A intuição do sagrado, de um
ordenamento metafisico, é uma das mais antigas fantasias humanas. Temos
necessidade de impor uma ordem à natureza e a nossa própria existência.
Precisamos de “leis” e meta narrativas do real.
Pelo menos assim foi até agora.
Mas tem sido cada vez mais
difícil acreditar em um sentido do real, em nossas orientações teleológicas,
sem sacrificar nosso espontâneo sentimento de não sentido, tão característico
da contemporaneidade.
Pode-se aventar que tornar-se humano, inventar sentidos e
enunciados, é trair a natureza, o animal que nos habita, apesar de toda a
evolução. Dentro de nós ele resiste ao esforço da ordem, do artificio cultural,
como Freud parece dizer em seu Mal estar na Civilização de modo bastante
pessimista.
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