Estava sempre ocupado com o lado feio das coisas e os gritantes
defeitos das pessoas e da sociedade. Pouco me importava se havia algo de bom
acontecendo. O decisivo é que tudo estava se estragando o tempo todo. Nós estávamos
nos estragando. Assim se fazia a vida. Tudo não passava de um desarranjo de
existência para o qual não via nenhum remédio.
Sabia que nunca teria muitas escolhas e a vida jamais seguiria de
encontro as minhas vontades e necessidades mais autênticas. Sabia que desde o
principio eu estava condenado ao subsolo da humanidade.
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