A veracidade é a base da norma. Ela
define o certo e o errado e constitui uma fonte infinita de segurança. Dela deriva o coletivo humano como
organização socialmente orgânica e articulada por um repertório de símbolos e significados cristalizados.
Há algo de possessão, de arbitrário,
no modo como um indivíduo ou um coletivo sede a um sentimento de veracidade,
pois tal adesão ocorre através de um impulso irracional. A veracidade gera
certezas demais e conduz a ação a uma atitude coercitiva que visa adequar os
fatos as coisas, ao imperativo da norma.
Ela é uma imagem ideal , um dever-ser indiferente a qualquer mediação com a
realidade.
O unilateral, o rígido e coerção,
são a base da veracidade enquanto codificação autoritária do real . Mas ela é
mais do que a exigência de uma submissão
a um dogma. A veracidade é a fantasia de que a realidade obedece a um
ordenamento metafísico do qual depende a continuidade e estabilidade da vida
tal como conhecemos.
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