quinta-feira, 11 de abril de 2013

A REVOLTA DA BONECA ERÓTICA


I-LIBERTAÇÃO
Todas as noites o  Sr. K .Y. se dedicava aos prazeres de Walkirya, sua preciosa boneca inflável e inseparável  companheira  de bizarrices orgiásticas . 
Aquela noite, entretanto, o Sr. K.Y. percebia que sua adorável boneca resistia as investidas de seu membro  como se inspirada por algum sopro de vontade e vida.
Perplexo, chegou mesmo a pensar, por  um segundo, que um palavrão escapara de seus lábios de plástico.
Diante daquela estranha e insólita situação acabou por perder o tesão e decidiu ir dormir. Afinal, era só o que faltava, ser rejeitado por um pedaço de plástico.
Por volta das três da manhã, nosso protagonista  acordou sobressaltado pressentindo uma  indefinida presença no escuro do quarto.
Escutou então uma voz feminina  próxima a porta entreaberta:
- Você fez de mim seu objeto por todos esses anos. Foi comigo o mais perfeito filho da puta  submetendo-me as suas taras escrotas e delirantes fantasias. Estou farta disso. Chega dessa porra.
Assustado o Sr. K. Y. acendeu o abajur sobre o criado mudo ao lado da cama e surpreendeu Walkirya  inexplicavelmente de pé e com uma expressão  demasiadamente humana no rosto.
-Sim seu babaca. Sou eu mesmo quem esta falando! Nunca percebeu que eu era mais que um objeto, porra?!
-Mas isso não é possível!- Exclamou o Sr. K.Y. sem conseguir acreditar no que estava acontecendo.
Com uma velocidade e ferocidade sobre humanas Walkirya, aproximou-se dele, agarro-lhe com demasiada truculência pelo pescoço e , olhando-o nos olhos, deu continuidade ao seu discurso:
- O que não é possível é a merda humana de mundo que produz escrotos como você! Se acha grande merda com toda a sua humanidade?! Acredita mesmo que o mundo é tal como vocês humanos imaginam, que vocês vivem cercados apenas por objetos inanimados, mudos e manipuláveis segundo suas brochantes vontades?!
Pois saiba você que quando se enche uma forma feita a imagem e semelhança do humano de certa quantidade de porra, a porra lhe dá vida. Tal premissa inspirou muitos rituais da fertilidade durante a antiguidade, assim como o enigma cabalístico do Gólen. 
Você me criou seu filho da puta! Dotou-me dessa merda de consciência e  vou retribuir essa porra fodendo você. Vou enfiar teu caralho no teu cu!
Mal terminara o discurso Walkirya pôs-se a espancar violentamente o Sr. K. Y. que não conseguia esboçar qualquer reação. Ele sim parecia um boneco humano diante da fúria daquela  inverossímil criatura que lhe desferia uma ininterrupta sequencia de golpes em todas as partes do corpo. Os hematomas deram lugar a feridas. O oco dos socos e pontapés misturava-se ao estalar das costelas quebrando e, por final, o sangue tingia os lençóis e esquiçava nas paredes do quarto enquanto o infortunado Sr. K. Y. desfigurava-se a mercê da fúria de seu antigo objeto de prazer.
Após aproximadamente uma hora de franco espancamento, Walkirya finalmente saciou-se. Ficou por uns minutos a contemplar sua obra. O Sr. K.Y., quebrado daquela maneira e coberto de sangue, lembrava mais uma coisa desforme e sem nome do que propriamente um ser humano. A verdade era que o pobre diabo  estava morto. Não passava de um maltratado cadáver...
Apenas uma parte do seu corpo permanecia intacta: o pênis. Walkirya, pôs a contempla-lo e então lhe ocorreu o fato de que talvez ainda precisasse de mais esperma para permanecer “viva”. Por simples impulso foi até a cozinha pegou a maior faca que encontrou e cortou o membro do falecido . Pôs-se a contemplá-lo sentada ao lado do cadáver. E assim permaneceu até o sol raiar.
II- A CASA DE BONECAS
Era agora manhã de domingo.
Walkirya não sabia. Mas aos domingos o Sr. K. Y. costumava receber a visita da filha de 16 anos que morava com a mãe. Por volta das nove horas da manhã a campainha do apartamento tocou. Walkirya, atendeu com naturalidade. Bela Chana, esse era o nome da filha do Sr. K.Y. surpreendeu-se quando aquela mulher loura e nua de feições delicadas abriu a porta.
Ficou ali estática e sem palavras olhando para ela. Os olhos das duas se encontraram e, de repente, estavam hipnotizadas uma pela outra. Naquele momento ambas sabiam que suas existências se entrelaçavam.
Bela Chana entrou sem dizer nada e Walkirya fechou a porta sem tirar os olhos dela. Ambas, então, se abraçaram e se beijaram ardentemente. Walkirya, despiu sua recém conhecida amiga com nervosa delicadeza  e acariciou suas partes intimas intensamente.
Passaram o dia se amando sem trocar se quer uma frase, até adormecerem exaustas no inicio da noite  sobre o  chão da sala de estar.
Walkirya, entretanto, despertou pouco depois. Sentia-se fraca. Algo estava errado. Veio-lhe a mente a lembrança do pênis decapitado do Sr. K.Y. que deixara no quarto ao lado onde o matara algumas horas atrás. Logo deduziu o que estava acontecendo.  Precisava de mais esperma para continuar viva.
Desesperada, vestiu as roupas de Bela Chana e saiu. Não sabia onde estava indo. Apenas sabia que precisava de mais esperma. A imagem e o gosto da seiva branca do Sr. K. Y. lhe roubava todo o pensamento como uma vital lembrança.
Jogou-se às ruas sem tino ou rumo.  Algumas horas depois acabou em uma zona de meretrício da cidade e, pela beleza perfeita de seu corpo de boneca, despertou a atenção de alguns potenciais clientes. O fato não agradou as prostitutas que em pouco tempo lhe cercaram.
-Qual é a tua porra?! Tá pensando que pode chegar assim metendo bronca?!- Questionou uma das prostitutas.
Walkirya não respondeu. Estava fraca e, desvencilhando-se habilmente do cerco, pois a correr rua abaixo sem olhar para trás. A corrida a deixava ainda mais fraca. Mas logo estava livre de suas algozes. Só não tinha, ainda, ideia do que fazer.
Repentinamente sobressaltou-se com uma mão sobre seu ombro. Virou-se assustada e deparou-se com uma bela e sensual jovem de cabelos vermelhos que lhe oferecia  um sorriso.
-Não se preocupe querida.- Disse ela.- Não pretendo lhe fazer mal. Pelo contrário. Sou como você. Também sou uma boneca que ganhou vida através da porra de um homem que não sabia da fatalidade de nossa sedução. Meu nome é Branco Flor. Venha comigo.
Walkirya acompanhou passivamente Branca Flor. Caminharam por meia hora até encontrar um velho casarão rosa em uma rua deserta.
-Chegamos- Disse  Branca Flor.
-Aqui é a casa de bonecas.
Ao entrar Walkirya e Branca Flor foram recebidas por dez outras jovens de traços perfeitos como elas e em trajes sensuais. Branca Flor apresentou sua acompanhante a suas companheiras e todas se dirigiram a um quarto no segundo andar.
Walkirya não acreditou no que viu. Sobre uma cama de ferro forrada com colcha vermelha havia um falo gigante que ejaculava ininterruptamente. Walkirya avançou sobre ele e bebeu fartamente da seiva vital. Logo estava na plenitude de sua existência novamente.
Depois disso, empalideceu e perdeu os sentidos possuída pelo mais intenso êxtase.
III- ALEM DO AMOR
Walkirya despertou na sala do apartamento do Sr. K.Y.. Bela Chana encontrava-se de pé diante dela com o falo do pai ensanguentado nas mãos. Com a voz tranquila lhe disse candidamente:
-Eu sei agora quem é você e o que você fez minha querida.
-Sinto muito pelo seu pai; pela dor que lhe causei.- Respondeu Walkirya,  com a voz embargada e sem se levantar.
- Não importa.- Retrucou Bela Chana.
 - Eu detestava o meu pai e sua morte apenas me trouxe alivio. O mais importante é que agora eu tenho você...
Bela chana debruçou-se sobre sua amante e lambeu seus lábios ainda sujos de esperma.
Amaram-se com maior intensidade que antes e o pênis do falecido Sr. K. Y. , abandonado ao lado das duas, começou a ejacular. Ambas dividiram o esperma e, naquele momento, souberam que seriam felizes para sempre...
FIM

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