quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

CONTRA A VIDA COTIDIANA


A vida cotidiana é o plano da despersonalização, da sobrevivência pessoal e da rotina social. É onde nos anulamos como indivíduos singulares na realização abstrata de nossa humanidade através das praticas sociais correntes. Logo, a vida cotidiana é formatada pela inautenticidade, pelo comportamento mimético e normalizador.

A vida cotidiana não tem virtude, fomenta o tédio e nos defronta com a falta de sentido da existência. Nela, existir não é viver e viver não é ser, mas  fazer-se em conformidade com as inercias e protocolos de sociabilidade. Ela nos reduz a personas e nada mais do que isso.

Somente através da fuga do ordinariamente estabelecido, através do exercício lúdico de criação, seja ele artístico ou  simplesmente recreativo, que acessamos formas de existência não pautadas pelo pragmatismo existencial.

Existir contra o cotidiano, geralmente, nos leva ao vicio ao desregramento da vertigem de todos os sentidos, pois o banal da existência ordinária, na maior parte do tempo, nos parece insuportável.

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