Agora o presente persiste
Contra o futuro
Em atualizações quase infinitas da desordem das coisas
Onde o novo é sempre o outro do sempre igual.
Tudo que importa
É a urgência do efêmero
Contra a intuição de iminentes catástrofes.
Tudo é questão de embriaguez e informação...
Celebramos nossa impotência,
O desespero de nossa época,
Todo absurdo que tornamos possível,
Como se fosse uma grande festa
Do progresso e da civilização.
Como se nos inspirasse alguma razão,
Algum propósito,
Ou convincente ilusão valorativa,
Que fosse mais forte
Do que nossos medos
E angústias,
Do que a falta de qualquer solução ou sentido das coisas.
Apenas a morte nos sorri
Na janela do caos,
Mas somos pragmáticos, resignados,
Estamos acostumados ao pesadelo do mundo atual,
Ao lixo da vida pós industrial.
Viva as novas tecnologias!
O dinheiro investido!
O celular de última geração!
O que mais importa?!
O tempo não muda os anos,
Não temos mais futuro.
Nos condenamos a ser como somos
Até que a vida morra de vez
Nos salvando da mansa agonia
Da sobrevivência de nossa infinita insensatez.
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