Do que me serve
a vontade se ela não escapa ao condicionamento dos meus limites? Se ela não
passa de uma força cega que me obriga a ser eu mesmo e não nenhum outro? Precinto
em meu intimo inúmeras possibilidades latentes, dezenas de outros que se insurgem
cotidianamente em busca de um pouco de sol. Eles me perseguem através da sombra
das minhas palavras. Inventam há todo momento um grito abstrato que me faz um
labirinto de possibilidades perdidas. Eu sou apenas a agonia deste impasse,
desta confusão. A vontade é uma força que me arde, que me faz agir. Mas sempre
existe um quase transbordamento que aponta para outra direção.
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