Desculpe-me. Não posso atender
agora. Melhor não me perguntar porque. Não tenho nada a dizer ou responder. No
momento não sou capaz de brincar com o cotidiano dos vazios entre as palavras e
as coisas, encontro-me incapacitado ao exercício da frivolidade humana.
Sim. Estou ocupado com o ócio e o
vazio da existência, afogando em mim mesmo como um grão de areia abraçado por
um mar furioso em madrugada de ventos e tempestades. Sei que isso pode lhe parecer dramático,
exagerado. Mas o dizer tem seus limites. Você pode saber minhas palavras mas
jamais saberá minha vida. Não tente entender. É impossível.
Só sei que você ligou no pior
momento. Já não cabe compartilhar nada com ninguém, Encontro-me atualmente
desconectado de mim mesmo. Sei que dei errado para o mundo, que recusei os
lugares comuns da boa existência em nome de um sentimento selvagem de
desfuncionalidade absoluta de toda cultura humana. Algo não deu certo em mim. Desobedeço as leis
que nos tornam possível qualquer satisfatório convívio social.
Estou aqui afirmando minhas
próprias exigências nas possibilidades do mais franco desespero. E isso é tudo
que posso fazer neste momento em que o mundo me parece hostil demais para ser
minimamente suportado.
Entenda. Não poso aceitar sua
chamada agora. Neste instante eu quase não existo....
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