quarta-feira, 18 de julho de 2018

O CONHECIMENTO COMO AFETO


Considero o conhecimento como uma forma de afeto. Afinal, somos seduzidos por determinados enunciados em detrimento de outros. E isso varia enormemente de pessoa para pessoa. Acontece independente de nossa vontade. Não escolhemos no que acreditar. Não vejo, portanto, qualquer relação direta entre conhecimento e verdade. Pelo menos não em relação a uma verdade objetiva e inconteste que se apresenta como o privilégio de poucos iluminados frente às hordas de ignorantes. Ou como algo sujeito a um convencimento argumentativo e lógico. Considero a verdade um estado de espírito despertado por um afeto (pensamento) que nos frequenta e seduz através de um dado discurso. Cada um deve refletir a partir daquele conhecimento que melhor lhe inspira. O que realmente importa é dizer a realidade de um modo novo, de uma maneira pela qual ela não nos foi dito até agora. O que é equivalente a superar o próprio discurso que nos serve de ponto de partida. É assim que  o afeto se desdobra, torna-se fecundo.

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