segunda-feira, 10 de julho de 2017

O ANIMAL QUE NOS HABITA

A intuição do sagrado, de um ordenamento metafisico, é uma das mais antigas fantasias humanas. Temos necessidade de impor uma ordem à natureza e a nossa própria existência. Precisamos de “leis” e meta narrativas do real.  Pelo menos assim foi até agora.

Mas tem sido cada vez mais difícil acreditar em um sentido do real, em nossas orientações teleológicas, sem sacrificar nosso espontâneo sentimento de não sentido, tão característico da contemporaneidade.

Pode-se aventar que  tornar-se humano, inventar sentidos e enunciados, é trair a natureza, o animal que nos habita, apesar de toda a evolução. Dentro de nós ele resiste ao esforço da ordem, do artificio cultural, como Freud parece dizer em seu Mal estar na Civilização de modo bastante pessimista.


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