segunda-feira, 29 de maio de 2017

CONCLUSÕES PRECIPITADAS

Poderia definir minha existência como um desencontro entre meus vários momentos de existência. A criança que  fui  é estranha ao adolescente que me tornei e o adulto que sou lamenta por ambas. O futuro contrariou todas as expectativas. Não que em algum momento tivesse sido acometido pela ilusão do sucesso material ou glorias sociais como uma meta de vida. Simplesmente me desencontrei de mim mesmo, não realizei em profundidade qualquer objetivo que me possibilitasse me reconhecer em minha própria existência, seja no plano social ou individual. Acabei me acomodando a sombra de mim mesmo contemplando as ruínas de meu rosto. O que me define é uma espécie de silêncio ontológico, de vazio existencial definido por uma persona social precária.


Não estabeleci grandes vínculos, não conquistei estabilidade financeira e muito menos me tornei parte de qualquer lugar de mundo. Não realizei nada de significativo, que proporcionasse alguma satisfação pessoal. De muitas maneiras, fiquei a meio caminho de todas as minhas possibilidades.

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