Toda aquela maluquice nunca daria
certo. Mas era o que eu tinha para viver. Maconha, tabaco, garrafas de vodka e
aquele quarto de hotel barato e mau frequentado. Pelo menos ali podia me
abandonar, esquecer tudo.... A começar pela ruiva do bar da esquina e seus
seios perfeitos dos quais nunca conseguia desviar o olhar.
Quase não percebia o quanto seus
olhos eram tristes e sua postura desleixada e cansada. Era aquele tipo de
mulher que não deu certo. Fracassara no amor, no trabalho e vivia vagando por
ai sem saber o que fazer. Reduzia o mundo a uma diversão para não pensar no
quanto se sentia infeliz e sozinha. Era realmente quase um farrapo humano.
Mas nem assim cogitávamos ficar
juntos. Trepar e dividir as derrotas e magoas. Não tínhamos muito a oferecer um
amo outro e, diferente da maioria das pessoas, éramos espertos o suficiente
para não nos enganarmos com alguma estúpida aventura amorosa que só iria abrir
mais uma ferida no peito.
Éramos apenas solidários na
tristeza e na agonia. Trocávamos apenas olhares ocasionais sem ousar ir além
disso.
Sim.... aquela ruiva. Não
conseguia parar de pensar nela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário