Advogo a polemica tese de que o amor deve ser reduzido ao sexo.
Foi ao longo de anos no doce desfrute da companhia de prostitutas que
reaprendi e refiz minhas sensibilidades e afetividades físicas. Falo aqui que o
afeto é essencialmente demonstrado fisicamente. Pois sentimos e pensamos com
nossos corpos e devemos a eles a dignidade de nossos sentimentos.
Apenas os moralistas de primeira e última hora seriam capazes de
afirmar hipocritamente que as prostitutas “vendem seus corpos”. Os mais
consequentes frequentadores destas nobres mulheres de alcova sabem que elas
vendem “fantasias sexuais”. E o que é a gramatica erótica além da liberdade das
fantasias que a sociedade partriacal nos diz condenável em nome de uma
afetividade amorosa cinicamente “espiritualizada”
e esvaziada de todo erotismo e saudável tesão?!
Quantas vezes, contrariando os protocolos senti uma prostituta
empalidecer de prazer entre meus braços contrariando os lugares comuns da
profissão... Sim. Pois o amor ali estava na dança de nossos corpos. Amor físico
e concreto também traduzido em carinho, sintonia pessoal e outras formas de
compartilhamento de subjetividades e afetividades das quais, segundo os bons
manuais de etiqueta sexual, só seriam possíveis as mulheres destinadas ao “bom
casamento”.
Pois é contra toda conservadora moral idealizadora de nosso amor e
prazer contra a qual devemos nos insurgir. Os que ainda caem sob o falso
encanto do enamoramento, do apaixonar-se vazio aos quais foram adestrados a
sentir, nada sabem sobre os mistérios de Eros e Afrodite.
Bravatas a parte, aqui afirmo apenas que na corte de Eros, amor, sexo e
prazer libertino ocupam um único altar consagrado à plenitude de nossa
humanidade.
Sejam livres irmãos!
Ousem a liberdade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário