quarta-feira, 22 de agosto de 2018

A MISÉRIA DO HOMEM RACIONAL





Os melhores momentos da vida são aqueles consagrados ao ócio, ao desejo pequeno, aos prazeres sem objeto e de gozo indeterminado. 

As coisas banais e ordinárias, que pertencem à esfera do gratuito e do efêmero, são aquelas que dão gosto à existência e, paradoxalmente, nos adestram a sensibilidade para simplicidade do sublime.

Quem precisa de abstrações e grandes elucubrações para viver? Apenas aqueles de temperamento fraco, “os menos robustos”, que fazem da astucia do intelecto um torpe artificio de sobrevivência. Tenho em mente, obviamente aqui, o sarcástico ensaio A verdade e a Mentira de um ponto de vista extra moral de Nietzsche.

O homem racional, aquele que pensa através de conceitos, diferente do homem intuitivo, aquele que vive de sua agudeza, que jaz escravo da necessidade, que não é capaz do gozo de nenhuma felicidade, pois permanece prisioneiro de suas ficções antropocêntricas, sem perceber o quão banal é o conhecimento humano frente a potência da natureza.


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