quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

A VONTADE É UM VENTO.....

A realidade é apenas uma estranha fantasia
Que contra nossas duvidas sobrevive
Enquanto o mundo acontece.

Seja mais do que o dia a dia,
Faça do teu corpo a vontade
Que define teu pensamento.

A vida só existe
Como revalorização de todos os valores
Na vontade de poder 
Do acontecer como corpo , pensamento
E vento
Através da sabedoria do martelo.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

NÃO ACREDITO EM ANO NOVO


Não acredito em ano novo.
Em novas recomeços de vida.
Sei apenas o desafio
Do simples dia seguinte.
Nunca serei perfeito.
Jamais serei satisfeito
E tenho apenas o tempo
Me esmagando na simplicidade
Do passar das coisas.
Não sou feito de rostos bonitos,
Fotos de ano novo
E muito menos de certeza de todas as coisas.
Eu sou o dia,
 O sol e o vento
Que nos define simples e provisórios
Contra o absurdo do tempo.
Não acredito em ano novo!

sábado, 26 de dezembro de 2015

ALÉM DA UTOPIA

Sinto a vida como um não lugar
da minha mínima existência,
como um precipício de pensamentos,
Provisórios e incertos,
Como  estratégias loucas de inventar a mim mesmo
Contra toda truculência dos fatos.

Vivo do riso onírico
Dos meus sonhos de liberdade
Contra todas as imaginações do mundo
E das misérias das falas esperanças.

Sou em tudo minha individualidade
E vontade de um dia ser mais que humano,
Ser gente de alguma melhor ideia de realidade
enquanto o mundo me consome.


sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

TESTEMUNHO NIILISTA

Me perdi demais dos meus sonhos.
E nem por isso apreendi a realidade
Concreta e suja de todos os dias.
Aprendi o uivo,
As imaginações selvagens
Contra a sociedade.

Mas todos os meus atos
Dizem apenas a simplicidade
De ser profundo
No raso do dia a dia.
Talvez eu não seja
A melhor pessoa do mundo.

Mas não tenho a ilusão
De me tornar perfeito.
Tudo que faço é vislumbrar
As possibilidades estéticas
De nossa mera condição humana
Em sua total falta de sentido

E significado.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O SELVAGEM


Não viverei entre os outros
Todas as ilusórias certezas do mundo.
Serei livre de fantasias sobre amor, amizade,
Felicidades e sucessos de vida.
Serei apenas a tempestade,
O uivo e o grito.

Estou entre os danados
Que vagam a noite
Em busca de sonhos e delírios.

Não me definam,
Não me olhem nos olhos.
Meu caminho é a liberdade

Que não cabe em seus dias.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

MANHÃ DELIRANTE

Em meio aos silêncios de uma manhã trágica
adivinhava sentimentos no rosto da rua,
administrava agonias
e reivindicava futuros
entre carências e ausências.
vivia de pequenas rotinas,
de provisórios ensaios
de ser outro
no eterno esboço do meu rosto.
Corria contra as vertigens e incertezas
que me engasgavam a consciência.

domingo, 20 de dezembro de 2015

ENQUANTO ME SENTO PARA ESCREVER

Enquanto me sento para escrever
Coisas loucas estão acontecendo
Lá fora,
Pessoas inventam realidades insanas,
E tudo que tenho é a imaginação
Para não enlouquecer.
O poema quebra a casca do sonho,
Chora o mundo engasgado com o grito
De tudo aquilo que poderia ser.

Enquanto me sento para escrever
A vida passa por mim em desatinos
Sem que eu possa perceber direito

Todo o absurdo que acontece a minha volta.

O SONO DE HELENA

Gostava de observa-la deitada,
Nua e provisória sobre a cama.
Gostava de admirar seu corpo,
Cada curva, cada traço.
O tempo parecia parar
Em seu sono,
Em sua voluptuosa preguiça.
Teu corpo era puro silêncio,
Concreta utopia do gozo
em meu olhar faminto.
Tudo que eu queria

Era fazer parte dos seus sonhos.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A FILOSOFIA DE RIR DE TUDO

Quanto mais interajo com os outros, mas tenho certeza de que não sou a pior pessoa do mundo. Aliais, esse é o problema. A gente nunca sabe o que esperar dos outros. Vivemos em um hospício onde as pessoas se aceitam como funções, como instrumentos de certas certezas de mundo....

