segunda-feira, 26 de junho de 2023

O PIOR CENÁRIO POSSÍVEL É O DA SOBREVIVÊNCIA DO MUNDO ATUAL

Não temo a possibilidade de qualquer verossímil versão de fim do mundo. Todo o meu horror está em imaginar a perpetuação do mundo atual, a extensão permanente do tempo presente até os limites das nossas angústias e precarizações.
A mais perversa das distopias, para mim,  é a simples  hipótese de sobre-vivência da civilização e seu maldito ideal de espírito e humanidade ( ou inconveniente delírio antropocêntrico de grandeza).
Meu medo maior é da eternidade do novo como sempre igual, a possibilidade de qualquer garantia de  amanhã para os dias atuais, reduzindo, assim,  a morte a um privilégio exclusivo dos nossos corpos. 

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