terça-feira, 9 de junho de 2015

A RUIVA

Toda aquela maluquice nunca daria certo. Mas era o que eu tinha para viver. Maconha, tabaco, garrafas de vodka e aquele quarto de hotel barato e mau frequentado. Pelo menos ali podia me abandonar, esquecer tudo.... A começar pela ruiva do bar da esquina e seus seios perfeitos dos quais nunca conseguia desviar o olhar.

Quase não percebia o quanto seus olhos eram tristes e sua postura desleixada e cansada. Era aquele tipo de mulher que não deu certo. Fracassara no amor, no trabalho e vivia vagando por ai sem saber o que fazer. Reduzia o mundo a uma diversão para não pensar no quanto se sentia infeliz e sozinha. Era realmente quase um farrapo humano.

Mas nem assim cogitávamos ficar juntos. Trepar e dividir as derrotas e magoas. Não tínhamos muito a oferecer um amo outro e, diferente da maioria das pessoas, éramos espertos o suficiente para não nos enganarmos com alguma estúpida aventura amorosa que só iria abrir mais uma ferida no peito.
Éramos apenas solidários na tristeza e na agonia. Trocávamos apenas olhares ocasionais sem ousar ir além disso.

Sim.... aquela ruiva. Não conseguia parar de pensar nela.


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