Todo enunciado de uma verdade é
por definição essencialista, pois busca desvelar uma verdade absoluta e oculta
em meio as distorções , ilusões e aparências da realidade concreta e imediata.
Tal pretensão a uma autenticidade ontológica do real é também totalitária. Se
existe uma verdade, todas as possibilidades que lhe são estranhas só podem ser classificadas como equívocos e
mistificações. A verdade inventa a mentira como seu complemento mais autêntico.
O verdadeiro cria seu próprio falso.
No fundo enunciados de uma
verdade é uma grande armadilha que não considera a diversidade de sentidos e
significados que o real comporta. Quem, afinal, define os critérios de
validação de qualquer enunciado?
Qualquer sistema de crenças é
perigoso quando reivindica um monopólio de sentido através da ideia de verdade.
O que não significa que não podemos chegar a acordos mínimos sobre o que é
verossímil em nossos
diferentes discursos e estratégias de construção social
de significação.
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