quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

POEMA KAFKIANO

A tarde era insípida como um copo d’agua,
mas necessária em seu tédio
aquela pouca realidade que me cercava.
As pessoas me dirigiam perguntas
sobre as entranhas das coisas.
Me tomavam por qualquer outra pessoa.
Eu não conseguia adivinhar as respostas
que as fariam ir embora.
Questionava aquele inquérito sem sentido.
Mas quanto menos eu dizia
mais pessoas surgiam.
Sabia que aquilo não nos levaria
a lugar algum.
As pessoas, entretanto,
sabiam mais do que eu,
me conheciam por outros nomes
e diziam um mundo

que não era o meu.

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