Quem ainda deseja experimentar a
privacidade de seus próprios pensamentos deve, antes de mais nada, aprender a fugir
de si mesmo, procurar o refúgio de algum silêncio e despir-se de tudo aquilo
que até então viveu e aprendeu
Pois os pensamentos não se misturam
a vontades e desejos, se contrapõe as nossas auto representações mais intimas e
tem por vocação o abstrato de nossa essencial incerteza das coisas.
A intimidade do pensamento é um
tanto quanto absurda, pois sempre pressupõe o insensato, o que não pode ser
domesticado por tudo aquilo que nos limita a realidade. A intimidade do
pensamento é a loucura. È quando tudo aquilo que somos e não sabemos ganha voz,
afogando o ego e a razão no vasto oceano das fantasias selvagens através das
quais o mundo se torna ilegível.
A privacidade do pensamento é
vivida apenas quando as palavras deixam de fazer sentido, quando o corpo pensa
e se revela como sendo a nossa própria consciência das coisas através da
gramática do imagético, do nonsense e do caos mais criativo.
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