segunda-feira, 13 de abril de 2015

POR UMA LITERATURA OBSCURA OU NO CORACÃO DAS TREVAS

Já não busco o brilho da boa literatura. Prefiro escrever como quem sangra e grita contra todo o significado possível das coisas. Minha matéria prima é a desordem que se esconde no fundo do coração humano.

Escreverei sobre o desespero daqueles que se perderam do futuro e questionam se de fato existe alguma beleza nas flores, algo que nos faça de fato achar viável o próprio cotidiano humano.

O mundo é apenas um cemitério de significados. Cabe a literatura revirar a sucata e reinventar seus antigos usos. Brincar com todas aquelas boas certezas  que a vida parecia ostentar.
O ato é que não quero escrever para dialogar com o mundo, mas para escutar seus silêncios em minha existência feita de madrugadas.
Não terá minha pena um pingo de humanismo nem de boas intenções. Como o Divino Marques de Sade, quero uma letra que se confunda com o crime e desdiga toda virtude.

Serei daqueles que falam do desespero e dos limites dos seus semelhantes.

Escreverei com quem contempla uma janela em um leito de morte....


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