È tudo muito triste. Mas já aprendi a rir dessa merda toda.

Chega uma hora que a gente valoriza mais um sorriso sincero e torto do que a certeza dos outros.

RECEITA DE AUTÊNTICIDADE

O que torna a vida limpa e elegante é um pouco de trivialidade, superficialidade e cinismo. Esta é a receita do sucesso. Mas eu não estava preocupado em ser bem sucedido. Tinha problemas maiores. O primeiro deles era meu próprio eu desfeito no espaço dos outros.

Perdemos muito tempo nos posicionando em relação aos outros, quando tudo o que realmente importa  é resolver nosso existencial estado de guerra civil.


É preciso descobrir o quanto a nossa própria vida é suja, onde estão os nossos limites. Depois disso a gente dispensa o inferno dos outros, aprende a viver no abrigo  natural de nosso próprio rosto a margem das multidões.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A CIDADE E OS TELHADOS


Os telhados sempre dizem uma cidade
Melhor do que suas ruas.
Mas somos pequenos demais para observa-los.
Ou a cidade é maior do que  qualquer um de nós.
Nem nos enxerga em suas urgências de vidro e concreto.
A cidade não tem alma.
É apenas um amontoado de gente fazendo coisas
Ou se escondendo em apartamentos e casas.
Tudo que sei é que queria estar
Em qualquer outra parte do mundo
Sem ter nenhuma janela para me dizer a rua.
Talvez fosse até mais interessante habitar um telhado
Bem acima da multidão .


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

INTIMIDADE


Intimidade era você em meu pau
E eu em tua boceta
Explorando materialmente
Sem o menor pudor
Toda a verdade que somos.
Sexo sempre dizia mais que um coito,
Era um ato radical de subjetividade
Onde nos desnudávamos absolutamente
Um para o outro.
Sexo nunca nos pareceu sujo.
Pelo contrário.
Era quando nos sentíamos mais limpos e livres.
A cama nos irmanava de uma forma mais intensa
Do que qualquer diálogo.


domingo, 6 de dezembro de 2015

O CORAÇÃO DESVELADO

É  fato que a vontade sucumbe ao desejo.
Somos escravos da necessidade,
Do irracional impulso para o imponderável,
Para o não razoável.
Nenhuma razão nos inspira
No mais intimo de nossas entranhas.
Somos bestas  que se perderam de sua própria animalidade.
Fomos desfigurados por nossa condição humana.
Mas mesmo assim, não superamos o desejo
Como essência de nossos atos e pensamentos
Mais profundos.
Por tudo isso estamos condenados
A viver de pequenas angustias e dissabores

Em constante luta contra nós mesmos. 

sábado, 5 de dezembro de 2015

SOBRE O MUNDO ATUAL

Faz alguns anos aprendi a não viver de certezas,
A não respirar ideias perfeitas
Nem cultivar vaidades
Contra o absurdo da existência.

Aprendi a viver de mortes periódicas
E ocasos de razão provisória.
Convivo serenamente com meus vazios,
Com minhas angustias e silêncios de vida.

Fui reduzido ao desafio da mera sobrevivência diária
Em um mundo que já não tem ouvidos,
No qual muito pouco vale a pena.


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

MEU NOME É LÚCIFER


Dentro de mim mora um demônio
Que acende a chama da vida
A cada dia em que desperto
Sem acreditar em nada,
Desprezando todas as antigas verdades,
Toda tradição de imbecilidade
Que ainda norteia a consciência humana.
Em meu peito bate a duvida e o incerto
No correr do meu sangue  contra toda certeza.
Eu sinto o vazio e o vento
Que arrombam as portas do medo.
Eu sou Lúcifer, caído e libertado.