A
vida cotidiana é o plano da despersonalização, da sobrevivência pessoal e da
rotina social. É onde nos anulamos como indivíduos singulares na realização
abstrata de nossa humanidade através das praticas sociais correntes. Logo, a
vida cotidiana é formatada pela inautenticidade, pelo comportamento mimético e
normalizador.
A
vida cotidiana não tem virtude, fomenta o tédio e nos defronta com a falta de
sentido da existência. Nela, existir não é viver e viver não é ser, mas fazer-se em conformidade com as inercias e
protocolos de sociabilidade. Ela nos reduz a personas e nada mais do que isso.
Somente
através da fuga do ordinariamente estabelecido, através do exercício lúdico de
criação, seja ele artístico ou
simplesmente recreativo, que acessamos formas de existência não pautadas
pelo pragmatismo existencial.
Existir
contra o cotidiano, geralmente, nos leva ao vicio ao desregramento da vertigem
de todos os sentidos, pois o banal da existência ordinária, na maior parte do
tempo, nos parece insuportável.