Não esperem sobre
o fundo branco desta página qualquer leitura útil. Nem mesmo agradável ou capaz
de fazer fugir do tédio, do cansaço ou da incerteza sempre constante de
informação e conhecimento.
Não esperem nada
destas letras. Se delas pode ser deduzido qualquer objetivo é o de meramente
servir contra o tempo. Para os dedos tolos e cegos que digitaram estes breves parágrafos
sem brilho, não há nestas linhas ralas outro proposito do que o vazio de um
dizer perplexo, efêmero.
Aqui a palavra
se lança contra o conhecimento, contra o próprio ato de dizer. Contra a
possibilidade de parecer útil ou inteligente. Ela se reduz a sombra de uma experiência. Uma experiência
nua, crua. A experiência de estar aqui e agora entretido com este exercício tolo
de tentar comunicar qualquer coisa, de lutar contra a própria necessidade de
comunicar, de dizer, de corresponder a expectativas.
No fundo há um
silencio oculto nestas palavras, um protesto. E é exatamente aquilo que vale a
leitura: a ausência de respostas, de questões e até mesmo de discurso.
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