domingo, 6 de setembro de 2015

SOBRE HISTÓRIA E UTOPIA by EMIL CIORAN

Obviamente, uma obra como a coletânea História e Utopia de Emil Cioran, não despertará o interesse da esmagadora maioria dos historiadores profissionais. Mas não seria insensato do ponto de vista historiográfico resgatar esta obra  de visceral niilismo e recusa de toda filosofia da história como um ataque muito bem vindo  as utopias e ideologias políticas do século XX.
No ensaio Carta a um amigo longínquo,  Cioran  define com precisão lacônica  a premissa elementar do seu discurso:

“Poderia responder-lhe que sou  um homem desocupadon e que este mundo não é maravilhoso”

Recorrendo a mitologia, Cioran, de modo realmente  sarcástico, recusa  “os restos de tempo que ainda arrastamos”, diagnosticando que “o remédio para os nossos males é em nós mesmos que devemos buscá-lo no princípio intemporal de nossa natureza.”

Assim sendo,

“Não há mais passado, nem futuro, os séculos  se desvanecem, a matéria abdica, as trevas se esgotam; a morte parece ridícula, e também a própria vida.”

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