavo
De mim mesmo
Absoluto
Entre todas as coisas...

sábado, 17 de novembro de 2012

NOTA DE FILOSOFIA ERÓTICA



Quanto mais lascivo for  o pensamento, mais ele será autêntico e humano na voz  do corpo, este estranho lugar de vivencias e experiências  em  que somos por inteiro. 
Corpo  que se perde no outro, mesclando pensar e desejo na intensidade de inventar o mundo na aventura de um coito.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

VONTADE RUBRA

Entre tuas pernas
Encontro
Meu mais natural
Destino,
Escrevendo sua buceta
Em minha língua,
Sofrendo a intensidade
Do teu corpo
Em lasciva vontade
De  viver.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

UM POEMA BURLESCO DE FELINTO ELISIO




A arte da troça foi em todos os tempos a mais destilada modalidade de revolta e critica a sociedade e aos valores estabelecidos. Compartilho aqui uma “iluminada” ( provocação!) soneto de Felinto Elisio ( 1734-1819).
PROVOCAÇÃO BURLESCA... UMA INTRODUÇÃO A POESIA ERÓTICA...
TODO FRADE SONHA COM UMA PUTA OU COM UM GAROTINHO.

SONETO

 “Cristo morreu na cruz e tantos anos;
Foi descido da cruz, logo enterrado:
 Mas té aqui de pedir não tem cessado
Para o sepulcro dele os franciscanos.

Tornou Cristo a seguir entre humanos,
Subiu da terra  aos céus, lá está sentado
E ainda à saúde dele, sepultado,
Bebem (no saco e o paga) estes maganos.

E cuida quem lhes dá a sua esmola
Que eles a gastem em função tão pia?
Quanto vos enganais , oh gente tola!

O altar-mor com dois cotos se alumia;
E o frade com a puta, que o consola,
Gasta da noite o que lhe dais o dia.”

Tradução de Alexei Bueno

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

HINO DE SAFO A AFRODITE




“Safo foi uma poetisa grega  tremendamente influente no século VI a. C. Ela viveu na ilha de Lesbos ( daí a palavra lésbica), para onde muitas  jovens iam a fim de serem instruídas  por ela no mistério femininos da menstruação e da sexualidade, e para celebrar a deusa Afrodite em poesia, dança e musica. Grande parte da poesia  lírica de Safo, considerada por muitos a mais bela e requintada do Ocidente, perdeu-se. Cópias  de suas obras foram queimadas em praça pública em Roma e em Constantinopla em 1073, por ordem do papa  Grtegório VIII. Eis aqui o único de seus  poemas que chegou até nós completo.
Em teu trono ofuscante, Afrodite
Sagaz filha de Zeus
Eu imploro: não me esmagues
De aflição,
Vem a mim agora- como certa vez
Ouviste meu longínquo lamento, e cedeste,
E teu  ausentaste furtivamente da
Casa do teu pai
Para jungir pássaros em tua áurea
Carruagem, e vieste. Vistosos pardais
Trouxeram-te ligeira para
A sombria terra,
Suas asas vergastando o médio céu.
Feliz com lábios perenes, sorriste:
“O que há de errado Safo, por que me
Chamaste?
O que deseja o seu tresloucado coração?
Quem deverei fazer amar-te?
Qual delas voltou as costas a ti?
Deixa que ela fuja; logo virá atrás de ti;
Recusei dela favores ; e logo serão teus.
Ela te amará, ainda que não saiba nem queira.”
Vinde pois Amim agora  e liberte-me
Da espantosa agonia. Labora
Por meu tresloucado coração. E sê
De mim aliado.
 De Geek poety, traduzido por Willis Barnstone ( Nova York: SSchocken Books, 1962)
In Jennifer Barker Woolger e Roger J. Wooolger. A Deusa Interior: Um guia  sobre os eternos mitos femininos que moldam nossas vidas/ tradução de Carlos Afonso Malferrari. SP: Editora Cultrix, s/d.    

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O MUNDO

O mundo me pesa nos olhos,
Explode entre silêncios,
Vazios e queixas,
De uma realidade
Mais profunda
Que aquela
Que diz o dia.
O mundo quase não existe
No grito surdo
De minhas vontades...


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

NOITE BOÊMICA

Um bar qualquer
Para brindarmos
A vida
E beber a noite
Até sentir o sabor
De um novo dia.
É tudo que precisamos
Para calar rotinas
Buscando o silêncio
Do próprio tempo
Na simplicidade
Das coisas de agora
Em realidade de corpos e copos.