Obviamente, uma obra como a coletânea História e Utopia de
Emil Cioran, não despertará o interesse da esmagadora maioria dos historiadores
profissionais. Mas não seria insensato do ponto de vista historiográfico
resgatar esta obra de visceral niilismo
e recusa de toda filosofia da história como um ataque muito bem vindo as utopias e ideologias políticas do século
XX.
No ensaio Carta a um amigo longínquo, Cioran
define com precisão lacônica a
premissa elementar do seu discurso:
“Poderia responder-lhe que sou um homem desocupadon e que este mundo não é
maravilhoso”
Recorrendo a mitologia, Cioran, de modo realmente sarcástico, recusa “os restos de tempo que ainda arrastamos”,
diagnosticando que “o remédio para os nossos males é em nós mesmos que devemos
buscá-lo no princípio intemporal de nossa natureza.”
Assim sendo,
“Não há mais passado, nem futuro, os séculos se desvanecem, a matéria abdica, as trevas se
esgotam; a morte parece ridícula, e também a própria vida.”
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