“O inferno — tão exato como um atestado.
O purgatório — falso como toda alusão ao Céu.
O paraíso — mostruário de ficções e de insipidezes...
A trilogia de Dante constitui a mais alta reabilitação do
diabo empreendida por
um cristão.”
EMIL CIORAN in
SILOGISMOS DA AMARGURA
A mitologia judaico/cristã tem como sua principal premissa
não a centralidade do humano no mito da criação, mas sua redução a apêndice de uma estranha
racionalidade megalomaníaca divina.
Afinal, desde o principio encontra-se o humano condenado por hereditariedade ( se assim se
pode dizer) . E toda a história da
salvação se resume a reaproximação entre a humanidade decaída e a divindade, da
qual se distanciou no momento em que lhe foi revelado o conhecimento dos
opostos ( bem e mal) e passou a pensar por contra própria. Há neste mito um
claro elogio a ignorância e a servidão
que nos faz pensar Lúcifer como um herói trágico e a criação como um grande delírio
de uma divindade esquizofrênico.
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